Todo começo de ano, o mercado se depara com possíveis tendências capazes de moldar as estratégias corporativas e trazer resultados ainda melhores. Na inovação, o mesmo movimento é visto, o qual é, de fato, importante de ser acompanhado para direcionar as organizações em decisões mais inteligentes que alavanquem seu potencial competitivo. Em 2025, se atentar a esses destaques será primordial para que as empresas reforcem sua cultura inovadora e empenhem ações mais assertivas nesse sentido.
A compreensão acerca desta importância vem fomentando um aumento
crescente na quantidade de empresas que investem nessa estratégia. Em dados
divulgados pela pesquisa realizada pelo Instituto Eldorado em parceria com a
Deloitte, como prova disso, a proporção de empresas que investiram em
atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) passou de 45%, em 2019, para 69% em 2022.
E, dentre as ações que vêm sendo mais recorridas neste sentido, veja
seis das que estão ganhando cada vez mais relevância e que tendem a moldar
ainda mais as estratégias corporativas neste ano:
#1 Energias renováveis: a humanidade necessita de fontes mais renováveis de energia.
Principalmente, diante de tantos gastos energéticos decorrentes do uso
constante de tecnologias que demandam essa utilização, como a IA – a qual
consome, inevitavelmente, muitos recursos diante de suas extensas bases de
dados em seu funcionamento. Como exemplo, uma simples pesquisa em uma IA pode
consumir até 1.000% mais energia em comparação a uma pesquisa básica feita por
um buscador da web. Além de reduzir impactos ambientais, essas fontes trarão
uma maior economia às empresas, elevando a vantagem competitiva e abrindo
espaço para exploração de energias mais limpas. Segundo um estudo da
International Business Report (IBR), como prova disso, 74% das empresas
nacionais pretendem intensificar os investimentos nesses recursos.
#2 Mudanças climáticas: essa não é uma tendência de inovação em si, mas uma realidade global
que, se prezada com cuidado pelas empresas, pode contribuir com tais conquistas.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2024 foi o ano mais quente
já registrado, com média de 1,6ºC graus acima dos limites pré-revolução
industrial. Essa série extraordinária de recordes de temperatura é capaz de
gerar prejuízos, até mesmo, irreversíveis à sociedade. Apesar de extremamente
preocupante, essa realidade pode ser melhor gerenciada através de inovações
tecnológicas e sustentáveis como as próprias energias renováveis, cujas
aplicações poderão reduzir emissões prejudiciais ao ecossistema e reverter
esses riscos graves à sociedade.
#3 Deepfake: na era da
conectividade, muito vem sendo explorado, negativamente, dos recursos tecnológicos
para disseminar informações e conteúdos falsos. Um dos grandes focos utilizados
nesse sentido é a IA, a qual é direcionada a falsificar fotos, vídeos e áudios,
distorcendo a realidade. Quanto mais pessoas caíram nessa desinformação,
maiores serão os riscos e ameaças à confiabilidade do mercado – o que ressalta
a importância do investimento em mecanismos inovadores destinados a garantir a
segurança dos dados na internet, especialmente, nas redes sociais, reduzindo as
chances dos cibercriminosos conseguirem propagar informações falsas.
#4 Mudanças geopolíticas: toda mudança geopolítica gera, inevitavelmente, um impacto ao mercado,
expandindo ou dificultando certas relações comerciais. Com a recente reeleição
do presidente americano Donald Trump, como exemplo, os Estados Unidos e a China
podem ganhar maior destaque global, enquanto outras nações da Europa, como
exemplo, podem perder espaço. Essa mudança, do lado positivo, tende a abrir
oportunidades de parcerias internacionais e favorecer certas negociações que,
se forem acompanhadas, poderão fomentar ainda mais o investimento em inovações
que contribuam com a conquista destes resultados benéficos às operações.
#5 Computação quântica: depois de tantas revoluções proporcionadas pela IA, a computação
quântica vem se destacando como uma grande inovação no mercado global. Segundo
uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), essa tecnologia terá a
capacidade de desenvolver cálculos mais ágeis e decifrar códigos, sendo
potencialmente eficaz na resolução de problemas complexos e em gerar simulações
virtuais que seriam impossíveis nos computadores clássicos. Muitos estudos
estão sendo gerados na China nesse sentido, os quais poderão trazer resultados
significativos já neste ano, com uma grande possibilidade de termos os
primeiros serviços de computação quântica disponíveis no mercado.
#6 Soft skills: os
avanços tecnológicos, ao mesmo tempo em que ampliaram e otimizaram o acesso à
informação, também prejudicaram o foco de muitas pessoas, o que pode impactar
no dia a dia corporativo nas soft skills e em seu senso crítico. Este deverá
ser um tópico sensível e de extrema importância dos departamentos de recursos
humanos, de forma que saibam como desenvolver essas habilidades internamente
sem prejuízo diante das tecnologias utilizadas em suas responsabilidades.
Todas as tendências destacadas acima demonstram que 2025 poderá ser um ano de muita reflexão, novas regras, tecnologias e mercados emergentes que expandirão as oportunidades inovadoras. Mas, diante de tantas opções, será preciso aplicar um senso crítico refinado para identificar o que faz mais sentido de ser investido – algo que, certamente, será favorecido através de uma governança sólida por trás baseada em dados reais que, quando incorporada ao planejamento estratégico, dará a base necessária para alavancar o potencial inovador das empresas.
Alexandre Pierro - mestre em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.
ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br
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