Figura do
simpático 'velhinho barbudo', dentro da tradição de cada lar, ajuda a valorizar
os momentos em família
Repleto de simbologias e tradições, o Natal é uma
festividade que muitas famílias não deixam de comemorar. Para os pais, essa
época oferece uma oportunidade única de conversar com seus filhos sobre o
verdadeiro significado do Natal. Ao explicar os valores da generosidade, da
gratidão e da importância do tempo juntos, os responsáveis podem fortalecer
laços e transmitir ensinamentos que perduram por toda a vida.
“Incentivar a crença no Papai Noel e
consequentemente na magia da ocasião é absolutamente saudável. Mais do que
isso, é imprescindível! Toda criança merece viver o encantamento do Natal, e
ninguém deve tirar dela a capacidade de fantasiar. O papel da mãe e do pai é
facilitar o mundo da imaginação para os pequenos, oferecendo-lhes todas as
possibilidades de sonho e fantasia. O Papai Noel é, sem dúvida, uma das
recordações mais bonitas que trazemos da infância”, explica a psicopedagoga e
escritora, Paula Furtado.
Criar tradições significativas, como decorar a
árvore e a casa juntos, assar biscoitos ou preparar doces típicos, visitar
lugares com enfeites natalinos, além de elaborar uma cartinha para o Papai Noel
que comece com um agradecimento pelas conquistas e termine com um pedido de
presente, são práticas que enriquecem a celebração do Natal. Segundo a
escritora, essas atividades não só valorizam os momentos vividos em família,
como também ajudam as crianças a associar o Natal a sentimentos de afeto, união
e compaixão.
No entanto, existem crianças que não gostam de se
aproximar do Papai Noel, neste caso, para evitar traumas, Paula diz que o
importante é respeitar e acolher o medo de cada um. “A pessoa não deve ser
obrigada a se aproximar ou sentar no colo de um “estranho”. Deve-se, nesse
caso, explicar o símbolo do ‘bom velhinho’ e sugerir que a criança converse com
ele, faça um pedido ou entregue a chupeta, por exemplo. Caso o medo persista, é
possível encontrar outras formas de comunicação que seja menos traumático, como
mandar cartas, e-mails, telefonemas ou desenhos”, sugere a profissional.
A tradição de
montar a árvore e enfeitar a casa em conjunto cria memórias afetivas nas
crianças
Sentido da data
A literatura infantil se destaca como uma poderosa
ferramenta educativa e lúdica para mostrar à garotada a verdadeira origem da
época natalina e afasta a ideia de que o ‘velhinho barbudo’ é apenas um símbolo
que entrega presentes. “Existem inúmeros contos natalinos, como o Um Conto de
Natal, de Charles Dickens - a história de Ebenezer Scrooge que
ensina sobre compaixão, generosidade e a importância de valorizar as pessoas ao
nosso redor. Mas gosto particularmente das religiosas, que explicam, por
exemplo, a origem de Santa Claus/ São Nicolau, isso aumenta o sentimento de
pertencimento à convicção de cada lar. Independentemente da religião, as
histórias em geral já trazem mensagens de bons valores e sentimentos, superação
de dificuldades e possibilidades de final feliz”, diz a escritora.
Solidariedade
No diálogo com os filhos, é possível reforçar a
imagem do Papai Noel como um símbolo de compaixão, em vez de apenas associá-lo
à compra e troca de objetos. Este é um momento propício para criar um laço
forte com os valores de altruísmo e empatia. Focar em experiências
significativas, como participar de festas em ONGs, orfanatos e casas de
acolhimento, ou incentivar a doação de brinquedos, roupas e cestas básicas,
pode ser transformador. “Permitir que as crianças entreguem pessoalmente esses
donativos e observem a gratidão dos mais necessitados traz uma importante
conscientização social. Essas práticas transformam o Natal em um instante de
reflexão sobre o próximo, e promove uma experiência mais rica e solidária, além
de afastar o foco do consumo e da recepção de presentes”, aconselha Paula.
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