quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Câncer bucal: instituto estima 15 mil novos casos no Brasil por ano

Doença é o 5º tipo mais comum entre homens e o 7º entre mulheres no Brasil. Especialista da Odontoprev elenca cinco tipos de câncer oral e reforça dicas para prevenir, detectar e tratar a doença nos estágios iniciais

 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que o câncer bucal seja responsável por mais de 15 mil novos casos por ano no Brasil. A doença ocupa a quinta posição entre os tipos de câncer mais comuns entre os homens e a sétima entre as mulheres no país. Além da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, em novembro também é realizado o Dia do Não Fumar (16/11) e o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11). Essas datas são oportunidades para conscientizar a população sobre a relevância do diagnóstico precoce, a prevenção sobre os tipos dessa doença, os fatores de risco e os sintomas.

O câncer bucal tem uma taxa de mortalidade elevada devido, principalmente, à descoberta tardia. Estima-se que cerca de 60% dos diagnósticos aconteçam em estágios avançados, impactando significativamente as chances de cura e os custos de tratamento.
 

“A prevenção é a melhor estratégia. Precisamos conscientizar a população acerca dos riscos dessa doença e esse trabalho deve começar nas escolas, universidades e empresas, educando a população sobre os primeiros sinais e a necessidade de consultas regulares que podem salvar vidas’’, afirma Regina Juhas, Superintendente de Gestão da Qualidade da Odontoprev.
 

O Brasil tem a maior taxa de incidência de câncer bucal na América do Sul: são 3,6 casos por 100 mil habitantes. Além disso, o país tem o 2º maior índice de mortalidade, com 1,5 morte a cada 100 mil habitantes. “Essa estatística comprova que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Os números são um alerta sobre a importância de ações preventivas mais robustas, além de um lembrete sobre como precisamos investir mais em tecnologias de tratamento e preventivas. Campanhas como a Semana Nacional de Combate ao Câncer Bucal ajudam a educar a população sobre os fatores de risco e os primeiros sinais da doença”, destaca Regina.

As visitas regulares ao dentista para monitoramento da saúde bucal são importantes para a identificação precoce de alterações ou sinais que possam indicar uma eventual doença. Dessa forma, se houver algum sinal de câncer de cavidade oral, o tratamento deverá ser iniciado imediatamente.
 

Confira cinco tipos de câncer oral:
 

1. Câncer de língua

A língua é um local comum onde o câncer de boca se desenvolve, segundo a Oral Cancer Foundation, portanto, é um órgão que merece atenção. Alterações na aparência da língua, como caroços ou áreas inchadas, podem ser indicativos de algum problema. Manchas espessas e brancas, bem como manchas ou lesões vermelhas na superfície da língua podem indicar leucoplasia ― uma condição que eventualmente progride para o câncer ― e devem ser avaliadas pelo dentista. Felizmente, manchas cancerosas ou pré-cancerosas podem ser removidas cirurgicamente antes de se espalharem.
 

2. Câncer na gengiva

O câncer também pode se desenvolver na gengiva, portanto, é bom se atentar a alterações como caroços ou áreas grossas e inchadas na margem gengival. Se o dentista observar um tecido suspeito ao examinar sua gengiva, será realizada uma biópsia. Se este exame revelar a presença de um câncer, o próximo passo é um tratamento adicional, que pode ser cirurgia ou quimioterapia.
 

3. Câncer de garganta

O câncer pode se desenvolver nos tecidos moles da garganta, como a laringe ou as pregas vocais. Pessoas com câncer de garganta podem notar alterações como nódulos ou inchaços na parte posterior da boca, mas os sinais também podem ser mais vagos, como dor de garganta, rouquidão ou dificuldade para engolir. No caso desses sinais não melhorarem dentro de uma ou duas semanas, é recomendado uma visita ao dentista. O câncer de garganta é diagnosticado por meio de exames como biópsia, radiografia ou tomografia computadorizada. Se o câncer for diagnosticado, ele pode ser removido com cirurgia ou tratado com radioterapia.
 

4. Câncer de mandíbula e maxila

É importante diferenciar o câncer de mandíbula ou maxila da doença periodontal. A Universidade da Califórnia aponta que, às vezes, surgem nódulos ou espessamento do tecido gengival que podem levar a uma confusão. O câncer de mandíbula e maxila também pode dificultar a mastigação e a deglutição devido à dor e rigidez na mandíbula, dor de garganta ou até rouquidão moderada. Assim como o câncer na gengiva, é preciso fazer exames como tomografia computadorizada, biópsia ou ressonância magnética da cabeça para que o dentista possa verificar a infecção.
 

5. Câncer de lábio

O carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, dois tipos de câncer de pele, podem ocorrer nos lábios ― que tecnicamente pertencem à cavidade oral. Os lábios são expostos a muita luz solar durante o dia e muitas vezes não são protegidos por filtro solar, conforme recomenda a Skin Cancer Foundation. Os sinais e sintomas de câncer de lábio podem ser feridas nos lábios que não cicatrizam, inchaço ou dor geral nos lábios. O câncer de lábio pode ser tratado com a cirurgia micrográfica de Mohs, um tratamento para remoção de carcinomas basocelulares e espinocelulares com o uso de um microscópio, com uma alta taxa de cura.


Confira quatro fatos sobre o
câncer bucal

  1. Causas: existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento dessa doença, como consumo excessivo de tabaco e bebidas alcoólicas, infecção por HPV, obesidade, déficit no consumo de frutas e vegetais, além da exposição solar contínua e desprotegida. Separados, esses fatores já simbolizam uma alta chance, mas quando combinados, potencializam o risco.
     
  2. Tratamento: é recomendado que a pessoa vá ao dentista caso encontre feridas pela boca que não cicatrizam e sangram por mais de 15 dias. O profissional avaliará a situação e seguirá com o tratamento adequado, que pode ser uma cirurgia, como na grande maioria dos casos, radioterapia ou quimioterapia - ou todos esses combinados. Embora o tratamento da doença em si aconteça pelo acompanhamento com oncologistas, antes, durante e depois do processo é importante que o paciente continue sendo assistido também pelo dentista, principalmente por conta da prevenção e cuidado de problemas futuros que os efeitos das terapias podem gerar, como aumentar a sensibilidade dos dentes e gengiva.
     
  3. Câncer de boca tem cura? Sim. É uma doença tratável e que, desde que o diagnóstico aconteça em estágios iniciais, oferece bons índices de cura. Porém, caso não seja tratado rapidamente, o câncer pode atingir outras regiões e tecidos, aumentando o risco de morte. A grande problemática é por tratar-se de uma doença, em muitos casos, silenciosa. Por isso, independentemente de haver sintomas ou não, o mais indicado é ir ao dentista a cada seis meses.
     
  4. Quais sinais devem despertar atenção? Embora a doença possa acontecer silenciosamente, alguns fatores, sobretudo se recorrentes, valem o alerta. Por exemplo: sangramentos frequentes e sem causa aparente em qualquer região da boca; nódulos no pescoço; feridas nos lábios e no interior da boca, que não cicatrizam por mais de duas semanas; manchas vermelhas ou esbranquiçadas e rouquidão persistente. Em casos mais extremos, o paciente pode sentir dificuldades até mesmo para falar, mastigar ou deglutir.

 

Odontoprev


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