sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Exposição "Rupturas Imaginadas" está em cartaz na WG Galeria

Obras de Larissa Anne. Foto: Divulgação

Ao completar um ano de seu espaço, no centro de São Paulo, a WG Galeria traz 35 obras dos artistas Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano, com curadoria de Maria Luiza Meneses

 

WG Galeria celebra o primeiro ano de atividades do seu espaço no centro de São Paulo e apresenta Rupturas Imaginadas até 25 de janeiro de 2025. A exposição reúne três artistas contemporâneos que, a partir de suas trajetórias distintas e de uma profunda relação com a cidade, provocam uma reflexão sobre as tensões urbanas, sociais e culturais que marcam o presente.

Com curadoria de Maria Luiza Meneses, a mostra apresenta obras dos artistas Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano, que se afastam das convenções estabelecidas e fazem da cidade e de suas complexas dinâmicas o cenário e a matéria-prima de suas criações. "Rupturas Imaginadas" propõe um questionamento sobre as relações de classe, raça e gênero na maior cidade da América Latina, e investiga como as diferentes camadas sociais, territórios e identidades se cruzam, se separam e se tornam simultaneamente distantes e interdependentes.


Três artistas, três rupturas

A exposição busca abrir um campo para os gestos dos artistas, que questionam as convenções visuais, sociais e artísticas. Cada um dos trabalhos exibe uma profunda crítica aos sistemas estabelecidos, oferecendo novas formas de olhar para o espaço urbano e as narrativas que o constituem.

  • Larissa Anne, que combina sua formação em arquitetura com a pesquisa do graffiti, utiliza a cidade como um campo de reflexão sobre o tempo e o território. Suas obras, compostas por três telas, evocam memórias e marcas de um passado recente, abordando as casas, a vida familiar e as ilusões de futuro, com uma paleta de cores que transmite uma crítica social implícita nas relações de poder e nas expectativas de vida. Seu trabalho destaca-se pela capacidade de atualizar o passado à luz das questões contemporâneas, convidando o público a refletir sobre a complexidade do espaço e da memória coletiva.
  • Danilo Cunha, por sua vez, se inspira na estética da contracultura urbana, com fortes influências do punk, hardcore, skate e hip-hop. Seu trabalho explora a cidade em sua forma caótica, buscando a beleza na desordem e realizando intervenções no espaço com materiais coletados da própria urbe, como pedaços de lambe-lambes, tijolos e espelhos de fachadas. Para "Rupturas Imaginadas", ele apresenta uma pesquisa inédita sobre os modos de ocupação da cidade, criando instalações que subvertem as normas e exploram as contradições e poéticas do cotidiano urbano.
  • André Firmiano traz à galeria uma reflexão profunda sobre o mito de criação do mundo, com base na filosofia Bakongo, e investiga a transição entre a vida e a morte. Suas 14 obras, que formam a série "A Quebra da Horizontalidade", mesclam a abstração com o figurativo e dialogam com a ancestralidade dos povos africanos, enquanto trazem também uma crítica ao presente e ao futuro, em especial à virtualização das experiências humanas no contexto contemporâneo. Firmiano utiliza as redes sociais e o metaverso como um ponto de conexão com a história, criando uma ponte entre o passado ancestral e o futuro digital.


  • A cidade como protagonista

A curadora Maria Luiza Meneses explica que a cidade de São Paulo, com sua complexa estrutura social e histórica, é o pano de fundo que dá substância a cada uma das obras apresentadas. "Caminhar por São Paulo é observar a diferença", afirma Meneses. A partir da análise das dinâmicas sociais e urbanas, a exposição propõe um olhar atento para as zonas da cidade que carregam as marcas da colonização, mas também as fissuras abertas pelas resistências populares ao longo da história. "A cidade contemporânea é uma ruína colonial", diz ela, refletindo sobre as desigualdades que perpassam a urbe e como essas diferenças ainda determinam quem tem acesso à dignidade e quem é deixado à margem.


Um ano de arte e reflexão

WG é uma galeria de arte que estabelece diálogo entre a pesquisa e registro de artistas residentes e a multiplicidade de repertórios de artistas emergentes da arte contemporânea. Possui como sócios o casal de arquitetos e artistas André e Mariana Weigand, a head de negócios Cris Genaro e o jornalista Fernando Mungioli. Vem se consolidando no mercado das artes como um espaço legitimamente aberto a diferentes perfis de artistas, linguagens, materialidades e público. A WG considera as questões sociais, culturais e políticas que definem a realidade atual, ao mesmo tempo que valoriza a relação com colecionadores e se dedica à formação de novos consumidores de arte contemporânea.

A abertura da exposição "Rupturas Imaginadas" é uma celebração da trajetória da WG e um convite para o público refletir sobre a cidade, a arte e os caminhos possíveis para um futuro mais inclusivo e plural.

Serviço:

Exposição: Rupturas Imaginadas
Artistas: Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano
Curadoria: Maria Luiza Meneses
Período: até a 25 de janeiro de 2025
Local: WG Galeria – Rua Araújo, 154, Mezanino, São Paulo – SP
Entrada: Gratuita

Site: www.wggaleria.com

Instagram: @wg.galeria

 

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