Oftalmologista do CEUB afirma que câncer pode acometer crianças na primeira infância e reforça a importância do diagnóstico precoce
A
saúde oftalmológica na infância merece atenção. Câncer ocular raro que atinge
principalmente crianças entre 2 e 5 anos de idade, o retinoblastoma é um tumor
maligno que se desenvolve na retina e pode ser identificado por meio da
leucocoria, um reflexo branco no olho. Núbia Vanessa Lima, oftalmologista e professora
de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), alerta que a doença
aparece com sintomas sutis, sendo o diagnóstico correto essencial para garantir
o tratamento adequado dessas condições.
A
doença, que age de forma silenciosa, também é conhecida como "sinal do
olho do gato" e seus sintomas variam na pupila, com possível estrabismo e
movimentos involuntários. “É fundamental realizar um diagnóstico preciso para
garantir o tratamento adequado”, afirma a oftalmologista, acrescentando que o tumor
pode aparecer em outras condições, como cataratas congênitas e retinopatia da
prematuridade, além de infecções, a exemplo da toxoplasmose congênita.
Este
tipo de câncer pode ser classificado como esporádico ou hereditário, sendo que
o primeiro ocorre devido a mutações em células específicas e afeta geralmente
apenas um olho. Por sua vez, o retinoblastoma hereditário está associado a
mutações genéticas transmitidas na família, podendo acometer ambos os olhos.
“Esse tipo hereditário costuma se manifestar de forma mais precoce e com maior
gravidade", explica a professora de Medicina do CEUB.
O
tratamento do retinoblastoma depende do estágio em que o tumor é detectado,
incluindo a alaserterapia, crioterapia, quimioterapia e radioterapia,
escolhidas com base no tamanho e comprometimento do câncer. “O objetivo
principal é eliminar o câncer, preservar a visão e prevenir recorrências.
Felizmente, a taxa de sucesso do tratamento é de 90% nos casos diagnosticados
precocemente".
Atenção para outras doenças
Outras condições oftalmológicas podem afetar crianças pequenas e exigem atenção médica especializada, como o glaucoma congênito, estrabismo e retinopatia da prematuridade. "O glaucoma congênito é diagnosticado pelo teste do olhinho ou em consultas oftalmológicas iniciais e geralmente necessita de tratamento cirúrgico. Enquanto o estrabismo pode ser corrigido com óculos, tampões ou cirurgia, quando necessário", destaca a especialista.
Já a retinopatia da prematuridade pode comprometer a retina devido à oxigenoterapia utilizada em prematuros. A especialista do CEUB reforça que o diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são fundamentais para garantir o sucesso do tratamento e a qualidade de vida das crianças com doenças oculares. “Observar e levar ao especialista para consultas preventivas sempre é o melhor caminho para garantir a saúde dos olhos das crianças”, finaliza.
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