Um estudo conduzido por especialistas de diversas
instituições médicas brasileiras revelou que pacientes com glaucoma apresentam
uma incidência significativamente maior de ansiedade e depressão em comparação
à média da população geral. A pesquisa contou com a participação e coordenação
da Dra. Regina Cele Silveira Seixas, médica oftalmologista que acaba de
integrar a entidade científica Sigma Xi, a entidade que consagra cientistas no
mundo inteiro que conta com 200 laureados com prêmio Nobel, reconhecendo seus
estudos sobre o glaucoma.
O estudo, publicado na revista Frontiers
in Psychology, analisou 210 pacientes atendidos em centros
oftalmológicos de São Paulo e Curitiba, para mensurar sintomas de depressão e
ansiedade. Os resultados apontaram que 26,9% dos pacientes apresentaram
depressão e 25,71% relataram ansiedade, índices muito superiores à média
nacional de 5,8% e 9,8%, respectivamente, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS).
“A pesquisa destacou uma correlação importante
entre o estágio da doença e os transtornos emocionais: pacientes com glaucoma
grave apresentaram maior incidência de depressão, enquanto aqueles em estágio
inicial tiveram maior prevalência de ansiedade. O impacto do glaucoma vai além
da perda visual, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes,
o que pode contribuir para o desenvolvimento dessas condições psicológicas”,
explica a Dra. Regina Cele.
Os resultados reforçam a necessidade de um
acompanhamento multidisciplinar, incluindo suporte psicológico, para garantir
uma melhor qualidade de vida aos pacientes com glaucoma. O estudo também alerta
para a importância de uma abordagem integrada na saúde ocular, incentivando
oftalmologistas a incluírem triagens de saúde mental na rotina de atendimento.
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