Neuropedagoga sugere estratégias inclusivas
para garantir uma transição tranquila e produtiva no início do ano letivo
O
retorno às aulas pode ser um momento desafiador, especialmente para crianças
neurodivergentes e suas famílias, que enfrentam a necessidade de adaptar
rotinas, lidar com mudanças e garantir que o ambiente escolar seja acolhedor e
inclusivo. A transição também pode gerar ansiedade tanto nas crianças quanto
nos responsáveis, tornando essencial o planejamento conjunto entre escola e
família para atender às necessidades específicas de cada aluno.
Dados
do IBGE mostram que, no Brasil, 18,9 milhões de pessoas possuem algum tipo de
deficiência, incluindo muitas crianças que enfrentam barreiras adicionais no
ambiente escolar. Estima-se que entre 15% e 20% da população mundial seja neurodivergente,
o que inclui condições como TEA e TDAH. Esses números evidenciam a importância
de práticas inclusivas e bem planejadas nas escolas, que precisam estar
preparadas para atender às necessidades específicas desses alunos, promovendo
um aprendizado igualitário e um ambiente acolhedor para todos
Mara Duarte, neuropedagoga e
gestora da Rhema Neuroeducação, explica que a
preparação começa com o conhecimento detalhado do aluno. “O perfil da criança
ou adolescente vai nortear as adaptações a serem utilizadas. Isso inclui
entender as dificuldades e valorizar as habilidades que precisam ser
trabalhadas, garantindo uma transição mais tranquila para o ambiente escolar”,
afirma.
Segundo
Mara, os educadores devem adaptar o currículo às necessidades específicas das
crianças neurodivergentes, identificando tópicos fundamentais para o ensino.
Métodos como a Análise Comportamental Aplicada (ABA) e o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) são ferramentas eficazes na criação de
estratégias que promovem inclusão e aprendizado.
Ambiente deve ser acolhedor
A
criação de um ambiente acolhedor, com recursos como espaços sensoriais e
materiais visuais, também facilita a integração. Para Mara, um elemento
essencial é a aproximação com o universo do aluno. “Quando os educadores
utilizam temas de interesse, como dinossauros, para integrar as atividades
pedagógicas, o engajamento e a assimilação do conteúdo aumentam consideravelmente”,
explica.
Outro
ponto necessário é a comunicação ativa entre professores, famílias e
profissionais de suporte, como terapeutas ocupacionais e psicopedagogos. “Esses
profissionais ajudam a complementar o trabalho dos professores, elaborando
currículos que atendam plenamente as necessidades dos alunos”, complementa
Mara.
Os
pais, por sua vez, têm um papel fundamental no retorno escolar, desde o preparo
emocional até o suporte prático. Manter uma rotina estruturada, criar um
calendário visual e promover conversas abertas sobre a volta às aulas são
passos importantes para reduzir a ansiedade das crianças, de acordo com a
neuropedagoga.
Mara
destaca que a parceria entre escola e família é indispensável para um retorno
às aulas positivo. “Quando há diálogo constante e um esforço conjunto, é
possível criar um ambiente propício ao aprendizado. Essa colaboração fortalece
a confiança das crianças e garante um ano letivo mais tranquilo e produtivo”,
reforça a especialista.
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