terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Resultados do estudo de fase 3 de Jaypirce (pirtobrutinibe) no tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica / linfoma linfocítico de pequenas células tratados previamente com inibidor covalente da BTK foram apresentados no Congresso Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) de 2024

 

  • Resultados do BRUIN CLL-321 mostram que pirtobrutinibe reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 46% em comparação com idelalisib mais rituximabe ou bendamustina mais rituximabe.
  • Pirtobrutinibe prolongou o tempo até o próximo tratamento ou morte em uma mediana de 23,9 meses em comparação com 10,9 meses no braço controle
  • BRUIN CLL-321 é o primeiro estudo randomizado de fase 3 em LLC já realizado exclusivamente em pacientes previamente tratados com um inibidor de BTK
  • No Brasil, Jaypirce (pirtobrutinibe) foi aprovado pela Anvisa, em fevereiro de 2024, para o tratamento de pacientes com linfoma de células do manto (LCM), que receberam previamente duas linhas de terapia, sendo uma delas um inibidor da BTK.[i] [ii]
  • Jaypirce (pirtobrutinibe) é o primeiro e único inibidor reversível da enzima tirosina quinase de Bruton (BTK)[iii]

 

A farmacêutica Eli Lilly and Company anunciou os resultados do ensaio clínico de fase 3 BRUIN CLL-321, que avaliou pirtobrutinibe, um inibidor não covalente (reversível) da tirosina quinase de Bruton (BTK), em pacientes adultos com leucemia linfocítica crônica ou linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC) previamente tratados com um inibidor de BTK covalente. 

O desfecho primário do estudo, a sobrevida livre de progressão (SLP), foi atingido na análise primária[iv], demonstrando que pirtobrutinibe foi superior à escolha do investigador de idelalisib mais rituximabe (IdelaR) ou bendamustina mais rituximabe (BR), com base na avaliação do comitê de revisão independente (CRI). Os resultados atualizados, correspondentes à análise final pré-especificada, demonstram uma melhora consistente na SLP para pacientes tratados com pirtobrutinibe, com uma redução no risco de recidiva, progressão da doença ou morte em 46% em comparação com IdelaR ou BR. 

Esses dados foram apresentados oralmente no 66º Congresso Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH).

“Esses resultados demonstram a capacidade do pirtobrutinibe em promover resultados clinicamente significativos em um cenário pós-inibidor de BTK covalente, o que é especialmente notável dado o mau prognóstico para a população de pacientes incluída no BRUIN CLL-321”, disse Jeff Sharman, M.D., diretor de pesquisa do Willamette Valley Cancer Institute and Research Center e também diretor médico de pesquisa hematológica da The US Oncology Network, e um dos principais investigadores do estudo BRUIN CLL-321. “Esses dados também mostram que pirtobrutinibe pode prolongar significativamente o tempo até o próximo tratamento, com uma mediana de aproximadamente dois anos. Juntamente com os resultados de segurança, os dados do BRUIN CLL-321 são importantes quando consideramos o sequenciamento do tratamento para esse cenário.” 

“Estamos ansiosos com os resultados de pirtobrutinibe, um medicamento que já está aprovado no Brasil para tratamento de linfoma de células do manto, mas que mostra grande potencial para o tratamento de outras doenças onco-hematológicas, como a leucemia linfocítica crônica, que representa cerca de um quarto dos novos casos de leucemia no Brasil”, afirma Luiz Magno, diretor médico da Eli Lilly do Brasil. 

O BRUIN CLL-321 recrutou 238 pacientes que foram randomizados para receber pirtobrutinibe em monoterapia (n=119) ou a escolha do investigador de IdelaR ou BR (n=119). Os pacientes, em ambos os braços, receberam uma mediana de três linhas de terapia anteriores, com todos os pacientes tendo recebido pelo menos um inibidor de BTK covalente anterior. Aproximadamente metade dos pacientes também havia recebido um regime contendo venetoclax. Refletindo o mau prognóstico dos pacientes incluídos nesse estudo, uma alta proporção de pacientes apresentou características de alto risco indicativas de doença agressiva, incluindo mutação TP53 e/ou deleção 17p, status IGHV não mutado e cariótipo complexo. 

Os resultados de eficácia são baseados na avaliação do CRI da população com intenção de tratar (ITT) e utilizam um corte de dados de 29 de agosto de 2024. O cruzamento dos pacientes que estavam no braço controle para receber pirtobrutinibe (crossover) foi permitido após progressão da doença confirmada pelo CRI. Com um acompanhamento mediano de aproximadamente 19 meses, a SLP mediana foi de 14,0 meses para o braço pirtobrutinibe em comparação com 8,7 meses para o braço controle (HR=0,54 [IC 95%, 0,39-0,75]). Os resultados da SLP foram consistentes entre os principais subgrupos associados a mau prognóstico, incluindo pacientes que receberam venetoclax anteriormente e aqueles com mutações TP53 e/ou deleções 17p, status IGHV não mutado e cariótipo complexo. 

O pirtobrutinibe também demonstrou benefícios clinicamente significativos em outros desfechos secundários, como SLP avaliada pelo investigador (SLP mediana: 15,3 vs. 9,2 meses; HR=0,48 [IC 95%, 0,34-0,67]), sobrevida livre de eventos (SLE) (SLE mediana: 14,1 vs. 7,6 meses; HR=0,39 [IC 95%, 0,28-0,53]) e tempo até o próximo tratamento (TTNT) ou morte (TTNT mediana: 23,9 vs. 10,9 meses; HR=0,37 [IC 95%, 0,25-0,52]). Especificamente, entre os pacientes no braço controle que eram elegíveis para crossover, 76% (n=50/66) cruzaram para receber pirtobrutinibe. Múltiplas análises que ajustam o efeito do crossover demonstram tendências a favor do pirtobrutinibe (ponderação de probabilidade inversa de tratamento censurado (IPTW): HR= 0,89 [IC 95%, 0,52-1,53]; modelo de tempo de falha acelerado (AFT) em dois estágios: HR=0,77 [IC 95%, 0,45-1,26]). 

O perfil geral de segurança para pacientes tratados com pirtobrutinibe no BRUIN CLL-321 foi consistente com os dados de segurança do estudo BRUIN de fase 1/2, incluindo eventos adversos de interesse especial. No estudo de fase 3, o tratamento com pirtobrutinibe foi associado a menos eventos adversos emergentes do tratamento (EAETs) de grau 3 ou superior e menos descontinuações do tratamento devido a eventos adversos em comparação com IdelaR ou BR. Ao ajustar para a exposição, a taxa de incidência de EAETs foi, em geral, menor em pacientes que receberam pirtobrutinibe em comparação com IdelaR ou BR. 

“O BRUIN CLL-321 é o único estudo randomizado de LLC ou LLPC já realizado exclusivamente na população pré-tratada com inibidor de BTK, na qual há uma necessidade significativa de novas opções de tratamento, e esses dados ilustram a capacidade do pirtobrutinibe de retardar significativamente a progressão da doença e o tempo até o próximo tratamento nesse cenário”, disse David Hyman, M.D., diretor médico da Lilly. “Esse é o primeiro em nosso conjunto de ensaios clínicos randomizados de fase 3 para pirtobrutinibe a ser lido e estamos ansiosos para continuar a construir o corpo de evidências que apoiam o papel do pirtobrutinibe no avanço do tratamento para pessoas com malignidades de células B.” 

A Lilly está comprometida com a investigação contínua do pirtobrutinibe em pessoas que vivem com neoplasias hematológicas. O programa de ensaios clínicos BRUIN consiste em seis estudos clínicos, quatro dos quais são estudos de fase 3 que avaliam o pirtobrutinibe em LLC/LLPC.
 

Sobre o BRUIN CLL-321

O BRUIN CLL-321 é um estudo de fase 3, randomizado, aberto, de pirtobrutinibe versus a escolha do investigador de idelalisib mais rituximabe (IdelaR) ou bendamustina mais rituximabe (BR) em pacientes pré-tratados com inibidor de BTK com leucemia linfocítica crônica ou linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC). O ensaio recrutou 238 pacientes, que foram randomizados 1:1 para receber pirtobrutinibe (200 mg por via oral, uma vez ao dia) ou a escolha do investigador de IdelaR ou BR de acordo com as doses de bula. O desfecho primário desse ensaio é a sobrevida livre de progressão (SLP) de acordo com os critérios do Workshop Internacional de Leucemia Linfocítica Crônica (iwCLL) de 2018, conforme avaliado pelo comitê de revisão independente cego (CRI). Os desfechos secundários incluem SLP, conforme avaliado pelo investigador; taxa de resposta global (TRG) e duração da resposta (DdR); sobrevida livre de eventos (SLE); sobrevida global (SG) e tempo até o próximo tratamento (TTNT); segurança e tolerabilidade; e resultados relatados pelo paciente (PRO).
 

Sobre Jaypirce (pirtobrutinibe)

O pirtobrutinibe é um inibidor altamente seletivo (seletividade superior a 300 vezes para a BTK - sem ação em 98% das outras quinases testadas em estudos pré-clínicos), não covalente (reversível) da enzima BTK.3 A BTK desempenha um papel fundamental na via de sinalização do receptor de antígeno de células B, que é necessária para o desenvolvimento, ativação e sobrevivência de glóbulos brancos normais, conhecidos como células B, e células B malignas. A BTK é um alvo molecular validado encontrado em numerosas leucemias e linfomas de células B, incluindo linfoma de células do manto (LCM) e leucemia linfocítica crônica ou linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC).[v] [vi] O pirtobrutinibe foi desenvolvido para se ligar reversivelmente à BTK, fornecer cobertura de alvo consistentemente alta, independentemente da taxa de renovação da BTK, e preservar a atividade na presença das mutações de resistência adquirida C481.
 

Sobre a Leucemia Linfocítica Crônica/Linfoma Linfocítico de Pequenas Células

LLC e LLPC são formas de linfoma não Hodgkin de crescimento lento que se desenvolvem a partir de glóbulos brancos conhecidos como linfócitos.[vii] [viii] A LLC é um dos tipos mais comuns de leucemia em adultos.7 Nos EUA, a LLC é responsável por cerca de um quarto dos novos casos de leucemia e haverá aproximadamente 20.700 novos casos de LLC diagnosticados esse ano.7 9 O LLPC é idêntico à LLC do ponto de vista patológico e imunofenotípico, sendo a principal diferença entre eles a localização das células cancerosas. 7 Na LLC, as células cancerosas estão presentes em grande quantidade no sanguee, no LLPC, as células cancerosas são encontradas predominantemente nos linfonodos.7 [ix] [x]
  

 

Eli Lilly do Brasil
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[i] Jaypirce – (Aprovação regulatória) – Disponível em: Link - Acesso em novembro de 2023

[ii] NORD. Mantle Cell Lymphoma. Link Acessado em 23 de maio de 2023

[iii] Mato AR, Shah NN, Jurczak W, et al. Pirtobrutinibe em neoplasias malignas de células B recidivadas ou refratárias (BRUIN): um estudo de fase ½. Lancet. 2021;397(10277):892-901. DOI:10.1016/S0140-6736(21)00224-5

[iv] Sharman JP, Munir T, Grosicki S, et al. 886 BRUIN CLL-321: Randomized Phase III Trial of pirtobrutinibe Versus Idelalisib Plus Rituximab (IdelaR) or Bendamustine Plus Rituximab (BR) in BTK Inhibitor Pretreated Chronic Lymphocytic Leukemia/Small Lymphocytic Lymphoma. Abstract presented at: American Society of Hematology Annual Meeting and Exposition; December 9, 2024; San Diego, CA. Session 642.

[v] Hanel W, Epperla N. Emerging therapies in mantle cell lymphoma. J Hematol Oncol. 2020;13(1):79. Published 2020 Jun 17. doi:10.1186/s13045-020-00914-1

[vi] Gu D, Tang H, Wu J, Li J, Miao Y. Targeting Bruton tyrosine kinase using non-covalent inhibitors in B cell malignancies. J Hematol Oncol. 2021;14(1):40. Published 2021 Mar 6. doi:10.1186/s13045-021-01049-7

[vii] Mukkamalla SKR, Taneja A, Malipeddi D, et al. Chronic Lymphocytic Leukemia. [Updated 2023 Feb 18]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan. Available from: Link

[viii] The Leukemia and Lymphoma Society. NHL Subtypes. Access here: Link. Accessed on October 25, 2023

[ix] NIH National Cancer Institute. Cancer Stat Facts: Leukemia – Chronic Lymphocytic Leukemia (CLL). Access here: Link. Accessed on October 3, 2023.

[x] Bula Jaypirce (pirtobrutinibe) Consultas - Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Acessado em 16 de dezembro de 2024



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