terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Como pacientes diabéticos devem transportar insulina na viagem de férias?

Com a chegada das festas e das férias, quem utiliza medicamentos
como insulina, que exige armazenamento entre 2°C e 8°C por
ser termolábil, deve garantir o transporte adequado com bolsas
térmicas ou caixas específicas
  
Divulgação/IA Copilot
Substância requer controle de temperatura; especialista do Grupo Polar explica recursos 


As festas de final de ano estão chegando e, para muitos, também o período de férias, momento ideal para juntar a família e viajar. Além das peças de roupa adequadas para o destino que será visitado, quem faz uso de medicamentos para tratar determinadas condições de saúde, como a insulina, no caso de pacientes com diabetes, precisam incluir o item na bagagem. No entanto, a substância tem uma especificidade: ela é termolábil, ou seja, sensível a variações de temperatura, devendo ser armazenada em temperaturas entre 2°C e 8°C, exigindo o uso de bolsas térmicas ou caixas específicas que mantenham as condições ideais durante o deslocamento. 

A prevalência de diabetes é um alerta crescente no Brasil. Segundo dados oficiais do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, 10,2% da população brasileira já recebeu o diagnóstico da doença, o que representa cerca de 20,7 milhões de pessoas, de acordo com a estimativa populacional do IBGE para 2024. 

Pacientes com diabetes tipo 1 necessitam de insulina diariamente para sobreviverem. De acordo com o relatório "Type 1 diabetes estimates in children and adults", de diabetes tipo 1 em crianças e adultos, da IDF (Federação Internacional de Diabetes, na sigla em inglês), o Brasil é o 3º país no mundo em casos absolutos de diabetes tipo 1, atrás apenas dos Estados Unidos (1º colocado) e da Índia. 

Ao viajar, o paciente diabético não pode levar a insulina na mala de qualquer jeito. “A insulina não deve ser congelada e nem sofrer com as temperaturas extremas. Transportar esse medicamento de forma errada pode impactar negativamente em seu funcionamento e até oferecer riscos ao paciente”, explica a farmacêutica e diretora técnica do Grupo Polar, Liana Montemor. “É importante lembrar que o frasco ou refil de insulina não podem estar em contato direto com o gelo, pois evita que o hormônio seja congelado”, acrescenta. 

Nas viagens, o frasco deve ser colocado em bolsa térmica ou caixa de isopor, sem gelo comum nem gelo seco, a fim de evitar contato direto com temperatura negativa. 

“O gelo que pode ser utilizado é o gelo artificial espuma, com propriedades exclusivas que garantem a estabilidade na manutenção térmica de produtos de cadeia fria e indicado para o transporte de produtos que requerem tempo e temperaturas controlados, principalmente para a faixa de 2 a 8°C, como o caso da insulina. Estas embalagens devem ser qualificadas por profissional competente antes do uso”, diz Liana. 

O tipo e a quantidade de gelos, assim como o recipiente ideal, fazem toda a diferença na manutenção da temperatura. Se colocados de modo aleatório, sem o devido estudo, corre-se o risco de congelar ou aquecer as insulinas, inativando-as. 

Em viagens de avião, o frasco de insulina não deve ser despachado com a bagagem, pois a baixa temperatura no compartimento de cargas pode congelar a insulina.

 

Funcionalidade e praticidade, mas com estilo

O mercado vem criando alternativas para facilitar e modernizar o transporte, sem que seja necessário levar todo um aparato para conservar a insulina quando se estiver fora de casa. Bolsas com design discreto, versáteis e de fácil manuseio, como shoulder bags (bolsas de ombro), têm sido criadas para atender aos pacientes. “Elas contêm sub compartimento para a alocação de até duas unidades de gelo espuma, além de outro para a inclusão de outros itens necessários para o cuidado com a diabetes, como seringas e fitas de medição glicêmica, ou ainda, para levar a carteira, celular e chaves. O design é de uma bolsa comum para o dia a dia, mas que mantém a temperatura ideal da insulina por até 10 horas”, ressalta. 

As shoulder bags passam por testes de qualificação em câmaras térmicas, simulando as condições climáticas características do Brasil. O verão brasileiro, que inicia-se em 21 de dezembro, tem previsão de registrar temperaturas elevadas e pode tornar-se um dos mais intensos da história no Brasil. 

“A tecnologia atual possibilita a criação de materiais que mantêm a insulina na temperatura ideal, assegurando sua eficácia por períodos prolongados”, afirma Liana. “Além disso, o desenvolvimento de designs mais ergonômicos e funcionais facilita o transporte e o armazenamento de itens essenciais para o cuidado diário com o diabetes. Essas soluções proporcionam mais conforto aos pacientes durante viagens e deslocamentos, ao mesmo tempo em que preservam a segurança e a integridade do medicamento, essencial para o controle adequado da saúde”, conclui.



Grupo Polar
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