quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Crédito em alta: empresas e famílias ampliam empréstimos apesar dos juros elevados

Dados recentes do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a empresas e famílias cresceu 10,7% em apenas um ano, subindo de R$ 5,7 trilhões para R$ 6,3 trilhões

 

 

Apesar do aumento na taxa básica de juros, o crédito no Brasil tem registrado uma expansão significativa. Dados recentes do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a empresas e famílias cresceu 10,7% em apenas um ano, subindo de R$ 5,7 trilhões para R$ 6,3 trilhões. 

 

Essa tendência reflete tanto a necessidade de adaptação a um cenário econômico desafiador quanto a busca por soluções para manter a sustentabilidade financeira em diferentes setores.

 

Para analisar esse fenômeno, conversamos com André Minucci, especialista em mentoria empresarial. Ele destacou os fatores que impulsionam esse crescimento do crédito e os desafios que famílias e empresas enfrentam diante de um ambiente de juros elevados.

 

Crédito nas famílias: alívio emergencial ou armadilha?

 

Entre as famílias, o aumento no uso do crédito é uma resposta direta ao impacto da inflação e à redução do poder de compra. Modalidades como cartão de crédito, cheque especial e crédito pessoal têm sido amplamente utilizadas para cobrir despesas essenciais ou emergenciais. Contudo, essa solução pode se transformar em uma armadilha financeira.

 

“Quando os juros estão altos, o custo do crédito aumenta significativamente, tornando a dívida uma bola de neve difícil de controlar,” alerta Minucci. Ele reforça que a falta de educação financeira contribui para o uso desordenado do crédito, aumentando os índices de inadimplência.

 

A solução, segundo o especialista, está na adoção de um planejamento financeiro rigoroso e na priorização de gastos essenciais. Além disso, ele recomenda a busca por alternativas que evitem a dependência do crédito para equilibrar o orçamento familiar. “Investir em educação financeira e criar uma reserva de emergência são passos fundamentais para reduzir a necessidade de empréstimos e manter a saúde financeira,” afirma.

 

Empresas buscam crédito para sobreviver e crescer

 

O setor empresarial também tem sido um dos principais motores desse crescimento do crédito. Muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, estão utilizando empréstimos para financiar capital de giro, expandir operações ou investir em novas tecnologias.

 

“Em um cenário de alta competitividade, muitas empresas optam por assumir os custos do crédito para não perderem mercado,” explica Minucci. Contudo, ele alerta que o uso indiscriminado de empréstimos pode levar a problemas financeiros graves, especialmente para negócios sem um planejamento sólido.

 

Para ele, é crucial que as empresas analisem a viabilidade dos financiamentos e busquem alinhar seus investimentos ao retorno esperado. “O crédito deve ser uma ferramenta estratégica e não uma solução de curto prazo que comprometa a sustentabilidade do negócio,” comenta.

 

Equilíbrio e estratégia são fundamentais

 

Diante desse cenário, Minucci acredita que tanto famílias quanto empresas precisam adotar uma abordagem mais estratégica. Ele recomenda que empresas invistam em treinamentos de inteligência financeira para empreendedores, enquanto as famílias devem priorizar o planejamento de gastos e a criação de reservas.

 

“O crescimento do crédito, mesmo com juros altos, reflete a resiliência dos brasileiros. No entanto, é essencial que essa expansão seja acompanhada de estratégias que promovam equilíbrio e eficiência no uso dos recursos financeiros,” conclui o especialista.

Embora o cenário econômico ainda apresente desafios, a busca por conhecimento e planejamento pode transformar o crédito de um risco em uma oportunidade, ajudando empresas e famílias a superarem adversidades e a alcançarem seus objetivos financeiros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário