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Correção da prova utiliza a metodologia TRI, que atribui pesos diferentes às questões, considerando a coerência do desempenho geral do aluno; professor da Plataforma Professor Ferretto comenta se o famoso ‘chute’ é ou não uma boa ideia
A prova do Enem 2024 se aproxima e cerca de 5 milhões
de candidatos devem realizar o exame em novembro. Em meio a tantas questões a
serem respondidas dentro de um prazo determinado de tempo, muitos estudantes
têm um dilema comum: chutar nas questões que não sabem ou não vão ter tempo de
responder, vale a pena? Afinal, a correção da prova vai além da simples
contabilização de acertos e erros e a nota de cada aluno pode variar.
O Enem utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), uma metodologia
que atribui pesos diferentes para cada questão, considerando não apenas o
acerto ou erro, mas também a coerência do desempenho do aluno. “A TRI tem como
objetivo identificar se o estudante realmente sabe o conteúdo ou se acertou uma
questão por sorte, o famoso ‘chute’”, explica o professor de química e diretor
da Plataforma Professor Ferretto, Michel Arthaud.
Ainda segundo com ele, “Apesar da pressão do tempo e das questões
complexas, é importante entender como o sistema de correção da prova funciona
antes de adotar essa estratégia”, diz.
Como a TRI impacta a nota final?
No Enem, a TRI avalia o padrão de respostas do estudante. Quando
ele acerta questões fáceis e médias, mas erra as mais difíceis, a nota tende a
ser coerente com o desempenho. No entanto, se o aluno acerta uma questão
difícil e erra várias fáceis, o sistema pode interpretar que houve um acerto
por acaso, reduzindo o peso daquela questão na nota final.
“Por isso, chutar pode não ser uma boa estratégia, especialmente
quando se trata de questões de nível elevado”, adverte Michel. Ele recomenda
que, em vez de apostar no chute, os estudantes foquem em eliminar alternativas
improváveis e, assim, aumentem as chances de acertar as respostas que estão em
dúvida.
Uma estratégia de eliminação eficiente
“A TRI não penaliza diretamente o chute, mas ela detecta
incoerências no padrão de respostas. Se o aluno acerta questões difíceis e
errar as fáceis, o sistema pode interpretar que aquele acerto foi sorte, e não
conhecimento”, explica o docente. O ideal é que o estudante aplique a técnica
de eliminação de alternativas improváveis, aumentando suas chances de sucesso
sem comprometer sua coerência na prova.
“Quando o estudante se depara com uma questão difícil, o ideal é
aplicar a técnica de eliminação. Primeiro, ele deve ler atentamente o enunciado
para identificar pistas que ajudem a eliminar as alternativas mais improváveis.
Em seguida, é importante focar na comparação das opções restantes e escolher a
mais coerente com os conhecimentos que já possui. Mesmo sem certeza absoluta da
resposta, essa estratégia aumenta significativamente as chances de acerto, sem
comprometer a coerência na prova, algo essencial na TRI”, explica Michel.
Assim, compreender o funcionamento da TRI e aplicar estratégias
inteligentes pode fazer toda a diferença para os candidatos. Ao invés de
recorrer ao chute aleatório, o uso de técnicas como a eliminação de
alternativas improváveis aumenta as chances de sucesso e mantém a coerência do
desempenho. “O importante é focar nas questões onde o conhecimento está mais
seguro e aplicar a técnica de eliminação com cuidado nas demais”, conclui o
professor de Química.
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