As transformações e imprevistos sempre moldaram a história da nossa sociedade. Guerras, novos governos e instabilidades econômicas são eventos constantes que, inevitavelmente, causam impactos diretos no mercado internacional e nas carreiras, especialmente, aqueles que ocupam cargos de liderança, como os C-Levels. Porém, isso não significa que esses acontecimentos sejam mandatórios quanto ao futuro dos profissionais – afinal, diante de um jogo que muda a todo o momento, são os próprios jogadores que comandarão sua vitória ou não.
Utilizando o contexto da pandemia como referência,
podemos notar casos opostos de empresas que acabaram sendo bastante impactadas
com o isolamento social, e aquelas que tiveram uma notória prosperidade mesmo
diante dessa adversidade. No Brasil, as PMEs foram algumas das mais afetadas,
com cerca de 99,8% das de menor porte que acabaram fechando suas portas na
primeira onda da doença, segundo dados do IBGE.
Enquanto isso, o e-commerce nacional registrou um
faturamento recorde em 2021, totalizando mais de R$ 161 bilhões, segundo um
levantamento da Neotrust. As compras online potencializaram com a
impossibilidade do comércio físico, fazendo com que as marcas que surfaram essa
onda registrassem um desempenho extremamente positivo, apesar das dificuldades.
Mesmo diante da digitalização do mercado, contudo,
o comércio presencial voltou a ganhar força pós-pandemia. Dados da HiPartners
Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo
(SBVC) mostraram que, somente no primeiro semestre de 2022, o faturamento das
lojas físicas do país cresceu 22% em comparação a 2021.
A comparação acima evidencia como o cenário
político e econômico é cíclico e dinâmico. Nada é para sempre e, mesmo frente a
imprevistos que nenhuma empresa pode estar 100% preparada, como foi o caso da
Covid-19, será a postura dos executivos nesta adaptação que ditará sua
continuidade – ou não – no mercado, assim como a manutenção de seu destaque
profissional nesta cadeira de tamanha importância para o desempenho
corporativo.
Quando assumimos a responsabilidade do nosso
sucesso, a chance de passar pelas turbulências é muito maior, sem gerar danos
significativos em nossa carreira. Isso, na prática, dependerá de uma enorme
capacidade de desaprender o que estamos acostumados, estando abertos a mudar e
tomar atitudes que, nem sempre, agradarão a todos, mas que levarão como base
nossos objetivos profissionais e ambições quanto ao futuro que cada um espera
de si.
Reflita, então, criticamente acerca da realidade da
empresa atual, se, diante ou não de um cenário externo adverso, ela ainda está
correspondendo às suas aspirações de carreira. Se a resposta for negativa,
pense, estrategicamente, qual o melhor caminho a seguir a partir disso, e qual
tipo de empresa mais se encaixa em suas expectativas profissionais a longo
prazo.
Mapeie riscos e alternativas e seja, acima de tudo,
protagonista de sua jornada profissional, se movimentando ou não de setor. Nossas
carreiras dependem, exclusivamente, de nós, mesmo diante de variáveis externas
que não estão ao nosso total controle. Nem sempre, serão decisões fáceis, mas
necessárias de serem tomadas com base em um alto grau de maturidade e
capacidade de lidar com nossas emoções.
Ser um C-Level é, por vezes, uma carreia de solidão, com muitas decisões tomadas de maneira sozinha, com alto risco de darem certo ou não. Por isso, as jornadas desses executivos precisam ser escritas a lápis, de forma que possam ser apagadas e ajustadas estrategicamente, conforme as mudanças que o mercado nos conduz.
Ricardo Haag - headhunter e sócio da Wide Executive Search, boutique de recrutamento executivo focado em posições de alta e média gestão.
Wide
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