sábado, 30 de novembro de 2024

Época natalina é propícia para associar, nas crianças, a imagem do Papai Noel a valores de união e fraternidade



Figura do simpático 'velhinho barbudo', dentro da tradição de cada lar, ajuda a valorizar os momentos em família


Repleto de simbologias e tradições, o Natal é uma festividade que muitas famílias não deixam de comemorar. Para os pais, essa época oferece uma oportunidade única de conversar com seus filhos sobre o verdadeiro significado do Natal. Ao explicar os valores da generosidade, da gratidão e da importância do tempo juntos, os responsáveis podem fortalecer laços e transmitir ensinamentos que perduram por toda a vida.

“Incentivar a crença no Papai Noel e consequentemente na magia da ocasião é absolutamente saudável. Mais do que isso, é imprescindível! Toda criança merece viver o encantamento do Natal, e ninguém deve tirar dela a capacidade de fantasiar. O papel da mãe e do pai é facilitar o mundo da imaginação para os pequenos, oferecendo-lhes todas as possibilidades de sonho e fantasia. O Papai Noel é, sem dúvida, uma das recordações mais bonitas que trazemos da infância”, explica a psicopedagoga e escritora, Paula Furtado.

Criar tradições significativas, como decorar a árvore e a casa juntos, assar biscoitos ou preparar doces típicos, visitar lugares com enfeites natalinos, além de elaborar uma cartinha para o Papai Noel que comece com um agradecimento pelas conquistas e termine com um pedido de presente, são práticas que enriquecem a celebração do Natal. Segundo a escritora, essas atividades não só valorizam os momentos vividos em família, como também ajudam as crianças a associar o Natal a sentimentos de afeto, união e compaixão.  

No entanto, existem crianças que não gostam de se aproximar do Papai Noel, neste caso, para evitar traumas, Paula diz que o importante é respeitar e acolher o medo de cada um. “A pessoa não deve ser obrigada a se aproximar ou sentar no colo de um “estranho”. Deve-se, nesse caso, explicar o símbolo do ‘bom velhinho’ e sugerir que a criança converse com ele, faça um pedido ou entregue a chupeta, por exemplo. Caso o medo persista, é possível encontrar outras formas de comunicação que seja menos traumático, como mandar cartas, e-mails, telefonemas ou desenhos”, sugere a profissional.

A tradição de montar a árvore e enfeitar a casa em conjunto cria memórias afetivas nas crianças


Sentido da data

A literatura infantil se destaca como uma poderosa ferramenta educativa e lúdica para mostrar à garotada a verdadeira origem da época natalina e afasta a ideia de que o ‘velhinho barbudo’ é apenas um símbolo que entrega presentes. “Existem inúmeros contos natalinos, como o Um Conto de Natal, de Charles Dickens - a história de Ebenezer Scrooge que ensina sobre compaixão, generosidade e a importância de valorizar as pessoas ao nosso redor. Mas gosto particularmente das religiosas, que explicam, por exemplo, a origem de Santa Claus/ São Nicolau, isso aumenta o sentimento de pertencimento à convicção de cada lar. Independentemente da religião, as histórias em geral já trazem mensagens de bons valores e sentimentos, superação de dificuldades e possibilidades de final feliz”, diz a escritora.


Solidariedade

No diálogo com os filhos, é possível reforçar a imagem do Papai Noel como um símbolo de compaixão, em vez de apenas associá-lo à compra e troca de objetos. Este é um momento propício para criar um laço forte com os valores de altruísmo e empatia. Focar em experiências significativas, como participar de festas em ONGs, orfanatos e casas de acolhimento, ou incentivar a doação de brinquedos, roupas e cestas básicas, pode ser transformador. “Permitir que as crianças entreguem pessoalmente esses donativos e observem a gratidão dos mais necessitados traz uma importante conscientização social. Essas práticas transformam o Natal em um instante de reflexão sobre o próximo, e promove uma experiência mais rica e solidária, além de afastar o foco do consumo e da recepção de presentes”, aconselha Paula.

 

Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares. Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora conclui suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.



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