sábado, 19 de outubro de 2024

Relatório Genético de Inteligência: Validação Científica como Ferramenta de Estimativa de QI

Recentemente, um estudo inovador publicado no periódico Cadernos de Pesquisa, intitulado "Estudo de caso: estimativa do percentual genetico da inteligência em indivíduo com alto QI atraves de testes psicometricos e análise genômica", trouxe à tona importantes evidências sobre a viabilidade de se estimar a pontuação do QI com base em dados genéticos. Esse estudo, que analisou o Genetic Intelligence Project (GIP), marca um avanço significativo na ciência da inteligência ao demonstrar como o sequenciamento genômico pode ser utilizado para prever capacidades cognitivas com precisão.

Genetic Intelligence Project (GIP) é o primeiro relatório a oferecer uma estimativa do QI por meio de dados genéticos, obtidos via sequenciamento completo do genoma ou imputação. O projeto, que envolveu mais de 150 participantes, incluiu 100 indivíduos superdotados, todos avaliados por testes de QI supervisionados, como o WAIS (Wechsler Adult Intelligence Scale) e o WISC (Wechsler Intelligence Scale for Children). O estudo de caso principal focou em um indivíduo submetido a exames de neuroimagem, testes genéticos e diversos testes de QI realizados no Brasil e em outros países, validando os resultados obtidos no GIP com precisão.


Metodologia do Estudo

O relatório do GIP não se limita apenas à mensuração do QI genético; ele analisa predisposições genéticas associadas à inteligência específica, transtornos mentais, personalidade e comportamentos. Esses resultados são obtidos a partir de estudos detalhados de genes e SNPs (Single Nucleotide Polymorphisms) relacionados à neurogênese, neurodegeneração e outros fatores relevantes.

O projeto utilizou tecnologias de ponta, como o sequenciamento genético completo pelo Nebula Genomics da Universidade de Harvard, além da imputação de dados brutos fornecidos por empresas de genômica como a TellmeGen(Espanha). O catálogo GWAS (Genome-Wide Association Studies) também foi utilizado para identificar polimorfismos genéticos associados a traços morfológicos, transtornos mentais, e fatores relacionados à longevidade e neurociência.

Os resultados do estudo foram amplamente fidedignos, validando o uso do GIP como uma ferramenta de apoio na mensuração de capacidades cognitivas e na análise de fatores genéticos relacionados à inteligência.

O relatório também tem como objetivo validar os testes de QI, considerando que, em alguns casos, esses testes podem ser influenciados tanto pela interpretação do profissional que os aplica quanto pelo comportamento do indivíduo avaliado. A utilização de dados genéticos visa reduzir essas interferências, proporcionando uma estimativa mais objetiva e precisa das capacidades cognitivas.


Contribuições para a Comunidade Científica

Genetic Intelligence Project já ajudou inúmeras pessoas a compreenderem melhor suas predisposições cognitivas e características comportamentais, fornecendo insights detalhados sobre as condições genéticas que podem impactar o desempenho intelectual e a saúde mental.

O estudo contou com a colaboração de uma equipe multidisciplinar composta por pesquisadores e médicos renomados. Entre eles, destacam-se o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, o neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a estudante de direito Luiza Zappalá e a médica Dra. Elodia Ávila, todos superdotados que participaram como estudo de caso. O estudo também teve a valiosa contribuição do médico sérvio Dr. Velibor Kostic, do médico brasileiro Dr. Rodrigo Neves, e do biólogo canadense Dr. Henry Oh, chefe do Hospital de Idaho, EUA, e membro da Royal Society of Biology no Reino Unido.


Conclusão

A pesquisa demonstrou que a inteligência pode ser mensurada de maneira inovadora e precisa a partir de dados genéticos, oferecendo uma nova perspectiva para os estudos sobre capacidades cognitivas. O GIP não só valida cientificamente os testes de QI tradicionais, mas também revela predisposições importantes relacionadas à personalidade e saúde mental, o que pode ser fundamental para abordagens clínicas e educacionais.

O avanço representado por este estudo abre novas oportunidades para o uso de dados genômicos em contextos científicos e práticos, beneficiando tanto indivíduos superdotados quanto a sociedade em geral, através da compreensão mais profunda dos fatores genéticos que influenciam a inteligência. 

 

Referência: ABREU, Fabiano de et al. Relatório genético de inteligência é comprovado cientificamente e pode ser um validador de testes de QI. Cadernos de Pesquisa. Disponível em: https://ojs.studiespublicacoes.com.br/ojs/index.php/cadped/article/view/8971. Acesso em: 11 out. 2024.



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