No dia 14 de fevereiro celebramos o Dia Internacional da Doação de Livros, uma data que nos convida a refletir sobre o impacto transformador da leitura e o poder de compartilhar histórias. Como psicopedagoga, escritora e contadora de histórias, vejo na leitura muito mais do que uma ferramenta de ensino: ela é um ato profundo de amor, conexão e cuidado.
Compartilhar histórias é compartilhar amor,
conhecimento e transformação. Abrir um livro é muito mais do que acessar
palavras impressas; é abrir um portal para o aprendizado, o desenvolvimento
pessoal e até mesmo o bem-estar emocional. A leitura conecta pessoas de formas
que vão além do óbvio, criando um espaço de acolhimento e troca de experiências
que marcam para sempre.
Ler é um caminho para o conhecimento e a expressão,
um hábito que deveria ser incentivado por pais, educadores e pela sociedade
como um todo, pois amplia o vocabulário, estimula o pensamento crítico e
desenvolve a criatividade. Para as crianças, os benefícios vão ainda mais
longe: a leitura é essencial para o domínio da linguagem oral e escrita,
habilidades fundamentais para o sucesso escolar e social.
Não apenas ensinar, ler é também um ato de conexão.
Quando um adulto se senta ao lado de uma criança para ler ou contar uma
história, cria-se um momento de troca e afeto que fortalece laços e constrói
memórias afetivas que perduram por toda a vida. Sentir-se ouvido e amado é uma
experiência que transforma tanto a criança quanto o adulto que compartilha esse
momento.
Apesar de muitas vezes associarmos a leitura ao
desenvolvimento infantil, ela é igualmente poderosa na vida adulta. Uma obra
pode ser um espelho que reflete nossas próprias experiências, um mapa para
encontrar soluções internas ou até mesmo um refúgio em tempos de dificuldade.
Ao viver tantas vidas e perspectivas diferentes nas páginas de um livro,
ampliamos nossa visão de mundo e fortalecemos a empatia, aprendendo a lidar
melhor com os desafios do cotidiano.
Além de todos os seus benefícios educativos, a
leitura e a contação de histórias também possuem um enorme potencial
terapêutico. Contar histórias é uma forma de acessar sentimentos, medos e
desejos que muitas vezes não conseguimos expressar com palavras. Se para o
público infantil esse ato é um convite à fantasia e ao aprendizado, para os
adultos ele se torna uma oportunidade de cura. As narrativas tocam camadas
profundas da nossa psique, ajudando-nos a ressignificar dores e a enxergar
nossas jornadas sob novas perspectivas.
Na minha prática clínica, vejo diariamente como as
histórias transformam vidas. Trabalhar com livros e narrativas ajuda os
pequenos com dificuldades de aprendizagem a desenvolverem habilidades como
atenção, memória e compreensão. Acima de tudo, elas ajudam a ressignificar
experiências difíceis, fortalecendo sua autoestima e sua confiança.
Por tudo isso, doar um livro é muito mais do que
entregar um objeto; é abrir portas para mundos desconhecidos, despertar sonhos
e cultivar o amor pela leitura. Para uma criança, pode ser o primeiro contato
com um universo cheio de possibilidades. Para um adulto, uma oportunidade de
reconexão ou descoberta. Um livro doado tem o poder de inspirar, ensinar e
criar novos caminhos para quem o recebe.
Neste Dia da Doação de Livros, convido você a
refletir sobre o impacto que a leitura teve na sua vida e a compartilhar essa
experiência com alguém. Escolha um livro que o emocionou, inspirou ou ajudou a
compreender melhor o mundo e doe-o a alguém. Sente-se com uma criança e leia
junto. Compartilhe, incentive conversas e promova o poder transformador da
leitura.
Ler e contar histórias é um ato de amor que educa,
cura e conecta gerações.
Que neste 14 de fevereiro, possamos semear mais
histórias, amor e transformação, porque um livro, assim como o amor, é um
presente que nunca perde seu valor.
Paula Furtado - Psicopedagoga, Escritora e Contadora
de Histórias
@paulafurtadopf
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