Com a proximidade das festas de fim de ano, Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) reforça o alerta para os riscos do manuseio do artefato
As
celebrações de final de ano são marcadas pela queima de fogos de artifício, um espetáculo
bonito para os olhos, mas que pode se transformar em tragédia. Quando
manuseados sem cuidado, esses artefatos oferecem riscos sérios, como
queimaduras de terceiro grau, danos ósseos, amputações e até mesmo a morte.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e
setembro deste ano, foram registrados 288 internações e atendimentos
hospitalares por ferimentos causados por fogos de artifício no Sistema Único de
Saúde (SUS), número maior do que no mesmo período de 2023 - 271 registros.
Já os atendimentos
ambulatoriais de vítimas de queimaduras causadas por fogos de artifício
contabilizaram 112 atendimentos de janeiro a setembro de 2024; em 2023, no
mesmo período, foram 102. Ainda segundo dados da pasta, de 2019 a 2022, o SUS
registrou 1.548 internações por ferimentos causados por fogos de artifício,
média de 1 caso por dia. Na última década, de janeiro de 2014 a setembro de
2024, foram contabilizadas 4.808 internações.
“A força da explosão, combinada com o calor intenso, pode resultar em danos graves aos ossos, como fraturas nos dedos, nas mãos e até no punho. Além disso, a explosão pode causar lacerações profundas, danos aos tecidos e até amputações, dependendo da gravidade do acidente. Por isso, é fundamental tomar precauções rigorosas ao manusear fogos de artifício, sempre seguindo as orientações de segurança e evitando o contato direto com os artefatos”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.
Ocorrências em São Paulo
No estado mais populoso do Brasil, São Paulo, de janeiro a setembro deste ano, foram registrados 15 atendimentos ambulatoriais e 27 internações por acidentes com fogos de artifício, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP). No mesmo período do ano passado, foram 20 atendimentos e 45 internações. Já em todo o ano de 2023, foram registrados 30 atendimentos ambulatoriais e 63 internações pela mesma causa em todo o território paulista.
“Todos os
anos, centenas de pessoas acabam sendo vítimas de acidentes envolvendo esses
artefatos, com consequências devastadoras para a saúde, especialmente para as
mãos, que são as mais afetadas. As lesões podem levar a sequelas permanentes,
comprometendo a funcionalidade e a qualidade de vida dessas pessoas”, salienta
o presidente da SBCM. “Além disso, a recuperação é complexa e exige tratamentos
cirúrgicos delicados, com longos períodos de reabilitação, completa.
O cirurgião
da mão lembra, ainda, que os prejuízos não se limitam apenas ao sofrimento
físico. “As pessoas afetadas por essas lesões precisam se afastar do trabalho
por tempo significativo, em muitos casos, além de custos elevados com
tratamentos médicos e cirúrgicos”, pontua. “É fundamental que as pessoas se
conscientizem dos riscos envolvidos no manuseio de fogos de artifício,
especialmente durante as festas de final de ano, e adote medidas de segurança
para prevenir esses acidentes”, completa.
Prevenção
Uma
orientação importante para evitar acidentes com fogos de artifício é não
manusear os artefatos com as mãos. “Utilize sempre utensílios apropriados, como
suportes ou disparadores, para manusear os fogos. Evite segurá-los diretamente
nas mãos, mesmo os mais simples”.
Ao soltar
fogos, mantenha uma distância segura das pessoas, especialmente crianças e
animais. Não se aproxime do artefato após o acendimento, pois ele pode explodir
inesperadamente.
Também é
importante que a compra de fogos de artifício seja feita em estabelecimentos
autorizados, além de verificar se possuem selo de segurança, garantindo que os
produtos atendem aos requisitos legais.
“Aproveite
as festas de fim de ano de forma segura, respeitando as normas de segurança e
evitando o manuseio imprudente de fogos de artifício. Só assim poderemos
celebrar com alegria”, conclui.
SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão
https://www.cirurgiadamao.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário