Chegou no país o Beyfortus (nirsevimabe) proteção revolucionária para bebês e
crianças contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador de
internações respiratórias em crianças menores de 2 anos
Uma grande novidade acaba de chegar ao Brasil e promete mudar o cenário da
prevenção contra a bronquiolite, a maior causa de internação em crianças
menores de 2 anos. O Beyfortus (nirsevimabe), um anticorpo monoclonal
recombinante humano, foi desenvolvido para prevenir infecções do trato
respiratório inferior causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é
um dos principais responsáveis por quadros graves em bebês e crianças pequenas.
De acordo com a Dra. Anna Bohn, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), “a chegada do Beyfortus ao Brasil representa um marco importante para a prevenção de complicações relacionadas ao VSR, especialmente em grupos de maior risco. Essa nova opção terapêutica oferece uma proteção mais ampla e eficaz em comparação às alternativas existentes.”
A bronquiolite é uma das principais causas de internação em crianças menores de 2 anos no Brasil. Dados da Fiocruz mostram que em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 153 mil internações de bebês menores de um ano por problemas respiratórios, como pneumonia, bronquite e bronquiolite, representando um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Além disso, até julho de 2024, foram registrados mais de 22 mil casos de bronquiolite em crianças de até 2 anos. Esses números destacam a importância de medidas preventivas eficazes contra o VSR.
O Beyfortus está indicado para a prevenção da doença do trato respiratório inferior causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente no caso de dois grupos específicos:
-Recém-nascidos e lactentes no início ou durante sua primeira temporada do VSR.
-Crianças
de até 24 meses de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo
VSR até a sua segunda temporada do VSR, que pode incluir, mas não se limita a
crianças com:
- Doença pulmonar crônica da prematuridade (DPC);
- Doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa (DCC);
- Imunocomprometidos;
- Síndrome de Down;
- Fibrose cística;
- Doença neuromuscular;
- Anomalias congénitas das vias aéreas.
Embora o Beyfortus funcione como uma forma de prevenção contra infecções causadas pelo VSR, ele não é uma vacina. A vacina VSR estimula o sistema imunológico a produzir uma resposta duradoura contra o agente infeccioso, enquanto o Beyfortus oferece proteção imediata e temporária através da introdução de anticorpos monoclonais prontos.
Sendo assim, a aplicação é mais indicada em períodos específicos, como a temporada de maior circulação do VSR. Vale ressaltar que já existe uma vacina VSR para gestantes, que visa prevenir a infecção pelo vírus em bebês de até seis meses por meio da transferência passiva dos anticorpos da mãe para o bebê.
Essa medicação (Beyfortus) deve ser administrada por um profissional de saúde
habilitado com uma injeção no músculo. Geralmente, ele é aplicado na parte
externa da coxa, e o tipo de agulha a ser utilizada deverá levar em
consideração as características do paciente, como tamanho e gordura corporal.
Para garantir a proteção contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) geralmente
uma única dose é suficiente para a temporada de maior
circulação do vírus. Entretanto, a dose é ajustada conforme o peso e a idade do
bebê ou criança que receberá o anticorpo.
Estudos clínicos demonstraram que o Beyfortus oferece uma proteção altamente
eficaz contra infecções graves causadas pelo VSR:
-Redução de 86,2%
na incidência de infecção em bebês muito prematuros e moderadamente prematuros
(28 a 33 semanas de gestação) e 74,5% em bebês a termo ou prematuros tardios
(34 semanas ou mais).
-Redução de 86,5%
em bebês muito prematuros e moderadamente prematuros e de 62,1% em bebês a
termo e prematuros tardios.
Com
uma única dose administrada no início da sazonalidade do VSR, a proteção do
Beyfortus dura até 5 meses, o que cobre todo o período crítico de exposição ao
vírus. Essa característica o torna mais conveniente e eficaz em relação ao
palivizumabe, o anticorpo monoclonal atualmente disponibilizado pelo SUS, que
exige doses mensais e tem um custo maior.
A
bronquiolite é uma das maiores preocupações pediátricas. A nova medicação
representa uma grande esperança, não apenas pela proteção ampla que oferece,
mas também pela possibilidade de reduzir o impacto dessa doença no sistema de
saúde e na qualidade de vida.
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