terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Cinco novidades promissoras no combate ao câncer

No Dia Mundial do Câncer (4/2), especialistas da Dasa apontam inovações que potencializam o enfrentamento da doença no país 

 

No Brasil são esperados cerca de 704 mil novos casos de câncer em 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além disso, dados do Datasus mostram uma alta mortalidade hospitalar pela doença: de janeiro a novembro de 2024, foram mais de 73 mil óbitos relacionados com ela, sendo 34 mil só na região Sudeste.

De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil pode vivenciar um aumento de 78,5% de casos de câncer até 2040, um dos maiores crescimentos entre as principais economias mundiais. Diante desse cenário epidemiológico, especialistas apontam cinco novidades promissoras no enfrentamento à doença. 


  1. Inteligência artificial (IA) para diagnósticos mais rápidos

A redução no tempo de detecção do câncer é um dos principais benefícios do uso da inteligência artificial na medicina diagnóstica. Segundo o dr. Luiz Henrique Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e do Hospital São Lucas Copacabana, ambos da Dasa, para a análise de resultados de tomografia e raios X do tórax, por exemplo, a tecnologia minimiza os ruídos das imagens e avalia nódulos suspeitos com eficiência, diminuindo em até 40% a espera dentro do aparelho, além do número de resultados considerados falso-positivos.

Outro uso importante da IA, que diminui o tempo de avaliação de um possível quadro de câncer, são as ferramentas de processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês). “O algoritmo identifica pacientes com achados importantes em exames de imagem depois da leitura automática de um grande volume de laudos. Quando um caso de alto risco é identificado pela tecnologia de NPL, é possível mobilizar o médico prescritor e agilizar os próximos passos do cuidado do paciente em até sete dias”, detalha Luiz Henrique.


  1. Exames genéticos avaliam o grau de risco para a doença

Painéis genéticos oncológicos possuem diversas aplicações, e uma delas é a análise de predisposição à condição, ou seja, a identificação de pessoas que herdaram mutações genéticas que aumentam o risco de desenvolver certos tipos de câncer, como os tumores de mama, ovário, cólon, próstata e melanoma.

Segundo o dr. Gustavo Guida, geneticista do laboratório Sérgio Franco, da Dasa, os exames analisam o DNA em busca de mutações em genes associados ao aumento relevante do risco de câncer. O médico afirma que, para tumores comuns, como os de mama ou intestino, até 10% dos casos são causados por essas mutações. Alguns dos genes envolvidos podem significar um risco para o surgimento de câncer mais de 10 vezes maior do que o comum, exigindo medidas preventivas mais precoces e assertivas

“Os resultados dos painéis genéticos podem ser considerados um alerta importante. Depois da identificação de uma mutação, o paciente deve receber aconselhamento genético para entender o significado do resultado, o risco de desenvolver a doença e as opções de prevenção e acompanhamento disponíveis. A conscientização da importância da identificação precoce da condição auxilia na tomada de medidas em benefício da saúde”, comenta Guida.


  1. Testes genômicos para determinação de terapias-alvo

Alterações genéticas específicas podem indicar quais terapias-alvo ou imunoterapias são mais eficazes para determinado paciente, permitindo um tratamento mais personalizado e preciso. Segundo o dr. Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico de Anatomia Patológica e Genética na Dasa, essas terapias-alvo estão revolucionando o manejo de tumores, pois agem no mecanismo genético que está causando a doença e/ou estimulam as células do sistema imunológico para identificar e destruir as células cancerígenas, representando uma abordagem inovadora.


  1. Novidade na identificação dos tumores

A biópsia líquida é uma inovação recente que permite detectar mecanismos de sensibilidade e resistência a diversos medicamentos e monitorar a resposta ao tratamento por meio de amostras de sangue, oferecendo uma abordagem menos invasiva do que as biópsias tradicionais. “Essa tecnologia possibilita a análise de DNA e RNA tumoral no sangue de pacientes com diferentes tipos de câncer, em tempo real. É fundamental para orientar a terapia, avaliar a eficácia do tratamento e detectar possíveis recidivas, além de ser útil na avaliação pós-operatória e na identificação de tumor residual mínimo na circulação sanguínea, algo que é mais difícil de visualizar nos exames convencionais”, explica o dr. Cristovam Scapulatempo.


  1. Pesquisas sobre o câncer estão em constante evolução

A ciência avança continuamente na busca por novas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. De acordo com o oncologista dr. Luiz Henrique Araújo, as terapias-alvo, a imunoterapia e outras abordagens, como as vacinas contra os tumores e a nanotecnologia para entregar medicamentos diretamente nas células tumorais, têm aumentado a esperança de médicos e pacientes no combate à doença.


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