sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Brasil tem maior reserva de água doce do mundo, mas enfrenta desafios hídricos graves

Seminário no Biopark debate reúso da água e anuncia laboratório para análise de águas a partir de 2025 

 

O Brasil, conhecido por abrigar a maior reserva de água doce em estado líquido do planeta, enfrenta um cenário preocupante: 128 milhões de pessoas vivem em áreas sob risco hídrico, e, entre 2017 e 2020, cerca de 89 milhões foram impactadas por secas e estiagens, conforme dados do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Para reverter esse quadro, especialistas apontam ações fundamentais, como a proteção e recuperação de nascentes, a despoluição de mananciais e o investimento no reúso da água.


Laboratório de águas

Uma dessas iniciativas será desenvolvida no Parque Tecnológico do Oeste do Paraná - Biopark, em Toledo, que abrigará um Laboratório para Análise de Águas e Efluentes. A previsão de início das atividades em pesquisa é em fevereiro de 2025. O Laboratório foi uma necessidade mapeada por meio da UMIPI (Unidade Mista de Pesquisa e Inovação) Oeste Paranaense, uma parceria entre Biopark Educação, Biopark e Embrapa, e está sendo implantado no Biopark Educação, com o apoio da Fundação Araucária, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do estado do Paraná e da Prefeitura de Toledo. O laboratório terá como objetivo principal o desenvolvimento de soluções sustentáveis para o reúso da água e a promoção de políticas públicas que fortaleçam a sustentabilidade das cadeias produtivas.


Inovação na gestão hídrica

O anúncio foi feito durante o Seminário “Desafios e Oportunidades na Gestão Hídrica, Reúso da Água como Caminho para a Sustentabilidade”, realizado no Biopark e que reuniu pesquisadores de instituições renomadas, como USP, Unesp, UFSC e Embrapa, além de representantes do setor industrial. O evento teve como foco a discussão de práticas e tecnologias inovadoras voltadas ao reúso da água, com ênfase nos setores agropecuário e industrial. “O encontro promoveu um debate essencial sobre o aproveitamento responsável da água, trazendo soluções que podem transformar a forma como gerimos esse recurso vital", destaca o vice-presidente do Biopark Educação, Paulo Rocha.

De acordo com o diretor da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Paraná (Seti), Marcos Pelegrina, a pesquisa científica tem papel estratégico no desenvolvimento estadual. “O orçamento da Secretaria aumentou de R$ 70 milhões para R$ 800 milhões em cinco anos, refletindo o compromisso do Paraná com a ciência e a inovação. Nosso objetivo é que o Laboratório de Águas se torne uma referência nacional”, frisa.

“Este laboratório foca no recurso mais importante e escasso do futuro: a água. Ele conectará a agricultura, a indústria e mais de 140 cadeias produtivas, fortalecendo o papel estratégico da pesquisa aplicada”, destaca o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe. 

 

 Biopark


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