quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Empresas globais em alerta: resiliência dinâmica é nova arma contra riscos exponenciais

Evento internacional destaca crescimento alarmante de cibercrimes e aponta soluções para combater ataques e vazamento de dados


A expressão da vez para o combate a riscos cibernéticos parece ser "resiliência dinâmica", também conhecida internacionalmente como "The New Resilience". O termo tem  ganhado destaque em debates no mundo todo, do setor de tecnologia organizacional aos departamentos de Compliance. Durante o evento #RISK London, realizado na capital britânica, a expressão foi utilizada dezenas de vezes pelos mais de 200 especialistas em gestão de riscos.

No painel "Resiliência dinâmica: protegendo empresas globais de riscos exponenciais em 2024", Natalie Sullo, Product Strategy & Solutions Analyst da CLDigital, apontou que as empresas estão enfrentando uma era de riscos sem precedentes, em que interrupções cibernéticas, como ataques de ransomware e falhas em fornecedores, impactam operações, receitas e a capacidade de gerenciar riscos de maneira eficaz. "Estamos vendo setores inteiros, como finanças, saúde, energia e serviços públicos, sendo afetados por incidentes que têm implicações profundas para a continuidade dos negócios e para o desempenho financeiro", enfatizou.

Ao discutir o futuro das práticas de governança, risco e conformidade (GRC), Natalie ressaltou que os setores de energia e serviços públicos são exemplos claros de como incidentes cibernéticos podem ameaçar infraestruturas críticas, impactando diretamente a economia e a sociedade como um todo. "Proteger esses sistemas essenciais requer, além de tecnologia avançada, uma mudança cultural na forma como as empresas pensam sobre riscos e resiliência", afirmou.

Com os danos globais causados por crimes cibernéticos projetados para atingir US$ 8 trilhões em 2024, a necessidade de estratégias robustas para mitigar esses riscos é mais urgente do que nunca. Ao citar o termo "The New Resilience", que combina uma gestão de riscos integrada, a avaliação contínua de fornecedores e estruturas ágeis de resposta a incidentes, Natalie salienta os efeitos em cascata de possíveis interrupções – desde o tempo de inatividade operacional até perdas financeiras substanciais – e como enfrentá-los requer uma abordagem holística e proativa.

No Brasil, o cenário é ainda pior: quase seis em cada 10 empresas brasileiras sofreram ataques cibernéticos que impediram o acesso aos seus dados em 2023; a procura por  seguros de Riscos Cibernéticos cresceu 880% nos últimos cinco anos; o país é o quarto mais prejudicado do mundo por cibercrimes, perdendo até R$ 16 bilhões anualmente. Segundo um levantamento realizado pela NordVPN, mais de 2 bilhões de informações confidenciais de brasileiros foram expostas na dark web ao longo de 2023.

Para a diretora de Tecnologia da Tecnobank, Adriana Saluceste, a resiliência dinâmica é mais do que uma proteção contra riscos exponenciais. "Ela é um pilar estratégico para a sustentabilidade e o crescimento das empresas. Em um ambiente onde as ameaças evoluem rapidamente, a capacidade de adaptação, aliada à integração de novas tecnologias, torna a resiliência dinâmica essencial. Somente as organizações que agem de forma proativa e respondem com agilidade a esses desafios estão preparadas não apenas para sobreviver, mas também para se destacar e crescer em um cenário de constante transformação e incerteza", aponta. A especialista coloca a segurança cibernética e a privacidade no topo das prioridades da empresa, que trabalha com a transferência de dados entre Detrans e bancos no processo de financiamento de veículos.

Para garantir a segurança, Adriana planeja uma arquitetura tecnológica baseada nos melhores softwares e sistemas disponíveis, de forma a assegurar que todos os processos estejam bem interligados para proporcionar escalabilidade, eficiência e rapidez. A infraestrutura tecnológica prevê mais de 15 serviços para garantir a mais alta segurança, garantindo à empresa certificações preciosas, como a ISO 27001 e a ISO 27701.

O evento #RISK, que vai agora para Nova Iorque e, em seguida, para Dubai, também trouxe à tona a necessidade de testes contínuos, de uma gestão proativa dos fornecedores e do alinhamento da resiliência operacional com os objetivos de GRC e de desempenho das empresas. "Essas medidas são vistas como essenciais para proteger tanto os negócios quanto os fluxos de receita das companhias em um ambiente cada vez mais volátil e incerto", ressaltou Adriana.


#RISK London: um marco para a gestão de riscos globais

Organizado pelo GRC World Forums, o evento #RISK London rapidamente se consolidou como uma plataforma essencial para profissionais de risco se conectarem, aprenderem e colaborarem. Em seu terceiro ano, o evento atraiu especialistas de todo o mundo para discutir as mais recentes tendências e melhores práticas em gestão de riscos. Com a expansão para novos mercados, incluindo o recém-anunciado #RISK New York, o evento promete levar adiante discussões fundamentais sobre mitigação de riscos e estratégias de resiliência global.

Para as empresas que buscam não apenas sobreviver, mas também prosperar em meio aos desafios de um cenário de risco exponencial, os insights compartilhados no evento são um chamado à ação. "É hora de adotar uma abordagem dinâmica para a resiliência e preparar nossas organizações para a próxima onda de interrupções globais", conclui Adriana, deixando claro que as empresas que liderarem essa transformação estarão mais bem posicionadas para enfrentar os riscos de hoje e do futuro.

 

Tecnobank


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