sábado, 19 de outubro de 2024

Estudo do BCG aponta Brasil como terceiro país com maior potencial para realização de procedimentos estéticos no mundo

Consultoria revela também que o mercado global de estética deve crescer 6% ao ano até 2028 

 

O estudo do Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The Six Types of Medical Aesthetics Consumers, and How to Serve Them All”, apresenta uma perspectiva otimista para o mercado global de estética médica, mesmo em um cenário econômico desafiador. 

A pesquisa, que entrevistou 5 mil consumidores em dez dos principais mercados globais, incluindo o Brasil, revelou que 50% dos consumidores planejam aumentar seus gastos em procedimentos de estética médica no próximo ano, e 35% esperam manter os níveis atuais. 

Atualmente, este setor está avaliado em US$ 20 bilhões (considerando as vendas dos fabricantes), com uma expansão anual de 8% desde 2019. Contudo, tendo em vista que o mercado potencial global é de 460 milhões de consumidores, sendo 50 milhões no Brasil, e a média geral no uso de procedimentos é de apenas 9%, ainda há muito espaço para expansão. Por isso, o BCG estima que o crescimento continuará em ritmo acelerado, de 6% ao ano, atingindo US$ 27 bilhões até 2028. 

“Essa previsão otimista se baseia em diversos fatores, incluindo a crescente busca por procedimentos menos invasivos, como aplicações de toxina botulínica e preenchimentos dérmicos, especialmente entre os consumidores mais jovens que buscam tratamentos preventivos”, explica Filipe Mesquita, diretor executivo e sócio do BCG.

 

Consumo de procedimentos estéticos  

O levantamento também destaca o papel crucial da inovação no crescimento do setor. Novos produtos e tecnologias, como toxinas botulínicas de ação prolongada, bioestimuladores de colágeno, laser para rejuvenescimento da pele e plataformas de inteligência artificial para personalização de tratamentos, estão impulsionando a demanda e expandindo as opções disponíveis para os consumidores. Também se observa interesse dos investidores que, nos últimos cinco anos (excluindo uma queda de um ano durante a pandemia da covid-19), realizaram cerca de 140 transações por ano, incluindo joint ventures e alianças, acordos de licenciamento e desenvolvimento de produtos, IPOs e aplicação de capital. 

“Ao longo dos anos, a estética médica se desenvolveu por meio de uma abordagem B2B. Porém, nossa análise mostra que a indústria pode crescer ainda mais rápido colocando o consumidor em primeiro lugar. Provedores, fabricantes e investidores que têm um profundo entendimento desse segmento podem moldar sua abordagem de entrada no mercado e oferecer produtos e serviços personalizados para satisfazer necessidades específicas”, complementa Mesquita. 

De acordo com o relatório, existem seis perfis distintos de consumidores de estética médica, cada um com suas próprias necessidades, motivações e preferências. São eles:

  • Entusiasta da beleza. Consumidores mais maduros que buscam tratamentos antienvelhecimento e priorizam a segurança.
  • Avesso ao tempo. Quem deseja controlar o processo de envelhecimento e se baseia em recomendações de celebridades e influenciadores.
  • Glamuroso extrovertido. Antenados às últimas tendências, optam por tratamentos para realçar a beleza, principalmente antes de eventos sociais.
  • Caçador de ofertas. Priorizam o preço e procuram por promoções e descontos.
  • Esporádico. Limitam-se a um único procedimento, geralmente por falta de conhecimento ou receio.
  • Crescimento em potencial. Pretendem experimentar procedimentos estéticos no futuro.

De acordo com Mesquita, o Brasil é forte principalmente nos perfis de usuário heavy-users. “Para um crescimento sustentável nos próximos cinco anos, os provedores precisam ajustar sua abordagem de mercado às necessidades, preferências e aspirações de cada perfil de consumidor. Com isso, estarão à frente da concorrência”, finaliza o executivo.


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