Divulgação Aliança Evangélica. |
De acordo com a Aliança Evangélica Brasileira, 86% das pessoas impactadas pela enchente no RS apresentam sintomas de estresse pós-trauma;
- Organização pontua a necessidade de se estabelecerem iniciativas inéditas para controle de danos emocionais dos moradores.
A enchente que atingiu o Rio Grande do Sul recentemente trouxe não
apenas devastação material, mas também graves consequências para a saúde mental
das comunidades afetadas. Segundo a ONG Aliança Evangélica, 86% das pessoas
impactadas pela enchente apresentam sintomas de estresse pós-trauma, que
incluem depressão, ansiedade e outros distúrbios. Este aumento significativo
nos problemas de saúde mental também está refletido nos índices de suicídio,
que têm mostrado um crescimento alarmante na região.
“A devastação causada pela enchente não se limitou ao que foi
perdido fisicamente; ela deixou uma marca profunda na saúde mental dos
afetados, com um aumento preocupante nos casos de estresse pós-trauma. Agora,
que estamos na fase de reconstrução, os atendimentos psicológicos aumentaram
significativamente, revelando a magnitude do sofrimento emocional enfrentado
pelas vítimas da enchente”, enfatiza Cassiano Luz,
Diretor Executivo da Aliança Evangélica.
Desde o início dos atendimentos, em maio, até meados de julho, foram
realizadas um total de 1.912 consultas na área da saúde, com destaque para 567 atendimentos
psicológicos. O aumento no número de casos de depressão e o estresse emocional
devido às perdas e incertezas contribuíram para o aumento das tentativas de suicídio,
criando uma necessidade urgente de suporte psicológico e social.
“O impacto de um trauma desse porte não se revela de imediato, os
casos geralmente se tornam mais evidentes após um período de 90 dias. É um
processo que precisa de atenção contínua, porque a saúde mental reage de forma
diferente ao tempo cronológico. Muitas vezes, é quando tudo parece estar normal
que as pessoas se veem sem suas referências e sem sua identidade e isso é
devastador. Além disso, a cultura de não pedir ajuda é forte em algumas
regiões, como na cidade de Cruzeiro do Sul”, enfatiza Mirian Blair, psicóloga
voluntária da Aliança Evangélica.
A organização pontua que nunca houve uma tragédia desta magnitude no Brasil. E que, desta forma, protocolos usuais não são o suficiente. São necessárias medidas tão grandiosas quanto, principalmente no que diz respeito às iniciativas de recuperação emocional dos atingidos.
Detalhamento dos Atendimentos:
- Início dos Atendimentos (maio - Início de junho):
- 180 atendimentos psicológicos
- 691 atendimentos médicos e de enfermagem
- Semana até 12/06:
- 140 atendimentos de enfermagem e médicos
- 54 atendimentos psicológicos
- Total: 194 atendimentos
- Semana até 21/06:
- 102 atendimentos de enfermagem e médicos
- 72 atendimentos psicológicos
- Total: 215 atendimentos
- Semana até 28/06:
- 99 atendimentos de enfermagem e médicos
- 27 atendimentos da nutricionista
- 53 atendimentos psicológicos
- Total: 179 atendimentos
- Semana até 05/07:
- 66 atendimentos de enfermagem e médicos
- 90 atendimentos psicológicos
- Total: 156 atendimentos
- Semana até 12/07:
- 85 atendimentos de enfermagem e médicos
- 61 atendimentos psicológicos
- Total: 146 atendimentos
- Semana até 19/07:
- 94 atendimentos de enfermagem e médicos
- 57 atendimentos psicológicos
- Total: 151 atendimentos
Total Geral:
- 1.277 atendimentos de enfermagem e médicos
- 567 atendimentos psicológicos
- 27 atendimentos da nutricionista
- Total Geral: 1.912 atendimentos
Este quadro alarmante destaca a necessidade crítica de recursos
para a saúde mental e apoio contínuo às comunidades afetadas, não apenas no
enfrentamento dos problemas imediatos, mas também no longo prazo, à medida que
as reconstruções continuam. A sociedade civil, juntamente com o governo e
organizações não-governamentais, precisa redobrar os esforços para mitigar os
efeitos psicológicos devastadores que esta catástrofe natural deixou.
Aliança Evangélica Brasileira
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