terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Como recrutar fora dos grandes centros?

Muitos acreditam que as grandes oportunidades profissionais estão concentradas nas grandes metrópoles. Entretanto, isso não é 100% verdadeiro. Excelentes vagas e carreiras podem ser conquistadas em cidades menores, mas, são poucos os que se abrem a essas possibilidades – o que desencadeia, nessas regiões, uma maior dificuldade em atrair mão de obra qualificada e, com isso, expandir seu potencial econômico. Aqueles que decidirem, ao menos, conhecer essas possibilidades, certamente poderão conquistar não apenas um bom trabalho, mas também uma melhor qualidade de vida.

O aquecimento do mercado de trabalho especializado está gerando um sentimento de insegurança compreensível entre as empresas. Segundo dados divulgados no Índice de Confiança da Robert Half (ICRH), 3% das companhias têm receio de perder seus profissionais mais qualificados para a concorrência – algo que, diante de tamanhas oportunidades ofertadas nas capitais, se torna ainda maior.

Mesmo diante deste receio, hoje, não podemos atrelar essas metrópoles como locais exclusivos de prosperidade de carreira e qualidade de vida. Afinal, ao mesmo tempo em que podemos encontrar uma série de vagas, a concorrência para preenchê-las é, da mesma forma, elevada. Enquanto, se buscassem por colocações em cidades menores, os mesmos benefícios poderiam ser adquiridos.

A diversidade dos modelos de trabalho ressaltada durante o isolamento social foi um dos fatores que mais contribuiu com essa expansão. Com os avanços tecnológicos, temos, atualmente, uma série de ferramentas que viabilizam operações remotas, mantendo a qualidade dos entregáveis. Dessa forma, empresas locais podem contratar talentos que, não necessariamente, morem na cidade, de forma que consigam trabalhar à distância e ir presencial à sede em ocasiões esporádicas, conforme a cultura corporativa e suas necessidades.

Insistir em ter um modelo totalmente presencial, nestas cidades menores, não é uma decisão estratégica para atrair e reter talentos de outras regiões. Isso porque, aqueles que estariam dispostos a se mudar, na grande maioria das vezes, são os que estão em um momento mais estável de suas vidas, priorizando uma rotinha que lhes proporcionem uma maior qualidade de vida.

Aqueles que não estiverem nesse momento, dificilmente conseguirão se ajustar à logística de se mudar, uma vez que precisariam enxergar vantagens de carreira para aceitar essa nova realidade. Realisticamente, hoje em dia, tem menos pessoas abertas a isso, o que exige destas empresas uma maior flexibilidade em suas operações a fim de contratar talentos qualificados sem barreiras geográficas.

Ainda há uma forte resistência cultural em deixar as grandes metrópoles, no receio de perderem visibilidade no mercado, não serem chamados para entrevistas e deixarem de adquirir oportunidades que alavanquem suas carreiras. Essa é uma mentalidade que, por mais que atrapalhe a atração e retenção nas cidades menores, pode ser mudada, através de um maior destaque feito por essas empresas quanto aos benefícios que terão ao aceitarem entrar para suas equipes.

Fora as tecnologias robustas que temos atualmente, as quais permitem estas operações remotamente, prezar pelo modelo híbrido é uma solução altamente vantajosa, podendo atrair uma maior quantidade de profissionais qualificados sem que precisem estar presencialmente a todo o momento. Estes encontros, dessa forma, podem ser organizados para fins de descontração, reuniões mais estratégicas e eventos relevantes para planejamento ou treinamento, como exemplo.

Ao seguir essas dicas, as empresas localizadas fora dos grandes centros terão um poderoso diferencial competitivo para conquistarem talentos que elevem o patamar do negócio em seu segmento, sem barreiras geográficas que impeçam a vinda de mão de obra qualificada. 



Thiago Gaudencio - headhunter e sócio da Wide Executive Search, boutique de recrutamento executivo focado em posições de alta e média gestão.


Wide
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