quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Casos de rinite alérgica aumentam com alteração climática e poluição, otorrino comenta

São Paulo e Rio de Janeiro, registram picos de atendimentos por alergias respiratórias nos meses de setembro e outubro, com um crescimento de até 25% nas consultas médicas por essas condições. O aumento dos casos, especialmente de rinite, se agrava ainda mais por conta dos altos índices de poluição e alterações climáticas. 


Trata-se de um duplo desafio, já que além dos fatores naturais e das alterações climáticas, a poluição também contribui para o agravamento das alergias respiratórias. O médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros da capital paulista explica que isso acontece porque, em áreas urbanas, o aumento de partículas poluentes no ar pode dificultar o controle dos sintomas. 

Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre de algum tipo de alergia respiratória, e a rinite alérgica é uma das mais comuns e, no Brasil, esse número se intensifica durante a primavera já que é um período que combina o florescimento de diversas espécies vegetais e a alta liberação de pólen no ar, um dos principais gatilhos para a rinite. 

De acordo com estudos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), o aumento nos casos de rinite alérgica pode chegar a 40% nessa estação, especialmente em regiões onde há maior concentração de parques e áreas verdes. O contato com o pólen, combinado com a poluição urbana e as flutuações bruscas de temperatura, pioram os sintomas como espirros, coriza, coceira no nariz e nos olhos, e a congestão nasal, que podem atrapalhar a rotina diária e diminuir a qualidade de vida. 

Mas. Dr. Bruno explica que existem formas eficazes de controlar esses sintomas. “Poeiras e ácaros são grandes inimigos das alergias, por isso que limpar a casa regularmente, evitar o acúmulo de objetos que possam reter pó e manter as janelas abertas para a circulação de ar são essenciais. E isso vale também para as roupas, já que o pólen tende a grudar nas peças, por isso, é importante trocar e lavar as roupas diariamente, especialmente após atividades ao ar livre”, ensina. Evitar se expor a situações de mudança bruscas de temperatura, como o final da tarde, secar os cabelos ao tomar banho e evitar pisar com pés descalços em pisos frios, também contribuem para o controle do quadro.

 

O médico ainda fala que hidratar as vias respiratórias com soro fisiológico para lavar o nariz várias vezes ao dia pode ajudar a desobstruir as vias aéreas e aliviar os sintomas e ainda

evitar parques e áreas abertas pela manhã, quando a quantidade de pólen no ar é maior. “É muito importante ressaltar que embora descongestionantes nasais possam aliviar rapidamente os sintomas, o uso prolongado pode causar dependência e agravar o quadro”, finaliza. 

 

FONTE: Bruno Borges de Carvalho Barros - Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP Professor Medcel Pós-graduação pela UNIFESP. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário