quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Bicho geográfico: dermatologista esclarece mitos sobre a doença

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Tentar remover o parasita em casa, aplicar gelo e outros produtos caseiros são medidas que não tratam a infecção e, ainda, podem gerar complicações

 

Nas praias, em quadras públicas de areia e, até mesmo, nos parquinhos, a larva migrans cutânea, popularmente conhecida como “bicho geográfico”, pode causar coceira intensa, vermelhidão, desconforto e lesões na pele. O nome é associado às marcas que ficam evidentes na pele, semelhantes a um mapa, já que o parasita se movimenta na camada subcutânea. Em casos de diagnóstico, o dermatologista do Pilar Hospital, Fernando Zilio, reforça que tratamentos caseiros, como a retirada com agulhas, aplicação de gelo e outros produtos caseiros não são recomendados, uma vez que não tratam a infecção propriamente dita. 

O especialista detalha que o quadro é caracterizado como uma infecção causada por larvas de vermes que habitam o intestino delgado de cães e gatos. “Essas larvas saem das fezes de cães e gatos, caem na areia ou outro ambiente propício, com calor e umidade, e quando o ser humano entra em contato, pisando em cima, por exemplo, entra em contato com a larva, que faz uma perfuração na pele e dá início à infecção”, explica. 

Os ambientes mais propícios para entrar em contato com as larvas são espaços com areia, como as praias, quadras e parques, mas a contaminação também pode acontecer em gramados e outras áreas em que gatos e cães circulam. Por isso, em períodos de temperaturas mais altas, como o verão, os casos podem aumentar, já que a população costuma frequentar mais os ambientes abertos e os espaços públicos. 

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Independentemente da estação do ano, para evitar a doença, o médico recomenda a utilização de sapatos, chinelos e toalhas para evitar contato com o solo. Ao mesmo tempo, o tratamento e o controle de animais que possam estar infectados são medidas que devem ser tomadas de forma conjunta por toda a sociedade, pois, quando protegidos de infecções parasitológicas, os animais diminuem a transmissão e, consequentemente, os casos. 

Agora, se o quadro for detectado, é importante saber quais medidas tomar e quando procurar um especialista. “Sempre que notar uma lesão de pele associada à coceira que não apresenta melhora, é essencial buscar um dermatologista. O tratamento é feito de forma tópica, com pomadas, e via oral, com remédios como anti-inflamatórios, antibióticos ou antiparasitários”, diz Zilio.

 

Fique atento aos mitos e entenda as indicações do especialista:

 

  1. O bicho geográfico pode ser retirado em casa (mito)

O ideal é que nunca se retire parasitas em casa, independentemente do objeto a ser utilizado devido ao risco de gerar uma infecção bacteriana secundária.

  1. Aplicar gelo na região pode matar o bicho geográfico (mito)

A realização de compressas com gelo no local em que a larva se encontra pode aliviar momentaneamente a coceira. No entanto, pode causar queimaduras na pele.

  1. O contato com todos os cães e gatos podem causar infecções (mito)

Apenas animais contaminados são hospedeiros da larva e, para infectar os humanos, é preciso ter contato com as fezes ou com solo contaminado.

  1. O bicho geográfico pode passar de uma pessoa para a outra (mito)

A larva que causa a infecção não pode migrar de uma pessoa para a outra. Mesmo que haja contato próximo com a área afetada, não haverá contaminação.

  1. O bicho geográfico acomete apenas os pés (mito)

A larva pode perfurar a pele em diversas regiões, como os pés, as nádegas, pernas e braços, por exemplo. No entanto, a infecção nos pés é mais comum devido ao contato com o solo.



Pilar Hospital



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