sábado, 25 de janeiro de 2025

O papel da família no processo de adaptação da criança a uma nova escola

A chegada de uma criança a um novo ambiente escolar, seja no berçário ou na educação infantil, é um momento de adaptação marcante tanto para os pequenos quanto para os pais. Nesse contexto, a família desempenha o papel importante de ser responsável por oferecer suporte emocional, criar um ambiente de confiança e estreitar o vínculo com a instituição. 

Para se ter uma ideia, de acordo com a 10ª edição da pesquisa “Educação na Perspectiva dos Estudantes e seus Familiares” do Itaú Social e Fundação Lemann, 43% dos familiares de crianças da Educação Infantil alegaram participar das comissões educativas para compartilhar experiências e ideias que contribuam com a aprendizagem dos estudantes. Esse dado reforça o quanto a participação da família nesse processo de adaptação da criança a uma nova escola é promissora no Brasil e precisa ser cada vez mais incentivada.
 

O papel dos pais
 

Ao lidar com o processo de adaptação, a confiança começa com o diálogo aberto em casa. Ao ouvir e acolher os sentimentos da criança sobre a escola, os pais ajudam-na a transitar melhor por essa nova fase. No entanto, a comunicação clara e frequente não deve acontecer apenas em casa, mas também com a escola. Isso inclui o compartilhamento de informações sobre as necessidades e os progressos da criança, além da manutenção de um diálogo constante com os professores e a equipe pedagógica. 

Nesse sentido, reuniões presenciais e o uso de ferramentas como agendas ou aplicativos escolares ajudam os pais a se manterem informados sobre as atividades, permitindo ajustes e suporte quando necessário. Essa parceria fortalece a confiança mútua e cria um ambiente acolhedor. 

O engajamento dos familiares nas atividades escolares também influencia diretamente na adaptação da criança, demonstrando que a escola é um espaço valorizado. Quando os pais se envolvem em eventos e reuniões, a criança percebe que a escola e a família estão alinhadas, sentindo-se mais segura. Esse engajamento fortalece vínculos com professores e colegas, criando uma rede de apoio que contribui para o bem-estar emocional da criança. 

Criar uma rotina bem estruturada em casa é outro ponto fundamental. Ter horários definidos para atividades diárias proporciona segurança e organização, ajudando a criança a lidar com as novas responsabilidades. Não menos importante, momentos de descanso e lazer contribuem para que a criança esteja emocionalmente preparada para a adaptação. 

Outro desafio comum nesse processo é a socialização. Para muitas crianças, fazer novos amigos pode ser intimidador. Aqui, a família pode atuar incentivando a socialização não apenas no ambiente escolar, mas também em atividades externas, que podem facilitar essa integração e criar uma rede de suporte social, essencial para o bem-estar emocional da criança.
 

Cuidados 

Contudo, é importante destacar que cada criança reage de maneira diferente a essas mudanças. Algumas podem se adaptar rapidamente, enquanto outras levam mais tempo para se sentirem confortáveis no novo ambiente. Por isso, os pais precisam estar atentos aos sinais de que algo pode não estar indo bem, como alterações no sono, falta de apetite, desinteresse em falar sobre a escola, mudanças de humor e resistência a ir para a escola. 

Nesses casos, é importante acolher os sentimentos da criança, incentivar o diálogo e manter contato com a escola para buscar estratégias conjuntas. Oferecer segurança em casa e reforçar a autoestima são as melhores estratégias para superar os desafios. 

Por fim, a adaptação à escola é um processo contínuo, e o papel da família vai além dos primeiros dias, compreendendo a oferta de um ambiente seguro, o estabelecimento de rotinas claras, a promoção do diálogo e manutenção de uma comunicação aberta com a escola. Assim, a adaptação é um processo, e cada pequeno avanço deve ser celebrado, reforçando a confiança da criança em sua capacidade de enfrentar novos desafios.
 


Fernanda Silveira - coordenadora pedagógica da unidade do Rio de Janeiro da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

 

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