Uníssono (acervo da artista)
Mostra "Da
Terra que Somos" é aberta em novembro no Museu da República, em Brasília
No Museu Nacional da República, a
abertura da exposição “Da Terra que Somos” da artista Sonia Dias
Souza, que convida a uma reflexão sobre a transformação da
natureza, a relação do homem com ela e o seu lugar no Universo. Com curadoria e
texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra é um convite
para que o público se engaje em uma discussão urgente sobre nossa sobrevivência
e a preservação do planeta, especialmente em um momento em que as crises
climáticas se intensificam gerando medo e insegurança.
Artista apaixonada pela essência da vida, Sonia
desenvolveu um olhar crítico alimentado por leituras cruzadas entre ciências
como a Física, a Biologia, com destaque à Botânica, e mitos cosmogônicos
extraídos da História das Religiões e de visões do sagrado. A artista acredita
que ao abordar questões fundamentais como criação, ciclos de vida e
regeneração, insere o espectador em uma reflexão sobre a qualidade de sua
relação com o todo.
A arquitetura intrincada de suas peças, aliada as
suas materialidades enfáticas, abrange uma vasta gama de formas simbólicas e
outras aparentadas com organismos biológicos. Sua investigação varre desde
estruturas e aspectos fundamentais do nosso corpo, como o sangue, a
fertilidade, a comunicação entre tudo o que existe, como as raízes das artes
expandindo-se por debaixo de terra, atingindo proporções imensas e, mais ainda,
dimensões macroscópicas como a terra, o cosmos - que os gregos entendem como
ordem - e o vazio, essa substância intangível que parece rodear cada coisa que
existe. Suas obras, frequentemente puxadas para o marrom vivo, sangrado, e para
o azul profundo, semelhante ao azul do artista francês Yves Klein, com o qual
ele pretendia juntar-se ao infinito do céu, exploram ciclos, interseções,
atentam para a complexidade de tudo que existe.
“O sangue não tem cor” figura entre as obras
apresentadas. Composta por pequenas esferas de feltro, semelhantes a hemácias
cujo ciclo de crescimento é interrompido ela alerta para a expansão vertiginosa
por descontrolada do antropoceno, ao mesmo tempo em que conduz a questões centrais
na discussão contemporânea sobre identidade, alteridade, raça e etnia.
“Vórtice”, por sua vez, utiliza círculos de terra para formar o triângulo
invertido, forma feminina arquetípica, um útero a simbolizar fecundidade e
transformação. “Magna” reúne mais de uma centena de seios de argila negra –
símbolos da nutrição e da criação, conectados a ovos vermelhos – expressão
plena e proliferante do início da vida.
Essas criações artísticas promovem um diálogo rico
sobre as relações entre o natural e o artificial, o efêmero e o eterno, a
unidade e o todo.
A exposição “Da Terra que Somos” promete ser uma experiência enriquecedora e transformadora, refletindo a profunda conexão entre arte, natureza e espiritualidade. Não perca a oportunidade de se envolver com essa poderosa mensagem no Museu Nacional da República.
Serviço
Da Terra que Somos” - Sonia Dias de Souza
Local: Museu Nacional da República
Setor Cultural Sul, Lote 2, Brasília-DF
Período expositivo: De 21 de novembro a 17 de fevereiro de 2025
Horários de visitação: Terça a domingo - 9h às 18h30
Entrada gratuita - https://www.instagram.com/museunacionaldarepublica/
https://www.ayocultural.com.br | https://www.instagram.com/ayocultural/
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