sábado, 25 de janeiro de 2025

VOLTA ÀS AULAS: COMO OS PAIS PODEM PREPARAR SEUS FILHOS ATÍPICOS?

Voltar ou iniciar o ano letivo pode ser difícil para algumas crianças atípicas. Saiba como os pais podem ajudar a tornar esse período mais leve para seus filhos.

 

O período de volta às aulas pode ser um momento de tensão tanto para os filhos quanto para os pais, principalmente durante a primeira infância - fase que vai até os seis anos de idade. Esse período é considerado um marco importante para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança. No caso de crianças atípicas, essa etapa exige um olhar ainda mais cuidadoso por parte dos pais, já que a interação com o ambiente escolar pode ser determinante para o fortalecimento de habilidades e a construção social. 

Segundo o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, Dr. André Ceballos, a primeira infância é uma fase em que o cérebro está em pleno desenvolvimento, tornando o estímulo ambiental essencial, por isso, o momento em que uma criança inicia um novo ano letivo é tão importante. “Até os seis anos, as conexões neurais são formadas com rapidez e experiências positivas, como as vivenciadas no ambiente escolar, têm um impacto direto na forma como a criança percebe o mundo, aprende e se relaciona. É um momento de potencializar oportunidades e minimizar desafios.” 

Para as crianças, uma rede de apoio é a base para uma vivência prazerosa, mesmo que o ambiente escolar não seja tão favorável, ter em casa pais que se preocupam e oferecem conforto fazem toda a diferença para a saudável emocional dos pequenos. Sendo assim, veja como os pais podem criar algumas estratégias para apoiar seus filhos no período de volta às aulas.
 

1. Crie e mantenha rotinas claras
Estabelecer uma rotina é fundamental para transmitir segurança. “Inclua horários para acordar, dormir, refeições e momentos de estudo ou lazer. Uma rotina bem definida ajuda a criança a entender o que esperar e reduz a ansiedade”, orienta Ceballos.
 

2. Converse sobre sentimentos e expectativas
Antes do início das aulas, abra um diálogo com seu filho. Pergunte como ele se sente sobre o retorno, se há alguma preocupação ou expectativa. Falar sobre o dia a dia escolar, o ambiente e os novos desafios ajuda a criar familiaridade e conforto.


3. Prepare-se para mudanças

Se a criança vai mudar de turma, professor ou escola, antecipa essas informações de forma positiva. “Explique que as mudanças podem ser oportunidades para aprender e crescer, e, se possível, visite o ambiente escolar antes das aulas começarem”, aconselha Dr. André.
 

4. Fortaleça a parceria com a escola
Manter uma comunicação constante com professores e a equipe pedagógica é fundamental. Compartilhe informações sobre as necessidades específicas de seu filho, sejam elas relacionadas à saúde, aprendizado ou interação social, para garantir que ele receba o suporte adequado.
 

5. Seja o principal apoio emocional
Demonstrar empatia e apoio faz toda a diferença. Seu filho precisa sentir que pode contar com você em qualquer situação. Esteja atento a sinais de ansiedade ou dificuldades e reforce a confiança dele em suas próprias capacidades.

A presença dos pais e responsáveis tornam o momento de volta às aulas mais acolhedor e tranquilo para crianças atípicas. “Lembre-se de que cada criança é única e pode reagir de maneiras diferentes a esse período. Portanto, esteja sempre disponível para ouvir, adaptar estratégias e oferecer o suporte necessário”, ressalta Ceballos.

 


Dr. André Ceballos - Médico neurocirurgião, Ceballos atua como Diretor técnico do Hospital São Francisco, referência no diagnóstico e tratamento de crianças com transtornos do desenvolvimento. O médico tem como missão identificar precocemente condições que possam comprometer o pleno desenvolvimento das crianças, oferecendo intervenções terapêuticas baseadas nas melhores evidências científicas. A atuação do Dr. Ceballos vai além do atendimento clínico e da gestão hospitalar e reconhecendo a importância da informação e da educação para a saúde pública, se dedica a projetos de divulgação e conscientização sobre os marcos do desenvolvimento infantil, com o objetivo de influenciar políticas públicas que beneficiem especialmente as populações mais vulneráveis. Saiba mais em:Link




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