quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Inovações e tendências do varejo para 2025

Qual a importância das feiras internacionais para o varejo mundial? 

 

A participação em eventos internacionais tem se mostrado fundamental para quem deseja entender o caminho que o varejo está tomando. Em janeiro, duas feiras de grande impacto se destacaram: a Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, e a NRF (National Retail Federation), em Nova Iorque. Elas aconteceram em sequência e, segundo o especialista em Marketing de Produto Rafael Ribas que participou de ambas, trazem uma visão complementar sobre o futuro dos negócios, aliando soluções tecnológicas de ponta a novas formas de interação com o cliente.

A CES, organizada pela Consumer Technology Association, é famosa por apresentar inovações em eletrônicos, mobilidade, biotecnologia e realidade virtual. De acordo com Ribas, esse ano ficou claro que a realidade aumentada e virtual deixaram de ser apenas conceitos distantes. Fabricantes de óculos inteligentes passaram a oferecer kits de desenvolvimento que se conectam facilmente a softwares específicos, permitindo que empreendedores adaptem essas ferramentas a setores como arquitetura e indústria. Conforme o especialista, há aplicações interessantes também para o varejo, pois a possibilidade de criar experiências imersivas contribui para a ambientação de lojas e para o treinamento de equipe em ambientes simulados.

Já na NRF, principal feira global voltada ao varejo, o grande destaque foi a Inteligência Artificial (IA). Embora seja pesquisada desde meados do século passado, a IA só recentemente se tornou acessível a empresários de todos os portes, o que, na opinião de Ribas, está “revolucionando a forma como os lojistas lidam com gestão de estoque, identificação de produtos vencidos e até mesmo a análise do perfil do consumidor”. Em vez de vistoriar manualmente cada item na prateleira, hoje já existe a possibilidade de usar câmeras inteligentes que identificam produtos em falta ou próximos da data de validade, otimizando tempo e custos operacionais.

Outro exemplo interessante compartilhado por Ribas é a aplicação da visão computacional para entender melhor quem entra na loja ou passa pela vitrine. A tecnologia consegue captar, em tempo real, informações de gênero, faixa etária e até expressões faciais, fornecendo dados valiosos para ajustar campanhas, decorações e ofertas. Ele observa que essas soluções despertam curiosidade no público, mas também exigem do varejista um cuidado maior na hora de interpretar e utilizar as informações, respeitando a privacidade e as leis de proteção de dados.

Apesar de toda essa automação, as duas feiras discutiram a importância de capacitar profissionais em vez de simplesmente substituí-los. Conforme o especialista, as empresas que investirem em formação para lidar com IA e outras tecnologias vão encontrar mais facilmente o equilíbrio entre inovação e a experiência humana no atendimento. A ideia é que as máquinas cuidem das tarefas mais repetitivas, enquanto as pessoas se concentram nas decisões estratégicas e na relação com o cliente.

As tendências apresentadas nesses eventos, incluindo a ampliação do live shopping (vendas ao vivo pela internet) e a adoção crescente de estratégias de retail media (anúncios em canais próprios do varejo), estão intimamente ligadas à Inteligência Artificial. Ferramentas de análise de dados, embutidas nas plataformas de transmissão, ajudam a detectar padrões de consumo e adequar imediatamente as ofertas ao perfil de quem assiste. Ribas destaca que esse tipo de interatividade reforça o vínculo emocional com a marca, gera engajamento e pode multiplicar as vendas em pouco tempo.

A sustentabilidade foi outro ponto de convergência na CES e na NRF. Com a ajuda de sistemas inteligentes, varejistas conseguem reduzir desperdícios na cadeia de suprimentos e monitorar cada etapa de produção, colaborando para minimizar o impacto ambiental. A adoção de práticas ecológicas, segundo o especialista, tem um apelo cada vez maior para o consumidor, que tende a valorizar empresas comprometidas com a responsabilidade social.

Para quem está planejando os próximos passos no varejo, as duas feiras deixam uma mensagem clara: é hora de encarar a tecnologia como parceira de negócios e de adotar uma postura curiosa e flexível diante das mudanças. As inovações apresentadas no início do ano já estão se desdobrando em implementações concretas, e a previsão é de que, em 2025, boa parte dessas soluções — de vitrines inteligentes a lojas sem caixas — seja realidade para muitos segmentos do mercado. 

 

Rafael Ribas - Especialista em Marketing de Produto
Instagram: @rdpr.oficial
Rua Salvador, 187, Cajuru. Curitiba-PR



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