terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Crianças e a capacidade de negociar: um investimento que vale a pena

Marcus Coelho, advogado especializado em negociação, ensina como incentivar os pequenos a aprender a ceder deve fazer parte da educação

 

A briga por um brinquedo no parquinho, ou até mesmo um pedido para dormir na casa de um amigo. Crianças estão a todo momento negociando e tendo que ceder. Mas como ensinar os pequenos a negociar de forma saudável e justa? Para o advogado especialista em negociação, Marcus Coelho, a negociação é uma habilidade vital que está presente em todos os aspectos da vida, desde as interações pessoais até as complexas disputas judiciais. 

“A capacidade de negociar eficazmente é uma exigência cotidiana que deve ser cultivada desde a infância. Ensinar e incentivar a negociação deve ser parte da educação das crianças e essa tarefa deve ser desenvolvida especialmente em casa e conduzida por pais atentos”, afirma Coelho. Para o especialista, a negociação não é apenas uma ferramenta para resolver conflitos; é uma habilidade que promove o desenvolvimento emocional e social das crianças. “Ao aprender a negociar, as crianças desenvolvem a capacidade de ouvir ativamente, compreender diferentes perspectivas e encontrar soluções mutuamente benéficas. Isso não só melhora suas interações sociais, mas também as prepara para enfrentar desafios futuros com confiança e resiliência”, detalha o advogado. 

Algumas estratégias utilizadas no mundo dos negócios podem ser adaptadas para auxiliar os pequenos no desenvolvimento desta habilidade. Entre elas está a educação emocional, que ajuda as crianças a identificar e expressar suas emoções. “Quando as crianças compreendem seus próprios sentimentos, elas estão mais bem equipadas para comunicar suas necessidades e entender as dos outros”, conta. Segundo Coelho, um ambiente saudável para o diálogo é outro ponto crucial, pois cria um espaço onde as crianças se sentem seguras para expressar suas opiniões. Incentivar o diálogo aberto e respeitoso ajuda as crianças a praticar a negociação em um contexto seguro, no qual erros são vistos como oportunidades de aprendizado. 

“Outro ponto, são exercícios de resolução de conflitos. Jogos de papéis e simulações de situações reais permitem que as crianças pratiquem a negociação e desenvolvam suas habilidades de resolução de problemas”, diz. “Crianças aprendem observando os adultos ao seu redor. Demonstrar habilidades de negociação eficazes em suas próprias interações diárias serve como exemplo para todos”, complementa. 

O especialista sugere que os pais ou responsáveis invistam no desenvolvimento das habilidades de negociação das crianças, característica que pode trazer vários benefícios a longo prazo. “Crianças que aprendem a negociar são mais propensas a se tornarem adultos que valorizam o diálogo e a cooperação, qualidades bem-vindas em qualquer ambiente profissional ou pessoal”, comenta, além de destacar que essas habilidades contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes e empáticos, capazes de contribuir positivamente para a sociedade.

“Ensinar a negociação às crianças é um investimento no futuro. Ao capacitá-las com essa habilidade, estamos não apenas preparando-as para enfrentar os desafios do mundo adulto, mas também promovendo um ambiente mais harmonioso e colaborativo”, completa Coelho.


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