quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

5 erros que você comete e podem prejudicar sua fertilidade

Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista especializado em reprodução humana, lista 5 “deslizes” que podem comprometer a fertilidade, e ensina a evitá-los

 

Cuidar da fertilidade é essencial para quem deseja engravidar, mas diversos fatores podem interferir negativamente nesse processo. Hábitos diários, escolhas de vida e até mesmo algumas crenças podem prejudicar a saúde reprodutiva de forma silenciosa.

“A preservação da fertilidade é algo ainda pouco discutido, mas essencial, para mulheres e homens que desejam ter filhos, no momento atual ou no futuro”, alerta o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista especializado em reprodução humana.

Pensando nisso, ele listou 5 erros comuns que, se evitados, podem aumentar consideravelmente as chances de concepção:


Adiar a gravidez além dos 35 anos

A ideia de que "a idade é apenas um número" não se aplica quando falamos sobre fertilidade. Tempo são óvulos. Para muitas mulheres, a tentativa de engravidar após os 35 anos pode se tornar uma batalha, pois a qualidade e a quantidade dos óvulos começam a diminuir significativamente. Estudos indicam que após os 30 anos, a reserva ovariana já começa a declinar, e a partir dos 35 anos, esse processo acelera.

Dr. Vamberto enfatiza: "A qualidade e a quantidade dos óvulos diminuem significativamente após os 35 anos, aumentando as dificuldades para engravidar. Quanto mais cedo se planeja a gravidez, melhores são as chances de sucesso, tanto para a mulher quanto para o bebê."

Por isso, é importante considerar esse fator ao planejar a maternidade e buscar orientações médicas, caso o tempo seja um desafio.


Estresse excessivo e falta de sono

O impacto do estresse e da privação do sono na fertilidade muitas vezes é subestimado. No entanto, altos níveis de estresse podem desregular hormônios essenciais para a ovulação e a produção de espermatozoides. Além disso, a falta de sono adequado pode afetar negativamente a qualidade dos gametas e a regularidade do ciclo menstrual.

"O estresse crônico e a privação do sono podem desregular o eixo hormonal, dificultando a ovulação e a qualidade dos espermatozoides. Práticas como meditação, exercícios físicos e boas noites de sono são fundamentais para a qualidade de vida e inclusive melhorar a fertilidade", recomenda o médico especialista.

Garantir momentos de descanso e reduzir o estresse pode ser um passo importante para quem deseja engravidar.


Consumo de substâncias nocivas

O consumo de substâncias prejudiciais, como cigarro, álcool e drogas recreativas, tem um impacto profundo na saúde reprodutiva tanto das mulheres, quanto dos homens. O tabagismo, por exemplo, pode afetar a produção de óvulos e reduzir a qualidade do sêmen, dificultando a concepção. O álcool, além de reduzir a qualidade dos gametas, pode interferir no equilíbrio hormonal, enquanto o uso de drogas como a maconha pode prejudicar a ovulação e a motilidade espermática.

Dr. Vamberto afirma: "Cigarro, álcool e drogas reduzem a qualidade dos gametas e aumentam o risco de complicações durante a gestação. Para quem deseja engravidar, é imprescindível interromper o uso dessas substâncias o mais cedo possível." Isso vale tanto para homens quanto para mulheres, que devem buscar hábitos mais saudáveis para otimizar sua fertilidade.


Ignorar doenças crônicas não tratadas

Muitas pessoas não sabem, mas doenças crônicas como diabetes e hipertensão, podem afetar diretamente a fertilidade, tanto feminina quanto masculina. O controle inadequado de doenças como essas pode levar a complicações sérias, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) em mulheres ou diminuição da contagem de espermatozoides nos homens. Além disso, o estresse causado pela falta de controle sobre essas condições pode prejudicar a ovulação e a produção de espermatozoides saudáveis.

"Condições como diabetes e hipertensão descontroladas podem afetar negativamente a fertilidade e aumentar o risco de complicações durante a gestação. Por isso, é fundamental manter essas doenças sob controle com acompanhamento médico regular." Manter um estilo de vida saudável e seguir o tratamento prescrito pode melhorar não apenas a saúde geral, mas também a capacidade reprodutiva.


Manter hábitos alimentares irregulares

Uma alimentação equilibrada e saudável desempenha um papel crucial na saúde reprodutiva. Dietas irregulares, com alto consumo de alimentos ultraprocessados, pobre em nutrientes essenciais, podem interferir no funcionamento hormonal e no ciclo menstrual. A ingestão inadequada de vitaminas e minerais pode afetar a qualidade dos óvulos e espermatozoides, além de dificultar a concepção. O excesso de peso também pode ser um fator de risco, especialmente em mulheres, pois pode causar resistência à insulina e aumentar os níveis de testosterona, prejudicando a ovulação.

Dr. Vamberto recomenda: "Dietas desequilibradas podem interferir nos ciclos menstruais e na ovulação. A melhor forma de promover a fertilidade é manter uma alimentação rica em nutrientes, priorizando alimentos frescos, naturais e equilibrados." A orientação de um nutricionista pode ser fundamental para adaptar sua dieta às necessidades do corpo e melhorar suas chances de concepção.

Evitar esses erros pode ser a chave para uma jornada de fertilidade bem-sucedida. Se você está tentando engravidar, tenha em mente que pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença. “Consultar um especialista e realizar exames periódicos são etapas essenciais para garantir que a saúde reprodutiva esteja em dia”, finaliza o médico especializado.
 


Dr. Vamberto Maia Filho - Especialista em reprodução humana e oferece um atendimento personalizado e humanizado, que combina expertise médica nos seus 20 anos de prática dedicada a infertilidade com acolhimento aos casais que realizam tratamentos de fertilidade. Primeiro residente em reprodução humana do Brasil, e participou da equipe que gerou o primeiro bebê por FIV (fertilização in vitro) do SUS, em Recife. Doutor pela UNIFESP e 11 anos dedicados ao ensino em ginecologia endócrina com ênfase em pesquisa científica pela mesma universidade.


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