quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Uso consciente de medicamentos e os riscos da automedicação

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Especialista destaca a importância da orientação profissional para um uso seguro de medicamentos 

 

A automedicação é uma prática comum, mas traz sérios riscos à saúde pública. O uso inadequado de medicamentos pode desencadear efeitos colaterais indesejados, interações perigosas, resistência e até mascarar doenças mais graves, retardando diagnósticos e tratamentos adequados. Em alguns casos, essas complicações agravam ainda mais a condição do paciente.  

Tharlley Rodrigo, professor do curso de Farmácia da Faculdade Una Jataí, alerta que “um dos problemas mais graves que temos enfrentado é a resistência antimicrobiana, que geralmente surge pelo uso inadequado de antibióticos. Isso torna tratamentos de infecções comuns mais complicados e perigosos”.  

Entre os fatores que levam à automedicação estão o acesso facilitado a medicamentos sem prescrição, a tentativa de aliviar sintomas rapidamente, experiências anteriores, a influência de familiares e amigos e a busca por economizar tempo e custos com consultas. “A automedicação pode parecer uma solução rápida, mas é uma prática que traz riscos que muitas pessoas subestimam”, explica o professor.  

Outro desafio enfrentado é lidar com a percepção variada entre diferentes faixas etárias. “Os jovens adultos tendem a se automedicar com mais frequência por causa do fácil acesso à informação online. Já os idosos, embora mais cautelosos, às vezes recorrem à automedicação pela familiaridade com medicamentos de uso contínuo”, comenta Tharlley.  

Nesse cenário, o farmacêutico desempenha um papel essencial na conscientização sobre o uso seguro de medicamentos. Fornecer informações claras sobre indicações, riscos e efeitos colaterais é crucial. Tharlley destaca a necessidade de “promoção de campanhas educativas sobre os riscos da automedicação, oferecimento de consultas personalizadas para discutir o uso de medicamentos e criação de materiais educativos acessíveis, como folhetos e vídeos explicativos".  

Para ele, a chave está na educação contínua e no acompanhamento próximo dos pacientes: “O diálogo aberto é fundamental, especialmente para combater informações equivocadas que circulam na internet. Adaptar as estratégias para diferentes públicos é essencial para que todos entendam os riscos e saibam quando buscar orientação especializada”.  

A automedicação é um problema complexo, mas o trabalho preventivo dos farmacêuticos pode minimizar seus impactos. Mais do que evitar riscos imediatos, a atuação desses profissionais promove hábitos de saúde informados e responsáveis, contribuindo para um sistema de saúde mais eficiente e seguro para todos. 


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