quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Comprar dispositivos elétricos nacionais ou importados, eis a questão

A escolha entre produtos importados e nacionais pode ser uma decisão extremamente importante no setor eletroeletrônico. Em geral as empresas analisam os fatores como valor, custo-benefício, prazo de entrega, apoio à economia local e mais recentemente a contribuição à sustentabilidade. Mas a decisão ideal pode envolver a avaliação dos prós e contras em função das prioridades de cada um em determinado segmento de mercado.

No total, hoje em dia, existe sobre a importação sete tributos. São eles o II (Imposto sobre Importação), naturalmente, além do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), ISS (Imposto Sobre Serviços) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Os produtos nacionais não estão sujeitos a taxas de importação e consequentemente não exigem os complexos trâmites de internalização, além de, normalmente, apresentarem fretes mais acessíveis. Mesmo no caso de empresas com mais experiência em artigos importados e até para o profissional de comércio exterior mais experiente, os tributos e artigos estrangeiros podem ser complexos e até às vezes confundí-lo com tantos detalhes.  

O imposto com taxação de compras internacionais foi estabelecido deliberadamente para proteger a indústria de transformação brasileira. Ao escolher produtos exclusivamente importados em vez dos nacionais, este tipo de aquisição pode aos poucos enfraquecer a indústria local, e por consequência reduzir empregos e afetar a economia do país, privilegiando a geração de empregos em outros países e incentivando sua economia.

No mundo empresarial, a facilidade de manutenção é um indicativo muito relevante para entender porque um produto nacional quase sempre é mais indicado para a maioria das decisões de compras industriais. Encontrar todas as peças ou componentes de reposição com facilidade e rapidez no mercado doméstico é mais uma conveniência dos ‘brasileirinhos’, ou seja, fica mais fácil desta forma a troca de itens, evitando a paralisação do trabalho e consequentemente as perdas no faturamento por causa da espera.

A certificação de garantia é outro ‘porto seguro’ nas aquisições domésticas. Produtos importados, em caso de defeitos, nem sempre têm assistência técnica e garantia local, dificultando a reparação ou substituição. O comprador sabe que pode contar na mercadoria nacional com esses recursos a qualquer momento, o que lhe dá mais segurança seja em que situação ele se encontrar.  

Por causa da logística internacional e dos trâmites alfandegários, as importações levam mais tempo para serem entregues. Sem falar que hoje os conflitos internacionais e dificuldades de navegação em áreas de guerra como o Canal de Suez também são situações que complicam muito o comércio internacional.

As durações maiores das viagens internacionais aumentam os custos das mercadorias, e esses impactam no preço do produto final. Sem contar que o transporte de mercadorias de outros países mais distantes gera maior emissão de gases poluentes. De acordo com a Organização Marítima Internacional (IMO) o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO2.

Segundo especialistas em tranding, um exemplo de cenário sobre a vantagem de uma empresa escolher a compra de um produto eletroeletrônico nacional foi o da pandemia de covid-19. Em razão das limitações mundiais de comércio e da interrupção das cadeias de abastecimento, um grande número de países sofreu com a falta de componentes eletrônicos e atrasos na produção.

O Brasil, no entanto, comprovou naquele período sua eficiência, porque inúmeras de suas empresas eletroeletrônicas conseguiram sustentar as operações e atender a demanda interna por aparelhos eletrônicos, entre os quais, equipamentos médicos como respiradores, monitores e outros dispositivos importantes para enfrentar a pandemia e garantir o fornecimento aos hospitais.

E a partir do crescimento do trabalho à distância, a procura por computadores, notebooks e outros eletrônicos aumentou bastante. Por seu lado, a indústria nacional conseguiu atender a demanda, sem a necessidade de grandes importações de emergência.

Afora isso, a menor dependência a importações garantiu um fornecimento mais constante, mesmo diante de uma crise mundial. A eficiência da produção local também permitiu uma resposta mais rápida às necessidades do mercado interno, que não podia esperar muito tempo pelo fornecimento do exterior, dada a situação crítica.

A pandemia demostrou o valor de uma indústria nacional forte e diversificada, capaz de atender às necessidades em períodos de crise. Não temos atualmente problemas críticos de fenômenos atmosféricos, mas como seria se sofrêssemos um evento climático de grandes proporções e no período de reconstrução ainda tivéssemos, que esperar um longo prazo pela vinda do exterior de postes, cabos, braços cruzados, isoladores, luminárias, condutores, transformadores ou conectores? Os produtos nacionais garantem sempre maior segurança e autonomia.

 

Marcelo Mendes - gerente geral da KRJ Conexões ( https://krj.com.br/ ). É economista e executivo de marketing e vendas do setor eletroeletrônico há mais de 15 anos, com atuação inclusive em vários mercados internacionais.


BOLETIM DAS RODOVIAS

Início de tarde com interdição na Anchieta 

 

A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo no início da tarde desta quinta-feira (21). 

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Operação 5x3 - Na Rodovia Anchieta (SP-160), no sentido capital, o tráfego é normal. No sentido litoral, o motorista encontra interdição do km 40 ao km 56. Na Rodovia dos Imigrantes (SP-160) o tráfego é normal no sentido litoral. Mas quem segue em direção à capital, encontra congestionamento do km 60 ao km 49.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

A Rodovia Anhanguera (SP-330) apresenta tráfego normal nos dois sentidos. Na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), tráfego normal no sentido interior. E congestionamento no sentido capital, do km 16 ao km 13+360.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

A Rodovia Raposo Tavares (SP-270) tem tráfego normal nos dois sentidos. Na Castello Branco (SP-280), há congestionamento no sentido capital do km 16 ao km 13+700 das pistas expressa e marginal. No sentido interior, o tráfego está congestionado do km 20 ao km 24 das pistas expressa e marginal.

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

O corredor apresenta congestionamento no sentido capital do km 21 ao km 18. No sentido interior, o tráfego é normal.

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.


Black Friday 2024: o que esperar das promoções?

Envato
Data promete ser uma das mais movimentadas do comércio; quatro tendências devem influenciar promoções e consumidores


Criada nos Estados Unidos na década de 1960, a Black Friday já é uma tradição consolidada em vários países do mundo, sempre na última sexta-feira de novembro. Grandes descontos, promoções relâmpago, preços exclusivos e imperdíveis são os grandes atrativos da data, que promete ser uma das mais movimentadas também no comércio brasileiro. O ano de 2024 ficará marcado tanto pelas novas tendências como também por velhas práticas, ambas ganhando força.

No Brasil, a Black Friday começou a se tornar popular a partir de 2010, com significativo crescimento especificamente a partir de 2015, quando o comércio eletrônico passou a ter presença mais intensa no cotidiano de muitos clientes. Apesar de ganhar força ao longo da última década, o evento ainda não atingiu todo o seu potencial por aqui, principalmente devido a problemas culturais como o mascaramento de preços por parte de alguns lojistas.

De acordo com o doutor em Administração e professor de pós-graduação na Universidade Positivo (UP) Sérgio Czajkowski Júnior, “existe um receio por parte de muitos clientes, e ele é justificado, de que, aqui no Brasil, exista uma ‘Black Fraude’, já que, diferente dos Estados Unidos, onde os descontos têm um peso real; aqui esse desconto, muitas vezes, não é realmente valioso ou interessante, do ponto de vista do custo-benefício”, afirma. Ele pontua algumas tendências para a Black Friday deste ano.


  1. Inteligência artificial

O uso mais massificado da inteligência artificial deve ter relativa influência na Black Friday deste e dos próximos anos. “A tendência é que você potencialize tanto programas de fidelidade quanto possibilidades de personalização de ofertas para determinados perfis de clientes usando os recursos tecnológicos e demais inovações disponíveis”, observa Czajkowski, que estuda as aplicações da IA em diferentes processos no pós-doutorado.


  1. Promoções estendidas

O nome faz menção a uma sexta-feira, mas, em terras brasileiras, as promoções que deveriam ser aplicadas apenas em um dia acabam se estendendo ao longo de até um mês. Em 2024 não deve ser diferente. “Nos Estados Unidos trata-se, sim, apenas de um dia de descontos, mas, aqui, as empresas sempre optam por promover a ‘semana de Black Friday’ ou a ‘quinzena de Black Friday’, com descontos por vários dias consecutivos.”

Em Curitiba, o Ventura Shopping, por exemplo, optou por estender as ações de Black Friday aos dois dias seguintes, abrangendo todo o fim de semana. De 29 de novembro a 1o de dezembro, haverá uma loja específica da Black Friday dentro do shopping, onde os consumidores podem encontrar produtos de diversas lojas a preço de custo, além de promoções relâmpago em itens como vestuário, calçados e eletrônicos. "O próprio shopping decidiu garantir, por meio de uma curadoria, que dentro dessa loja todos os produtos sejam oferecidos pelo menor preço possível", afirma a gerente de Marketing do Ventura, Daniela Leal.


  1. Boas ofertas também em lojas físicas

Nem só de vendas on-line se faz uma Black Friday. O professor ressalta que, em 2024, os lojistas, sempre que possível, também devem focar esforços para atrair os clientes para as lojas físicas, não só pelas ações promocionais, mas também como forma de fortalecer as políticas de CRM.

Após o confinamento decorrente das medidas sanitárias, as pessoas estão desejosas em sentir novas emoções e viver experiências inusitadas e impactantes. Tal movimento se configura, inclusive, como uma tendência pós-pandêmica. “Ao longo dos últimos anos, as pessoas têm comprado mais pela internet, influenciadas principalmente pelas restrições da pandemia. De volta ao presencial, os consumidores devem ficar de olho nas ofertas das lojas físicas, que têm se tornado cada vez mais interessantes, com os comerciantes tentando atrair o público de volta para seus espaços”, comenta.


  1. Nem toda promoção é para você

“Os consumidores estão cada vez mais conscientes e tomando decisões mais planejadas. Isso significa que é mais difícil ‘enganá-los’ com promoções tipo ‘a metade do dobro’. Mesmo assim, é importante ter em mente que mesmo as ofertas que parecem mais atrativas nem sempre são para você. Vale a pena fazer uma lista dos itens mais necessários para não perder o controle dos gastos e acabar comprando mais do que pode pagar”, alerta Czajkowski.



Ventura Shopping
www.venturashopping.com.br

Universidade Positivo
up.edu.br/

 

Brasil registra piora em ambiente institucional para negócios

Estudo conduzido pela PALAS registrou queda de 26% em relação a 2020


Ter um ambiente de negócios seguro e simplificado é fundamental para a expansão empresarial e crescimento econômico de qualquer país. No Brasil, infelizmente, este aspecto vem piorando. Segundo dados divulgados no último Índice Global de Inovação (IGI), realizado pela World Intellectual Property Organization (WIPO), que analisa 133 países, ocupamos a 103ª posição na categoria “Instituições”. Em 2020, ocupávamos a 82ª posição. Uma queda de 26%, segundo uma análise comparativa realizada pela PALAS, consultoria pioneira na ISO de Inovação.

Dentro desta categoria, foram avaliados três aspectos com notas individuais. No primeiro deles, “Ambiente institucional”, responsável por medir a probabilidade e gravidade dos riscos políticos, legais, operacionais ou de segurança que afetem as operações comerciais, estávamos na 91ª posição em 2020 e caímos para 92ª, em 2024, uma queda de 1%.

Já no quesito “Ambiente regulatório”, que reflete as percepções da capacidade do governo de formular e implementar políticas e regulamentos que permitem e promovem o desenvolvimento do setor privado, fomos de 77ª para 81ª, uma queda de 5%.

Na terceira categoria avaliada, de “Ambiente de negócios”, representando a garantia governamental de um ambiente político estável para se fazer negócios, a queda foi ainda mais brusca, indo do 80º lugar para o 125º, o que é equivalente a uma piora de 56% em apenas quatro anos. “Esses números servem de alerta para que as iniciativas públicas e privadas repensem as condições institucionais do nosso país”, defende Alexandre Pierro, sócio fundador da PALAS.

Países como Tailândia, Vietnã, Ilha de Malta, Turquia, Polônia e Islândia, que são infinitamente menores que o Brasil tanto em extensão territorial quanto populacional, estão à nossa frente neste ranking, demonstrando classificações superiores e melhores condições para fomentar um ambiente inovador.

De acordo com Pierro, mesmo dispondo de completa capacidade para se destacar em inovação, nosso país peca em termos estratégicos. “O Brasil precisa melhorar – e muito – seus critérios de governança corporativa. E, obviamente, esta não é uma obrigação apenas do governo. As empresas também devem desenvolver ambientes mais promissores, buscando se estruturar para competir de igual para igual com outros países”. 

Segundo o especialista, as normas ISO têm justamente essa finalidade. “Elas funcionam como uma língua universal para os negócios, criando padrões elevados de gestão”, alega. A ISO 9001, de gestão da qualidade, é a mais adotada em todo o mundo e fornece requisitos essenciais para melhorar e aumentar a capacidade de uma empresa fornecer produtos e serviços de maneira consistente, atendendo às demandas de seus clientes e do mercado como um todo.

Mais recentemente foi publicada a ISO 56001, de gestão da inovação, que estabelece requisitos para que uma empresa inove de forma consistente e contínua. A metodologia está embasada em oito pilares: Liderança com foco no futuro; Adaptabilidade e resiliência; Abordagem por processos; Gestão de incertezas; Cultura colaborativa; Direção estratégica; Realização de valor e Gestão de insights.  

Contudo, a norma não estabelece o que cada empresa deve fazer, devendo cada uma criar suas próprias estratégias de acordo com os objetivos esperados. “Já temos casos de implementação em empresas de portes e segmentos diferente e, em todas elas, os resultados mostram que inovar é um direito e dever de todos. Estas empresas estão criando ambientes de negócios muito mais seguros e promissores no médio e longo prazo”, garante.

Inovar a partir de um modelo internacional pode ser o caminho mais curto para que o Brasil, país que figura entre as 10 maiores economias do mundo, conquiste uma posição mais adequada no Índice Global de Inovação. “Temos plena possibilidade de nos tornarmos uma referência em inovação. Contudo, precisamos adotar estratégias inteligentes, capazes de elevar o nosso patamar de governança para a inovação de maneira sólida”, finaliza Pierro.

 

ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br


Três canais para elevar as vendas no final do ano

 

O final de ano, sem dúvidas, é a época mais aguardada do comércio. Afinal, do ponto de vista financeiro, os clientes têm maior poder aquisitivo para realizar compras, já do aspecto emotivo, a sequência de datas comemorativas desperta o desejo de presentear amigos e familiares. Diante de um período promissor para os comerciantes, torna-se essencial alinhar estratégias e, principalmente, potencializar o uso de canais de vendas.

Nos últimos anos, estar presente onde o cliente está se tornou um desafio. Com a mudança nos hábitos e comportamentos dos consumidores, personalizar o atendimento deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. Entender as preferências do público, desde o tipo de produto até o canal de compra, é indispensável para garantir maior alcance e proximidade.

É importante lembrar que todo ponto de contato pode se tornar um canal de vendas. Seja no ambiente digital ou físico, as estratégias devem transformar o atendimento em vendas e proporcionar a melhor experiência ao cliente. Abaixo, destaco três canais que estão em alta e são capazes de impulsionar as vendas:

#1 E-commerce: com o aumento das compras online pós pandemia, o e-commerce se tornou o canal preferido de muitos consumidores. Em 2023, este mercado no Brasil faturou R$ 185,7 bilhões, segundo dados da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Esse canal é não apenas uma excelente opção de vendas, mas também uma ferramenta para mapear a jornada do cliente e atrair novos parceiros.

#2 Live commerce: essa abordagem consiste em vendas transmitidas ao vivo pela internet, e está ganhando força no mercado. A plataforma Shopee, por exemplo, registra um aumento de até cinco vezes nas vendas nos dias em que realiza lives. Esse formato permite maior conexão com o público e alcança potenciais clientes diretamente no local onde eles já estão presentes e engajados.

#3 Bots: esses continuam sendo um canal estratégico para conversão de vendas. Eles proporcionam um atendimento ágil e preciso, respondendo dúvidas e orientando o cliente durante a navegação. Utilizados corretamente, ajudam a melhorar a experiência de compra sem serem invasivos, oferecendo suporte em tempo real ao consumidor.

Embora existam diversos canais de vendas disponíveis, sua eficácia dependerá da estratégia associada ao uso de cada um. Consumidores atuais esperam um atendimento personalizado e humanizado, se não tiverem suas expectativas atendidas, buscam outras opções.

Portanto, antes de adotar qualquer canal, é fundamental que os comerciantes verifiquem se ele se alinha ao perfil e preferências do cliente. Isso pode ser realizado desde o mapeamento de hábitos até a identificação de padrões de acesso, cujas informações permitem ofertar os produtos certos no momento e local adequados. E, mesmo que essa abordagem exija integração e alinhamento das áreas com os canais de vendas, hoje, ferramentas de Inteligência Artificial, por exemplo, facilitam a execução dessas estratégias, tanto no online quanto no offline.

Nesse cenário, contar com o apoio de uma empresa especializada pode fazer toda a diferença. A presença de profissionais capacitados auxilia na identificação de oportunidades e na escolha do canal mais aderente ao perfil do negócio, maximizando os resultados.

Mais do que a Black Friday ou outras datas comemorativas, o comércio está ativo o ano todo. Entretanto, o que determina o desempenho em cada período é o quão bem alinhada está a estratégia de vendas com os canais escolhidos. A tendência é que o público continue expandindo suas preferências e cabe às marcas acompanharem essa evolução. Afinal, vencem não apenas os que vendem mais em um período específico, mas aqueles que sabem sustentar e ampliar seu desempenho ao longo do ano inteiro.

 


Luiz Correia - head comercial na Pontaltech.

Pontaltech


Ansioso pelo resultado do Enem? Veja como usar a nota

Pravaler dá dicas para os alunos que desejam iniciar a graduação no próximo ano
 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se consolidou como uma das principais vias de acesso ao ensino superior no Brasil. Ao realizar a prova, os estudantes avaliam seus conhecimentos em diversas áreas e disputam vagas em universidades e institutos federais. A nota do Enem desempenha um papel importante na trajetória acadêmica e profissional dos jovens brasileiros, tornando essencial a compreensão das melhores estratégias para utilizá-la. 

A nota pode ser utilizada de diversas formas para acesso ao ensino superior, incluindo programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fies. Veja abaixo algumas dicas do Pravaler para utilizar a nota:

 

  • Financiamento estudantil pelo Fies

Com o resultado em mãos, o estudante pode utilizar as iniciativas do governo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ou pelo Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies) para financiar a graduação desejada em instituições privadas. 

Podem concorrer ao Fies candidatos que já tenham realizado alguma edição do Enem a partir de 2010, obtido média igual ou superior a 450 pontos e não ter zerado a redação. A renda familiar do estudante deve ser de até três salários mínimos, para o Fies, e até cinco salários mínimos para o P-Fies. As taxas variam de acordo com a modalidade e instituição.

 

  • Sistema de Seleção Unificada (Sisu)

Aplicando a nota do Enem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o candidato consegue acesso às universidades e institutos públicos. Para isso, o estudante deve utilizar a nota do Enem realizado naquele ano e não pode ter zerado a redação.

Caso o aluno já tenha participado de edições anteriores do Sisu, pode concorrer novamente para a seleção se não estiver cursando nenhuma graduação.


  • Prouni

O Programa Universidade para Todos (Prouni) é um programa que oferece bolsas de estudos integrais ou parciais em faculdades privadas, de acordo com a renda familiar do aluno. Quanto maior for a nota, maiores são as chances de conquistar uma bolsa no processo seletivo.

Para concorrer, é preciso ter obtido uma nota igual ou superior a 450 pontos no Enem e não ter zerado a redação, ter renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa e ter realizado o ensino médio de forma integral em escola pública ou privada, na condição de bolsista.

Cada universidade estabelece as notas de corte, que são informadas a partir do segundo dia de inscrição, quando é possível ter a média da relação candidato vaga para cada curso.
 

  • Ingressar em uma faculdade privada com bolsa de estudos

O candidato não necessariamente precisa realizar o vestibular próprio da instituição. Uma série de universidades particulares já aceitam a nota do Enem como forma de ingresso, sem a necessidade de participar de algum programa do governo. O seu desempenho no exame ainda poderá garantir o acesso a bolsa de estudos de até 100%.

A nota para a entrada no curso fica a critério da faculdade, mas a maioria das instituições usam a média mínima utilizada pelo Ministério da Educação (MEC), de 450 pontos na prova e não ter zerado a redação. Aos que tem um bom desempenho, as universidades costumam ofertar condições diferenciadas de descontos e créditos estudantis.

Para encontrar bolsas de estudos, é possível pesquisar em plataformas como o Amigo Edu, que oferece bolsas para graduação, pós-graduação e cursos livres de até 80% de desconto em diversos cursos e instituições de ensino.
 

  • Ingressar em um curso técnico pelo Sisutec

O Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec) é um programa criado pelo governo federal para facilitar o acesso ao ensino técnico em instituições públicas e privadas de educação tecnológica.

Essa modalidade é mais um dos caminhos que a nota do Enem facilita para o ingresso ao mercado de trabalho de forma mais rápida, visto que o período das aulas é otimizado e direcionado para demandas específicas e áreas que apresentam carência de profissionais.

Para participar do processo seletivo do Sisustec é preciso ter concluído o ensino médio, feito a prova mais recente do Enem e não ter zerado a redação. 85% das vagas são destinadas a candidatos de baixa renda e que estudaram em escolas públicas ou privadas como bolsista integral.
 

  • Estudar em uma universidade em Portugal

Mais de 40 universidades portuguesas já utilizam a nota do Enem como forma de ingresso para estudantes brasileiros. Há uma série de requisitos para ficar atento na hora de se candidatar, como ter um passaporte válido, o certificado de conclusão do ensino médio, não ter morado em Portugal há mais de dois anos e o investimento por conta do aluno.

O calendário de matrículas e processo de seleção para os cursos oferecidos variam de acordo com a universidade. Essas vagas são ofertadas em uma série de universidades, tais como a Universidade de Coimbra, Universidade do Algarve e a Universidade de Lisboa.
 

  • Destacar a sua nota no currículo

Quem está começando no mercado de trabalho acaba tendo pouca experiência para ressaltar no currículo ao se candidatar para vagas de emprego. Esse é o momento ideal para valorizar seu resultado, utilizando-o como um diferencial nos processos seletivos e compartilhando sua nota entre os pontos que se destacam em sua carreira.
 

  • Financiamento estudantil com o Pravaler

Para quem não conseguiu fazer o exame ou não obteve a nota mínima necessária para se candidatar às vagas do Sisu, Prouni ou Fies, o Pravaler pode ser uma alternativa.

Com esse programa, você não depende do resultado do Enem para ter o crédito aprovado e ainda pode financiar as mensalidades do seu curso em até o dobro do tempo da sua graduação, pagando parcelas menores e que cabem no seu bolso.

O Pravaler funciona de maneira bastante simplificada e o aluno pode fazer sua simulação online, sem burocracias.
 

69% das empresas não possuem programas de inclusão, reconhecimento ou capacitação para mães, aponta pesquisa da Cath


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Estudo da plataforma de empregos também mostrou que 42% dos respondentes disseram ter menos de 10% deste perfil no quadro de colaboradores

 

A Catho, plataforma gratuita de empregos, realizou a Pesquisa Mães 2024, um levantamento destinado a analisar, identificar e conscientizar ações relacionadas à maternidade no mercado de trabalho. O estudo, feito apenas com empresas, teve sua maioria residente no estado de São Paulo (89%) e atuante, em especial, nos setores de prestação de serviços, indústria e comércio. 

Segundo os respondentes, na maioria das empresas ainda não há programas de inclusão, reconhecimento ou capacitação para mães e/ou gestantes, que podem incluir apoio psicológico, licença-maternidade estendida e oportunidades iguais de promoção, representando 69%. Além disso, 17% relataram que encontraram resistência em contratar ou desenvolver mães por parte das lideranças. 

Patricia Suzuki, diretora de Gente & Gestão da Catho, diz que a atenção para programas que conversem com maternidade é tópico importante dentro de uma organização: “Isso pode impactar diretamente a experiência das colaboradoras, a cultura da empresa e a retenção de talentos. Horários flexíveis, licenças-maternidades adequadas e suporte para o retorno ao trabalho são algumas práticas que podem auxiliar no processo de conciliação da carreira e maternidade”. 

No que diz respeito ao espaço de mães dentro das empresas, 42% dos respondentes disseram que menos de 10% do quadro de colaboradores são mães ou gestantes e cerca de 14% não possuem este perfil de colaborador. O número fica ainda mais evidente e preocupante quando comparado à nível nacional, onde 69% das mulheres no Brasil possuem ao menos um filho, conforme dados do Datafolha, mostrando como muitas profissionais ainda enfrentam dificuldades de espaço e o cenário ainda está distante de ser justo e inclusivo. 

“Há uma diferença muito grande entre a quantidade de mães do nosso país e de profissionais atuando em regime formal de trabalho. Ter vagas direcionadas para este perfil também é ponto a ser levantado dentro das companhias, contribuindo para mais oportunidades e desenvolvimentos”, complementa Suzuki. 

Em relação aos benefícios para o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, os mais oferecidos pelas organizações incluem horários flexíveis (21%), salário-família (17%), seguro de vida familiar (17%) e licença-maternidade (10%). O trabalho remoto foi mencionado por 7% dos respondentes. 

Por outro lado, o levantamento da plataforma de empregos apontou que as profissionais mães ou gestantes encontram uma evolução de Soft Skills devido à maternidade, sendo elas: resiliência (14%), proatividade (12%) e empatia (11%). 

“A experiência da maternidade, como apontado na pesquisa, acelera o desenvolvimento de soft skills, que podem - e muito - contribuir para o progresso de uma empresa. Práticas inclusivas, desde a conscientização para o tema até a implementação de políticas e incentivos direcionados podem contribuir para a reversão deste quadro. A pesquisa da Catho é um alerta para esse cenário”, finaliza a diretora.


Oportunidades de fim de ano: veja como encontrar um trabalho temporário e garantir uma renda extra

Além de um dinheiro a mais, esses trabalhos podem representar uma chance de efetivação

 

O fim do ano é uma das épocas em que é possível conseguir um trabalho temporário, sendo uma ótima opção para aqueles que querem fazer um dinheiro extra ou estão desempregados.  A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) prevê um número de 450 mil novos contratos de trabalho temporário no país entre os meses de outubro, novembro e dezembro de 2024.

Impulsionado pelas datas comemorativas da época, o comércio é um dos setores que geralmente concentra mais oportunidades. Contudo, é possível encontrar vagas temporárias em outras áreas, como logística, distribuição e na indústria.

 

Como conseguir?


A busca por uma vaga temporária deve englobar alguns aspectos importantes. Para isso, alguns passos são bem-vindos para tornar a candidatura mais atrativa aos olhos dos recrutadores:


Invista no currículo: use informações claras e objetivas, destacando as habilidades que mais correspondem ao perfil da vaga. O candidato ainda pode adaptar o objetivo, de modo que atenda aos diferentes requisitos das vagas disponíveis.


Não se esqueça das referências: esse ponto é muito valorizado quando se trata de oportunidades temporárias. O ideal é que a pessoa disponibilize o contato de gestores das suas experiências anteriores. Além disso, destacar essas experiências anteriores valoriza o currículo.


Esteja aberto para atuar em diferentes setores: para aqueles que estão precisando de uma oportunidade, é importante a disponibilidade e adaptabilidade para vagas em áreas diferentes. Nesse sentido, o candidato pode fazer um balanço daquilo que faz de melhor, selecionando as áreas possíveis para trabalhar.


Aposte na formação: é comum não exigir experiências anteriores para  trabalhos temporários. Dessa forma, é possível destacar a formação e outros cursos, caso houver.

 

Como ser efetivado 

As vagas temporárias podem representar uma porta de entrada para uma oportunidade fixa. Nesse sentido, é importante que o trabalhador esteja atento aos detalhes, demonstrando interesse em aprender, com atitude proativa e entregando resultados. Outra alternativa que pode ser utilizada é a conversa com o gestor ou supervisor para discutir possibilidades de efetivação.

 

A vaga ideal

Ao optar por um trabalho temporário, a busca pode ser feita por meio de plataformas digitais, utilizando filtros e cadastrando currículos gratuitamente. Uma delas é o buscador de vagas da Refuturiza, ecossistema que une educação e empregabilidade, no qual é possível encontrar oportunidades em todo o Brasil. A plataforma está disponível no link: https://vagas.refuturiza.com.br/.



21 Dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e menina


 

O Grupo Mulheres do Brasil, organização da sociedade civil dedicada à igualdade de gênero e ao empoderamento feminino, reforça seu compromisso com o combate à violência contra mulheres e meninas ao participar da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Inspirada em uma iniciativa global iniciada em 1991, a campanha no Brasil se estende por 21 dias, começando em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e terminando em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A campanha internacional homenageia as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, assassinadas em 1960 pelo regime ditatorial de Rafael Trujillo na República Dominicana. Conhecidas como "Las Mariposas", as irmãs são um símbolo de resistência e luta contra a violência de gênero.


Programação nacional e internacional


Neste ano, o Grupo Mulheres do Brasil, que conta com 152 núcleos em território nacional e em 23 países, organizará atividades em 84 regiões durante o periodo, destacando a Açao pela Não Violência contra Mulheres e Meninas. No Ceará, a ação ocorrerá no dia 30 de novembro, na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, com uma corrida que espera reunir mais de 1.500 participantes.

Márcia Vieira, responsável pelas ações de combate à violência em Fortaleza, enfatizou a importância dessas iniciativas: "As diversas formas de violência contra o gênero feminino e os altos índices registrados no País trouxeram reflexões sobre os variados cenários da violência de gênero contra meninas e mulheres, com a contextualização de suas vulnerabilidades, suas interseccionalidades, necessitando de olhares e ações mais eficientes dos governos, judiciário e de toda a sociedade."


Letramento como ferramenta de combate


Outra ação relevante do Grupo será o lançamento de uma Cartilha Educativa de Prevenção à Violência, que terá abrangência mundial. O material buscará informar mulheres e a sociedade em geral sobre formas de identificar, prevenir e combater situações de violência. Segundo o grupo, o letramento é fundamental para romper o ciclo de violência e permitir que mulheres resignifiquem suas vidas e as de suas famílias. Além disso, vídeos e conteúdos informativos serão disponibilizados nas redes sociais e no canal do YouTube do Grupo, ampliando o alcance das mensagens da campanha.


Alinhamento com os ODS


O Grupo Mulheres do Brasil integra suas ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente ao ODS 5, que promove a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas. "A campanha e outras ações do Grupo estão alinhadas com os ODS da Agenda 2030, elaborados pela ONU, em especial no combate à violência e na luta contra o tráfico e exploração sexual," reforçou Márcia Vieira.

Ela também destacou que as iniciativas do grupo ultrapassam os 21 dias de ativismo: "O trabalho do grupo não se resume aos 21 dias, pois é grande o número de mulheres já assistidas pelo Grupo Mulheres do Brasil, que, através dos seus núcleos e projetos, vem resgatando vidas e empoderando mulheres."

Com um esforço coletivo e contínuo, o Grupo Mulheres do Brasil segue fortalecendo o movimento contra a violência de gênero, mobilizando diferentes frentes para transformar a realidade de milhares de mulheres e meninas no Brasil e no mundo.

 

Black Friday 2024: Aproveite as oportunidades sem o risco de ficar no vermelh

Especialista dá dicas para gastar com cautela, evitando o endividamento

 

A Black Friday é um dos eventos mais aguardados pelos consumidores, oferecendo descontos atraentes em uma variedade de produtos e serviços. No entanto, a empolgação pode levar algumas pessoas a gastar mais do que o planejado, resultando em dívidas indesejadas. Para evitar esse cenário, é essencial adotar uma abordagem consciente e cautelosa ao fazer compras nesta data. 

 

"Datas como a Black Friday naturalmente desencadeiam o desejo de adquirir produtos que, em outras circunstâncias, seriam considerados dispensáveis. Por isso, é fundamental desde já estabelecer uma organização que permita realizar compras vantajosas, sem correr o risco de se endividar", esclarece Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal 100% online.

Por isso, a executiva elenca quatro dicas para ajudar quem quer aproveitar as ofertas de forma responsável e sem se endividar. Confira:

 

1. Orçamento antes de mais nada

O primeiro passo para evitar dívidas durante a Black Friday é criar um orçamento claro e realista para as compras. Determine quanto dinheiro você pode gastar sem comprometer suas finanças pessoais. Lembre-se de levar em consideração suas despesas regulares, como contas mensais, alimentação, internet, água e luz antes de gastar. Ao estabelecer um limite, você terá um guia que evitará gastos impulsivos.

 

2. Faça uma lista de prioridades

Após definir seu orçamento, faça uma lista de prioridades. Identifique os produtos ou serviços que você realmente precisa ou deseja adquirir. Concentre-se nas categorias que mais se alinham com seus objetivos financeiros e necessidades atuais. Ter uma lista pré-determinada ajudará a evitar compras por impulso e a garantir que você adquira itens que realmente agreguem valor à sua vida.

 

3. Pesquise antes de comprar

Antes de comprar qualquer coisa, faça uma pesquisa detalhada sobre os produtos ou serviços em que você está interessado. Compare preços em diferentes lojas, procure análises de outros consumidores e avalie a qualidade e durabilidade dos itens. Lembre-se de que um desconto nem sempre representa um bom negócio se o produto não atender às suas expectativas. Além disso, certifique-se de estar ciente das políticas de devolução e garantia da loja para evitar arrependimentos.

 

4. Gerencie bem seu cartão de crédito

Apesar de útil, o cartão de crédito pode se tornar um problema, caso não seja usado com bom senso. Por conta da facilidade em parcelar compras, muitas pessoas acabam usando esse recurso até mesmo em compras pequenas, que poderiam ser pagas à vista com desconto, correndo o risco de perder o controle. O ideal é que o cartão seja utilizado somente para contas fixas, valores muito altos que realmente dependem de parcelamento ou emergências. E, claro, sempre de olho nas taxas de juros na hora de parcelar.

 

“A Black Friday é uma oportunidade para economizar dinheiro, mas também um momento para agir com cautela e evitar dívidas desnecessárias. Com planejamento e moderação, é possível aproveitar as ofertas de forma responsável e garantir que suas finanças permaneçam saudáveis”, orienta Thaine.

 

Simplic

 

Franquias precisam revisar contratos para atender nova legislação

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Desde junho, escolha do foro para discutir eventuais conflitos deve ter relação com domicílio ou local do negócio das partes envolvidas. Caso contrário, será considerada prática abusiva, alerta a advogada Marina Richter, da NB Advogados


Imagine um conflito judicial entre uma rede de franquias e seus franqueados que se estende por longos meses (ou até anos), gerando impactos negativos para ambas as partes, porque os juízes de determinada região dizem não ter "competência" para julgar a ação.  

O motivo é que, desde junho, o artigo 63 da Lei 14.879/24, que alterou a Lei 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), passou a vigorar com a seguinte alteração em seu parágrafo primeiro: que a escolha do foro (para discutir possíveis conflitos) somente vai produzir efeito quando estiver relacionada ao domicílio ou residência, ou local do negócio.

Em resumo, as partes envolvidas em uma operação de franchising precisam revisar seus contratos para certificar se a escolha do foro atende à nova legislação, em caso de uma possível ação judicial civil, sob pena de ser considerada uma prática abusiva. O alerta é da advogada especializada em franquias Marina Nascimbem Bechtejew Richter, da NB Advogados.  

"Se a ação for ajuizada em foro aleatório, poderá ser considerada prática abusiva. E o juiz poderá, sem qualquer consulta prévia, decidir em qual local a ação tramitará, retardando o cumprimento da obrigação”, explica. Ou seja, ainda que haja uma cláusula do foro escolhido, as partes podem ficar discutindo qual o foro adequado por tempo indeterminado.

Antes, o código civil não especificava essa questão. Mas o principal objetivo dessa mudança é justamente proteger as partes em uma situação que antes não estava expressa na lei, diz. 

Como a lei já está em vigor desde a data em que foi publicada, muitas empresas ainda não adequaram os contratos - o que tem gerado problemas para quem está nessa situação. Um dos problemas é a já citada distribuição dos processos em locais não indicados no contrato, redirecionados para outras varas e fazendo com que a possível solução fique ainda mais distante. 

"Se o juiz decidir que não tem competência para julgar a ação em Presidente Prudente, por exemplo, ele pode jogar para Campinas, baseado nesse parágrafo 1º do artigo 63, e a ação pode ficar circulando até finalmente ficar definido quem irá analisá-la", reforça. 

Outro problema de não revisar o contrato, e esse mais complexo, é que em meio a um conflito já existente, essa falta de revisão pode gerar outros tipos de ação, pois já existem casos com uma das partes pedindo a invalidação da cláusula sob alegação de que a escolha do foro dificultou seu acesso à Justiça, ou até questionando a hipossuficiência (falta de recursos). 

Nesse sentido, segundo Marina, a mudança trouxe mais segurança ao evitar que surjam questionamentos a respeito de o foro ser ou não adequado. “É hora de fazer a adequação dos contratos para esta nova realidade e avaliar outras formas de resolução de conflitos - como a arbitragem, por exemplo”, completa a advogada.


OUTROS CAMINHOS

Mesmo que a mudança na legislação seja clara, Marina Richter, que se considera "defensora da arbitragem", lembra que a Lei 13.966/2019, que regula o franchising brasileiro, possibilita em seu artigo 7º, parágrafo primeiro, a eleição dessa medida nos contratos de franquia.

“É mais ágil e traz uma sentença definitiva, sem possibilidade de recurso. Além disto, a ação é julgada por árbitros com conhecimentos específicos na área, o que é uma grande vantagem”, destaca a advogada. 

Mesmo que a cláusula da arbitragem não esteja no contrato, se as duas partes decidirem em consenso resolver algum conflito dessa forma, é possível: basta assinarem um termo, explica. "Mas se uma das partes não quiser e não houver cláusula, não tem como seguir." 

De modo geral, Marina recomenda cuidado na hora de elaborar esse tipo de cláusula para proteger as partes em caso de conflitos. Como o fraqueado que infringe obrigações contratuais, não respeitando o prazo da cláusula de não-concorrência, por exemplo. 

Ou a franqueadora que não cumpre sua parte no contrato, fazendo com que o franqueado queira rescindi-lo, e também reaver os créditos investidos no empreendimento.

Sem a determinação do foro adequado, de acordo com a lei 14.879/2024, mais tempo se leva para o julgamento do processo em andamento. E mais prejudicial para os negócios. 

No caso da não-concorrência, quanto mais tempo demorar para ser julgada, mais difícil conseguir a liminar para impedir que o franqueado deixe de utilizar a marca até sair a sentença judicial. "Sem contar que cabe recurso: no final, passaram dois anos e o que sobrou é a multa pelo descumprimento da obrigação. E ele continuou operando todo esse tempo", diz. 

Quando a acusada é a franqueadora, muitos franqueados entram na Justiça comum e, quanto mais o tempo passa, pode culminar com a extinção do processo e, dependendo do caso, o franqueado pode ser condenado até a pagar honorários de sucumbência (que a parte perdedora deve pagar para reembolsar os gastos com a contratação do advogado).

"Se ele tivesse entrado com arbitragem, talvez tivesse conseguido uma sentença para iniciar o processo de execução (ou seja, de pagamento do crédito a que tem direito)", afirma.

Algumas câmaras arbitrais possuem convênios, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Associação Brasileira de Franchising (ABF), garantindo descontos a associados. 

Mas a especialista reforça que, em caso de escolha pela arbitragem, é essencial inserir uma cláusula arbitral cheia na minuta do contrato de franquia. "Ela deve ser entregue ao candidato já na entrega da Circular de Oferta de Franquia (COF), e com antecedência legal", finaliza. 
 



Karina Lignelli
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