Cidadania europeia pode ser meio de driblar nova burocracia na região
A União Europeia (UE) está prestes a implementar
duas novas medidas de controle de fronteiras que afetarão diretamente
brasileiros e cidadãos de outros países que atualmente não precisam de visto
para entrar na região. Essas mudanças, representadas pelo ETIAS (Sistema
Europeu de Informação e Autorização de Viagem) e pelo EES (Sistema de
Entrada/Saída), prometem alterar a forma como viajamos para a Europa e se torna
essencial entender essas novas regras para evitar surpresas e se preparar
adequadamente.
Com a entrada em vigor do ETIAS, prevista para maio
de 2025, todos os brasileiros que desejarem viajar para a Europa precisarão
obter uma autorização de viagem antes do embarque. Essa autorização, que
custará 7 euros (R$ 43) por pessoa para adultos entre 18 e 70 anos, terá uma
validade de três anos ou até o vencimento do passaporte, o que ocorrer
primeiro. O ETIAS é parte de uma estratégia mais ampla da União Europeia para
aumentar a segurança nas suas fronteiras, permitindo um controle mais rigoroso
sobre quem entra e sai.
Além do ETIAS, a UE também introduzirá o Sistema de
Entrada/Saída (EES), que substituirá o tradicional carimbo de passaporte por um
registro eletrônico de entradas e saídas. Este sistema ajudará a monitorar o
cumprimento das regras de permanência dos visitantes e poderá impactar o tempo
de processamento nas fronteiras, especialmente durante o período inicial de
implementação. O EES começa já em outubro deste ano e pode resultar em tempos
de espera mais longos nos pontos de entrada na Europa, como aeroportos e postos
de fronteira terrestres.
Para os brasileiros, o impacto dessas mudanças será
duplo: um pequeno custo adicional e a necessidade de planejamento antecipado.
Embora o valor de 7 euros seja relativamente baixo, a introdução de um processo
de autorização prévia pode ser vista como uma nova barreira burocrática,
especialmente para aqueles acostumados a viajar livremente para a Europa.
Segundo dados do governo federal, mais de 1,5 milhão de brasileiros viajaram para
o continente europeu este ano.
Uma forma de contornar essas novas exigências é
obter a cidadania europeia, como a italiana, o que oferece inúmeras
vantagens.
“Brasileiros com descendência italiana têm o
direito de solicitar a cidadania, que elimina a necessidade de solicitar o
ETIAS e de passar pelo controle do EES. Cidadãos italianos, assim como de
outros países da União Europeia, podem circular livremente pelo bloco sem
restrições de tempo de estadia e sem precisar de autorizações adicionais”,
afirma Matheus Reis, CEO da io.gringo,
empresa especializada em processos de obtenção de cidadania italiana e
portuguesa.
“Além disso, eles têm o direito de residir,
trabalhar e estudar em qualquer país da União Europeia sem a necessidade de
vistos ou outras autorizações. Isso oferece uma liberdade de movimentação
incomparável, especialmente em um contexto em que a burocracia para viajantes
tende a aumentar”, complementa.
Sobre os novos documentos necessários para os
viajantes, Matheus diz que há os dois lados desta moeda: “Introdução do ETIAS e
do EES representa tanto um desafio quanto uma oportunidade para a Europa. A
longo prazo, espera-se que esses sistemas aumentem a segurança, reduzam os
riscos de imigração ilegal e melhorem a gestão do fluxo de turistas. No
entanto, a curto prazo, é provável que haja alguns desafios estruturais e de
fluxo nos pontos de entrada, especialmente à medida que os países da UE se
adaptam às novas tecnologias e procedimentos. Uma forma de se prevenir disto e
de correr atrás de burocracias a cada três anos é com a obtenção da cidadania
europeia”.
“Para os brasileiros, a mensagem é clara: se
preparar e se informar sobre as novas regras é fundamental para garantir uma
viagem tranquila e sem contratempos à Europa. Para aqueles com direito à
cidadania italiana ou de outro país da UE, o momento é oportuno para considerar
a regularização dessa cidadania, que oferece vantagens significativas em termos
de mobilidade, direitos e economia. Com as mudanças iminentes na política de
fronteiras da UE, antecipar-se e estar bem informado será a melhor estratégia
para continuar desfrutando das maravilhas do continente europeu”, completa.
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