sábado, 1 de fevereiro de 2025

A carne não é mais pura! O que você está realmente comprando no açougue?


Você já percebeu que, ao cozinhar algumas carnes compradas no supermercado, elas soltam uma quantidade excessiva de água e ficam com uma textura estranha? Isso não é coincidência. Muitas carnes industrializadas passam por processos que injetam água, sódio e aditivos para aumentar o peso e conservar por mais tempo. O que parece um bom negócio no preço pode, na verdade, ser um grande prejuízo para a sua saúde. 

A carne que chega às prateleiras dos supermercados nem sempre é a mesma carne que sai do frigorífico. Em busca de mais lucratividade, a indústria alimentícia encontrou maneiras de "melhorar" a aparência e o peso dos produtos, tornando-os mais atraentes para o consumidor. Um dos métodos mais utilizados é a injeção de salmoura, um processo que adiciona água, conservantes e outros aditivos à carne.
 

Esse procedimento tem dois objetivos principais:

  1. Aumento de peso e volume – A carne absorve mais líquido, tornando-se mais pesada e aparentemente mais suculenta. Isso significa que o consumidor paga por água como se fosse carne.
  2. Prolongamento da validade – O excesso de sódio e conservantes ajuda a manter a carne com aparência fresca por mais tempo, mesmo quando sua qualidade nutricional já está comprometida.

“Isso significa que, ao comprar certos cortes de carne, você pode estar levando para casa um produto alterado, que tem menos valor nutricional e pode representar riscos à saúde.”, alerta a nutricionista Vivian Sanches.
 

O que está sendo injetado na sua carne?

Os rótulos dos produtos nem sempre são claros, mas algumas expressões podem indicar que a carne passou por esse processo. Se você encontrar termos como "carne temperada", "carne reestruturada", "com solução salina" ou "produto cárneo", desconfie. Isso significa que a carne contém ingredientes adicionais, muitas vezes em concentrações elevadas.

Entre os principais aditivos usados na carne industrializada, estão:

  • Água e salmoura: Aumento do peso e volume do produto.
  • Sódio em excesso: Aumenta o tempo de conservação, mas também eleva o risco de hipertensão e retenção de líquidos.
  • Fosfatos: Usados para melhorar a retenção de água na carne, mas podem prejudicar a absorção de cálcio e afetar a saúde óssea.
  • Conservantes químicos: Como nitratos e nitritos, que podem estar associados a um maior risco de doenças metabólicas e inflamatórias.

 

O impacto na saúde: o que os estudos mostram?

Consumir carne industrializada regularmente pode trazer diversos impactos negativos à saúde. Um estudo publicado no British Medical Journal mostrou que pessoas que consomem altos níveis de carnes processadas têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas. 

Além disso, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o consumo excessivo de carnes processadas pode estar associado a um aumento no risco de câncer colorretal, especialmente devido aos aditivos químicos utilizados na conservação. 

E não é só isso: a alta concentração de sódio e fosfatos nas carnes injetadas pode sobrecarregar os rins e levar a problemas como retenção de líquidos, pressão arterial elevada e maior risco de doenças cardiovasculares.
 

Como identificar e escolher carnes de qualidade?

Diante desse cenário, a dúvida que fica é: como garantir orientações para identificar um produto realmente puro:

  • Verifique o rótulo: Evite carnes com descrições como “temperada”, “com solução salina” ou “carne reestruturada”. Dê preferência às que têm apenas “carne bovina” ou “carne suína” na composição.
  • Fique atento ao peso e à textura: Carnes que soltam muita água ao cozinhar ou que têm uma textura esponjosa podem ter passado pelo processo de injeção de líquidos.
  • Prefira açougues e pequenos produtores: Carnes frescas, vendidas diretamente em açougues confiáveis, costumam ter menos aditivos do que as industrializadas.
  • Opte por carnes orgânicas e de gado criado solto: Essas opções geralmente possuem melhor procedência, menos conservantes e um sabor mais natural.

Muitas vezes, carnes industrializadas são mais baratas do que as opções frescas, mas será que realmente vale a pena economizar? Quando você paga por carne injetada com líquidos, está pagando por peso extra sem valor nutricional real. Além disso, o consumo excessivo de aditivos e sódio pode levar a problemas de saúde, resultando em gastos médicos no futuro. 

Por isso, a melhor escolha é sempre investir em qualidade. Comprar menos carne, mas de melhor procedência, pode ser uma estratégia mais saudável e equilibrada para a alimentação. 

A carne que você compra pode não ser apenas carne. A industrialização do alimento trouxe vantagens em conservação e preço, mas também comprometeu sua pureza, sabor e, muitas vezes, segurança alimentar. 

“Se você busca uma alimentação mais natural e saudável, vale a pena redobrar a atenção ao que está no seu prato. Escolher carnes frescas, evitar produtos com excesso de aditivos e dar preferência a fornecedores confiáveis são passos essenciais para garantir uma alimentação verdadeiramente nutritiva.”, finaliza a nutricionista Vivian Sanches.



Nutricionista Vivian Sanches - CRN 3 30-798
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário