- No Dia Mundial de Combate ao Câncer, saiba o que é a estomia
e como é possível ter qualidade de vida apesar da condição
- Estomizado há 18 anos, Átila Beck afirma que a estomia lhe deu outra chance para viver
O Dia Mundial de Combate ao Câncer, em 04 de fevereiro, é uma data que tem como principal objetivo conscientizar a respeito da doença por meio da disseminação de informações relevantes sobre sintomas, diagnóstico e tratamento. Muitas pessoas desconhecem que, dependendo do tumor, são necessários procedimentos que podem mudar a vida do paciente, que vão muito além da conhecida queda de cabelo causada pela quimioterapia.
É o caso dos tumores do intestino e da cavidade abdominal, que, dependendo do quadro, podem resultar na necessidade de uma estomia. Esse procedimento cirúrgico cria uma abertura em um órgão, nesse caso o intestino, para o exterior do corpo, funcionando como um caminho alternativo para a eliminação das fezes. “Todo câncer que acomete o intestino ou afeta sua integridade pode resultar em estomia. Além do câncer propriamente do intestino ou de tumores localizados dentro do abdômen, qualquer lesão na região do períneo ou na região anal pode necessitar do desvio do trânsito das fezes para um melhor tratamento ou uma cicatrização adequada”, explica Marcos G. Adriano Jota, Cirurgião Oncológico e Gestor do Cuidado e Diretor Nacional de Parcerias e Ações Sociais da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o número estimado de casos novos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, correspondendo a um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres[i]. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil e a mesma posição quando considerada a incidência de mortalidade[ii].
De acordo com o especialista, o principal desafio de um paciente após uma cirurgia de câncer seguida de uma estomia é a adaptação. “Essa pessoa vai precisar se adequar a uma nova rotina, que inclui o uso da bolsa coletora. Além desses desafios, que são técnico e físico, há a parte emocional, que também é muito impactada, já que a estomia impõe uma parte do intestino para fora do corpo e, consequentemente, a eliminação das fezes acontece externamente, por meio da bolsa”, destaca. Para o cirurgião, é importante preparar o paciente psicologicamente antes do procedimento, quando é eletivo, para facilitar essa adaptação. “Quando a estomia não é feita de urgência, temos a oportunidade de preparar e conscientizar o paciente para que o impacto não seja tão grande, além de passar todas as informações sobre como essa operação pode ser a melhor opção para o seu estado”, esclarece Marcos G. Adriano Jota.
O médico afirma que é possível ter uma vida normal com uma
estomia. “Ter uma estomia resultante de um tratamento do câncer não é o fim da
vida, muito pelo contrário. É fundamental aproveitarmos o Dia Nacional de
Combate ao Câncer para compartilhar a experiência de pacientes que vivem uma
vida adaptada com muita qualidade e conseguem realizar as suas atividades
rotineiras. Além disso, é uma chance para conscientizar também amigos,
familiares e todos os profissionais de saúde que acompanham o paciente sobre a
importância de orientá-lo a respeito dos cuidados com a pele ao redor estoma e
as trocas da bolsa coletora”, conclui.
Estomizado, e agora?
Átila Beck, especialista em Relacionamento com Associações de Usuários da Coloplast, sempre gostou de trabalhar com eventos para estar com pessoas e ver a alegria dos outros. Mas sua jornada começou a mudar quando, em 2006, aos 44 anos de idade, precisou passar por uma cirurgia de hemorroida, porque sofria com muitas dores. “Já no quarto do hospital, o médico me mostrou o material retirado, com margem de segurança, para ser enviado à biópsia. Aguardei o resultado com a minha a família, até que, em meados de janeiro de 2007, recebi o diagnóstico: adenocarcinoma maligno de intestino grosso com nódulos na parede posterior do reto”, relembra.
Átila conta que foi uma descoberta muito difícil para ele e todos a sua volta, mas logo buscou forças para iniciar o tratamento. “Fui internado e operado em março do mesmo ano para a retirada de parte do intestino grosso e amputação abdomino-perineal do reto. Assim entrava para as estatísticas como mais um estomizado”, diz.
No entanto, o especialista afirma que não se deixou abater. “A confiança que tomou conta de mim desde o princípio e o querer viver a partir dessa nova chance de vida tornou-me uma pessoa melhor em tudo. E com outra visão do mundo. De lá para cá já foram, além de diversos trabalhos, uma graduação e mais três pós-graduações lato sensu na área de marketing – área de minha paixão e aptidão. Usar a bolsa coletora tornou-se uma coisa normal que me ofereceu mais suporte à vida, uma nova vida”, ressalta.
Entre 2019 e 2020, em meio a todo caos que a pandemia da Covid-19 começava a causar no mundo, Átila abriu um canal no YouTube para ajudar pessoas com o mesmo problema. No endereço Link é possível acessar muitos vídeos que abordam desde o diagnóstico até o tratamento e a aceitação. “Eu me dedico às pessoas que estão enfretando esse desafio para que tenham mais qualidade de vida. Sei que é difícil, mas não desistir é o melhor caminho”, explica.
Agora, no auge dos seus 61 anos – dos quais 18 estomizado – Átila acredita que vive da melhor forma possível. “Eu me alimento bem, faço exercícios regularmente, me divirto com os amigos, adoro estar em família, namoro muito e tento agregar somente coisas boas, nunca fazer da rotina um caminho tortuoso. E, principalmente, não me vitimizo, pois sinto que tive outra chance para viver a vida que prezo e buscar os sonhos que almejo”, conclui.
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[i] Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do
Câncer. Disponível em: Link
Acesso em
janeiro/2025.
[ii] Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do
Câncer. Disponível em: Link Acesso em
janeiro/2025
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