segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Estudo revela que 86% dos jovens adultos que fazem uso contínuo de medicamentos utilizam remédios psiquiátricos

Pesquisa da Far.me revela que a quetiapina é o medicamento psiquiátrico mais utilizado em todas as faixas etárias, destacando sua importância no tratamento de transtornos mentais 

 

Um levantamento realizado pela Far.me revela que 86% dos adultos entre 18 e 39 anos, que utilizam medicamentos de forma recorrente, fazem uso de remédios voltados para o tratamento de transtornos mentais. Os principais medicamentos consumidos nessa faixa etária incluem quetiapina (15%), venlafaxina (14%) e escitalopram (12%), utilizados para o tratamento de depressão e ansiedade. Os dados destacam a relevância do tema e a importância de adaptar tratamentos às necessidades de cada faixa etária.

O levantamento, que analisou oito mil tratamentos entre janeiro e setembro de 2024, mostra uma queda acentuada no uso de medicamentos psiquiátricos na faixa etária de 40 a 69 anos, onde apenas 44% das mulheres e 53% dos homens que utilizam medicamentos de forma recorrente consomem tratamentos psiquiátricos. A quetiapina (18%) se destaca novamente, seguida por sertralina (13%) e escitalopram (13%). Esse cenário reflete um aumento na utilização de medicamentos voltados para outras condições de saúde, como colesterol e hipertensão, que se tornam mais prevalentes nessa fase da vida. Apesar da queda, é possível ver que os medicamentos psiquiátricos seguem sendo muito utilizados nessa faixa etária.

Já entre os adultos com 70 anos ou mais, o percentual de uso de medicamentos psiquiátricos é de 35%. A quetiapina (19%) continua sendo o medicamento mais utilizado, acompanhada de memantina (8%) e donepezila (8%), ambos utilizados no tratamento de sintomas da doença de Alzheimer. Esse percentual parece menor em comparação com as faixas etárias mais jovens, mas é importante destacar que nessa faixa etária as pessoas além de tomar medicamentos psiquiátricos costumam lidar com outras doenças simultaneamente, o que deixa o tratamento psiquiátrico muitas vezes ainda mais complexo.

"Os dados demonstram que, embora haja uma prevalência significativa de uso de medicamentos psiquiátricos entre os adultos mais jovens, há uma queda notável à medida que as faixas etárias aumentam. Isso não significa que as questões de saúde mental sejam menos relevantes nas idades mais avançadas, mas sim que outros problemas de saúde, como doenças crônicas, estão se tornando mais proeminentes e demandando atenção médica. O que potencialmente deixa o tratamento psiquiátrico ainda mais complexo”, explica Rafael Mandelbaum,  CEO da Far.me. “Portanto, é crucial que o debate sobre saúde mental considere a complexidade das condições que afetam os indivíduos em diferentes estágios da vida, promovendo uma abordagem holística que atenda às necessidades específicas de cada faixa etária com psicólogos e médicos", conclui o executivo.

Os resultados do estudo indicam a urgência de promover uma conscientização contínua sobre a saúde mental em todas as idades, enfatizando que o tratamento deve ser adaptado às necessidades de cada fase da vida, garantindo que todos tenham acesso a cuidados adequados.

 

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