terça-feira, 29 de outubro de 2024

Doenças Reumatológicas: biotecnologia e inteligência artificial prometem detecção precoce

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Os exames laboratoriais são ferramentas essenciais no diagnóstico e tratamento e as evoluções, como testes baseados em imunofluorescência e algoritmos de Inteligência Artificial (IA), aumentam a sensibilidade e a especificidade dos exames. Quanto mais cedo o tratamento, mais chances de evitar danos permanentes e até alcançar a remissão das doenças 


No próximo dia 30, é comemorado o Dia Nacional de Luta Contra o Reumatismo. A identificação precoce de doenças reumatológicas é fundamental para garantir um tratamento eficaz e prevenir danos permanentes. Exames laboratoriais, como fator reumatoide (FR) e anticorpos antinucleares (ANA ou FAN), desempenham um papel central no diagnóstico de condições como artrite reumatoide (AR) e lúpus eritematoso sistêmico (LES). 

Segundo Cristóvão Mangueira, médico reumatologista e patologista clínico, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), os exames laboratoriais são essenciais não apenas para estabelecer diagnósticos, mas também para diferenciar doenças com sintomas semelhantes, como AR, LES e síndrome de Sjögren. "A detecção precoce pode fazer toda a diferença na abordagem terapêutica", ressaltou. 

Os anticorpos anti-CCP são particularmente específicos para a AR e são frequentemente utilizados para diagnósticos precoces. O especialista explica que em casos de LES, anticorpos como anti-dsDNA e anti-SM são fundamentais para a confirmação. "Para vasculites sistêmicas, os ANCA (anticorpos anticitoplasma de neutrófilos) são o principal marcador a ser considerado". 

Mangueira destaca que não existe um protocolo único para todos os pacientes, pois a escolha dos exames deve ser adaptada à apresentação clínica individual. "Um protocolo inicial pode incluir FR, ANA, anti-CCP, proteína C-reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS), mas deve sempre ser ajustado conforme a necessidade de cada paciente", reforçou o médico da SBPC/ML. 

Os avanços em biotecnologia também têm revolucionado o diagnóstico. De acordo com Mangueira, testes baseados em imunofluorescência associados a algoritmos de Inteligência Artificial (IA) estão se tornando ferramentas valiosas, aumentando a especificidade e a sensibilidade dos exames. “Essas inovações têm potencial para acelerar o diagnóstico e facilitar a identificação de padrões complexos, utilizando também perfis multiplexados de autoanticorpos”, ressalta o médico. 

A detecção precoce dessas doenças permite intervenções rápidas que podem reduzir significativamente o risco de danos articulares e comprometimento de órgãos vitais. “Com o tratamento adequado, é possível controlar a atividade da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aumentando suas chances de remissão”, conclui Mangueira.



SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial



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