Doença
é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos, alerta a
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Doença pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem
fracos e com possibilidade de quebrarem ao mínimo esforço, especialmente no
quadril, punho e coluna. Mas tem prevenção e tratamentos.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) se une
à campanha global pela conscientização da Osteoporose, celebrado neste mês de
Outubro. O objetivo é conscientizar a população e os profissionais de
saúde sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado dessa doença
silenciosa que atinge, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de
15 milhões no Brasil e mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, de
acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF).
A osteoporose é uma doença que pode atingir todos
os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de
quebrarem ao mínimo esforço, especialmente no quadril, punho e coluna. A doença
é a principal causa de fraturas na população acima de 50 anos. Em todo o mundo,
1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos sofrerão uma
fratura por osteoporose. Anualmente, em pessoas com mais de 55 anos, são
observados até 37 milhões de fraturas por fragilidade óssea, cerca de 70 por
minuto,de acordo com a IOF.
Muitas dessas fraturas podem resultar em complicações
graves, comprometendo a qualidade de vida do paciente e elevar o risco de
mortalidade, sendo que seu risco pode ser comparado ao de se ter acidente
vascular cerebral (AVC).
Osteoporose e Menopausa
A doença é mais comum em mulheres na menopausa e em
homens acima dos 70 anos. Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem
o desenvolvimento da Osteoporose, explica o reumatologista Dr. José Eduardo
Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
“A menopausa é um deles, já que ocorre a diminuição
dos níveis de estrógeno, hormônio feminino que é fundamental para manter a
massa óssea”, afirma o especialista. O envelhecimento, fatores hereditários,
uma dieta pobre em cálcio, excesso de fumo e álcool, longos períodos de
imobilização e o uso prolongado de alguns medicamentos como corticoides, também
podem favorecer a redução da massa óssea
Também há complicações mais raras, como a
ocorrência de fraturas atípicas do fêmur, um tipo específico de fratura que ocorre
no osso da coxa, com características distintas em comparação com as
relacionadas a quedas, pois acontecem como consequência do uso de medicamentos
justamente para tratar a osteoporose, especialmente os bisfosfonatos, uma
classe de substâncias que diminuem a reabsorção óssea, mas podem apresentar,
após um uso prolongado, como evento adverso essas fraturas atípicas. Esse
assunto foi tratado durante o último Congresso Brasileiro de Reumatologia, que
aconteceu em setembro de 2024, na cidade de Belo Horizonte.
Outra condição ainda pouco conhecida, também
discutida entre os participantes do Congresso, é a osteoporose associada à
gestação e à lactação, com a maioria dos casos sendo diagnosticada no terceiro
trimestre da gravidez ou nas primeiras semanas de amamentação, principalmente
em paciente em sua primeira gestação, com algumas mulheres apresentando
fraturas vertebrais. Felizmente esse tipo de osteoporose é muito rara e atinge
de 4 a 8 mulheres para cada milhão de gestações.
A SBR reforça que a conscientização é essencial
para reduzir o impacto da osteoporose na população. “Hábitos saudáveis, como
alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e o diagnóstico
precoce por meio da densitometria óssea são fundamentais para reduzir a
incidência da doença e permitir a adoção de estratégias preventivas e, quando
necessário, tratamento medicamentoso”, destaca o especialista.
Osteoporose nos homens
A gravidade da doença entre os homens está na
mortalidade devido a fraturas por fragilidade ósseas que aumenta
consideravelmente. Durante os primeiros seis meses após uma fratura de quadril,
a taxa de mortalidade nos homens é duas vezes superior a das mulheres.
Estudos mundiais apontam que cerca de 25% das
fraturas por osteoporose ocorrem em homens, sendo que complicações e
mortalidade associadas a essas fraturas por fragilidade ósseas são maiores do
que nas mulheres.
O homem não está acostumado a fazer exame de
densitometria óssea, realizando apenas quando ocorre uma fratura, e é preciso
uma mudança de comportamento, neste sentido, alertam os especialistas. O
declínio hormonal masculino ocorre gradativamente a partir da quarta ou quinta
década de vida e apenas 10% dos homens com osteoporose recebem tratamento
adequado.
Prevenção
A osteoporose é uma doença que pode ser prevenida
com hábitos de vida saudáveis, entre os quais:
- Alimentação: o
consumo de alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, verduras de
folhas escuras, carnes e peixes, são essenciais.
- Exposição
ao sol: a luz solar estimula a produção de vitamina D, que é
fundamental para a absorção do cálcio.
- Exercício
físico: a prática de atividades como caminhada, corrida, dança,
musculação e pilates, pelo menos três vezes por semana, são
recomendadas.
- Evitar
o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: o cigarro e o álcool são
fatores de risco para a osteoporose.
- Densitometria
óssea: é recomendado fazer um teste de densitometria óssea para
avaliar a condição dos ossos, a partir dos 45 anos.
- Reposição
hormonal: mulheres devem consultar um médico para começar um
tratamento especial.
- Manutenção do peso: o baixo peso é um fator de risco para a osteoporose
A SBR disponibiliza gratuitamente em seu site (www.reumatologia.org.br) uma cartilha
informativa, elaborada pela comissão científica de Osteoporose e Doenças
Osteometabólicas da entidade, com linguagem simples e acessível para a
população. A cartilha traz desde o que é Osteoporose até o tratamento e
cuidados para prevenção da doença.
Sociedade Brasileira de Reumatologia - SBR
www.reumatologia.org.br
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