Detecção precoce e evita a doença ocular que afeta um em cada três pacientes com diabetes
O diabetes é uma doença crônica que afeta cerca de 17 milhões de pessoas no Brasil1 e somos quinto país com maior incidência desta condição. Já é sabido que a conscientização das pessoas sobre as complicações graves decorrentes do diabetes, mal ou pouco controlado, pode evitar as consequências comuns como a retinopatia diabética (RD) e o edema macular diabético (EMD).
Uma das principais causas de cegueira evitável no mundo, a retinopatia diabética é caracterizada por lesões nos vasos sanguíneos que nutrem a retina – camada de tecido transparente, na parte posterior do olho, que transmite a luz para o cérebro por meio do nervo óptico –, que ocorrem quando os níveis de glicose no sangue estão elevados. Após 20 anos de convívio com o diabetes, estima-se que 90% dos que tem o tipo 1 e 60% do tipo 2 terão algum grau de retinopatia diabética.2
Só no Brasil, a retinopatia diabética afeta um a cada três indivíduos diabéticos, se consolidando, hoje, como uma das principais causas de perda de visão em pessoas entre 20 e 75 anos, sendo um dos maiores desafios para a saúde ocular no país.
O
edema macular diabético, por sua vez, caracterizado pelo inchaço da mácula,
área central da retina responsável pela visualização de detalhes, é uma
consequência da retinopatia diabética. Estima-se que 10% das pessoas com
retinopatia diabética podem desenvolver edema macular diabético 7-8.
Dados sobre a doença indicam que uma em cada 14 pessoas com diabetes tem edema
macular diabético e mais de 28 milhões de pessoas convivem com a condição no
mundo – a estimativa é que o diabetes afete cerca de 463 milhões de pessoas
globalmente.3.
Doença silenciosa
O tratamento precoce tanto da retinopatia diabética como do edema macular é fundamental para prevenir danos à saúde ocular. “Muitos pacientes só procuram ajuda médica quando começam a perceber sintomas como embaçamento ou manchas escuras na visão. A retinopatia diabética pode ser silenciosa em suas fases iniciais, o que faz com a janela de oportunidade para o tratamento precoce seja perdida em muitos casos”, afirma o oftalmologista Osias Francisco de Souza, professor da Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
A
visita regular ao oftalmologista, juntamente com o controle rigoroso da
glicemia – além da pressão arterial e do colesterol, são fundamentais para
evitar a instalação e eventuais progressões das condições.2
Opções de primeira e segunda linha para o tratamento
Entre os recursos terapêuticos estão a fotocoagulação a laser; a aplicação de antiangiogênicos, substâncias que inibem uma proteína chamada VEGF (fator de crescimento vascular endotelial, em português), responsável pela proliferação de vasos anormais; a cirurgia de vitrectomia, que consiste na retirada e substituição de parte ou da totalidade do vítreo do olho, um fluido gelatinoso e transparente que preenche quase todo o globo ocular; e o uso intra-vítreo de medicações à base de corticoide, uma opção de tratamento que pode ser aplicado em casos em que a terapia com agente anti-VEGF não atinge resultados satisfatórios, algo que acontece com cerca de 50%5 das pessoas em tratamento para o edema macular.
O
Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) – documento que estabelece
as melhores práticas para o diagnóstico e tratamento de diversas doenças,
garantindo que os pacientes recebam cuidados de qualidade, baseados em
evidências científicas – da retinopatia diabética está em processo de
atualização e espera-se que seja publicado em breve para que a população tenha
acesso a opções de tratamento atualizadas.
Adesão é um desafio
A
adesão aos tratamentos de condições como a retinopatia diabética pode ser um
desafio, sendo que diversos fatores podem comprometê-la, como 4:
- Falta de conhecimento sobre a doença: muitos pacientes não
compreendem a gravidade da retinopatia e a importância do tratamento;
- Acesso limitado a serviços de saúde: em regiões remotas, o acesso a
oftalmologistas e tratamentos especializados é restrito;
- Aspectos socioeconômicos: o custo dos tratamentos e a falta de
suporte financeiro dificultam a adesão;
- Barreiras geográficas: A distância até os centros de tratamento
pode dificultar o acompanhamento regular;
- Apoio social: A falta de incentivo familiar e social pode
desmotivar os pacientes.
Para o futuro, as perspectivas para o tratamento da retinopatia diabética são promissoras. "Acredito que, em alguns anos, os recursos terapêuticos passem pela personalização do tratamento e por novas terapias genéticas e celulares que já estão em desenvolvimento", revela Souza. "A incorporação de ferramentas de inteligência artificial já é uma realidade, que pode ajudar desde o diagnóstico até a classificação da gravidade do problema. "
Independentemente
do cenário promissor, é de grande relevância conscientizar a população
diabética sobre a importância da atenção e controle contínuos da condição para
evitar as graves complicações decorrentes dela e garantir uma boa qualidade de
vida aos pacientes.
AbbVie em Oftalmologia
site: Link
AbbVie
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Referências
2 Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas da Retinopatia Diabética. Conitec, 2021
3 Retinal diseases: management
and challenges. Abbvie
4 Knowledge of diabetic
patients users of the Health Unic System about diabetic retinopathy. Rev Bras
Oftalmol.2019;78(2):107-111
5 Somani, S., Koushan, K.,
Shah-Manek, B., Mercer, D., Kanagenthiran, T., Zhao, C., & Alobaidi, A.
(2024). Characteristics and Treatment Patterns of Patients with Diabetic
Macular Edema Non-Responsive to Anti-Vascular Endothelial Growth Factor
Treatment in Ontario, Canada. Clinical Ophthalmology 2023:17 2013–2025. Link.
6 Link.
Acesso em 26/9/24.
7 Klein, R., Klein, B.
E., Moss, S. E., & Cruickshanks, K. J. (1995). The Wisconsin Epidemiologic
Study of Diabetic Retinopathy. Ophthalmology, 102(1), 7-16. https://doi.org/10.1016/S0161-6420(95)31073-8
8 Yau, J. W. Y., Rogers, S. L.,
Kawasaki, R., Lamoureux, E. L., Kowalski, J. W., Bek, T., ... & Wong, T. Y.
(2012). Global prevalence and major risk factors of diabetic retinopathy.
Diabetes Care, 35(3), 556-564. https://doi.org/10.2337/dc11-1909
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