Estimativas do INCA mostram que os cânceres ginecológicos são um crescente desafio de saúde
Idealizada
pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) desde 2021, a campanha Setembro
em Flor é voltada à conscientização sobre os tumores ginecológicos, que são
aqueles que afetam os órgãos do sistema reprodutivo feminino. A cada ano, mais
de 30 mil mulheres são diagnosticadas com tumores ginecológicos no Brasil, de
acordo com levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA). As estatísticas
mostram que os cânceres ginecológicos são um crescente desafio de saúde no
país.
Os
números do INCA indicam que, em 2024, são esperados no Brasil cerca de 17.000
novos casos de câncer de colo do útero; 7.800 novos casos de câncer de
endométrio; 7.000 novos casos de câncer de ovário; e em torno de 1.000 e 1.200
novos casos de câncer vaginal e câncer vulvar, respectivamente. O câncer de
colo do útero, por exemplo, é responsável pela morte de 19 mulheres por dia no
Brasil. Se considerarmos todo o continente americano, são mais de 35
mil mortes por ano, sendo 80% delas nos países latinos.
Em
relação ao câncer de endométrio, que ocorre na parte interna do útero, fatores
como obesidade, terapia de reposição hormonal e sedentarismo aumentam o risco
da doença, que atinge, principalmente, pessoas acima dos 50 anos, mas pode
ocorrer em pessoas mais jovens. O câncer de ovário, que ocorre,
predominantemente, na pós-menopausa e alcançou cerca de 4 mil mortes no Brasil
em 2020. Entre os principais riscos está o histórico familiar (síndrome
hereditária mama-ovário) e fatores reprodutivos hormonais.
“Graças
ao avanço da ciência, a taxa de sobreviventes do câncer pode aumentar
mundialmente, e a estimativa é que teremos um aumento de 24% até 2032”,
comenta a diretora médica da MSD no Brasil, dra. Márcia Datz Abadi. As
estratégias de tratamento contra o câncer podem ser as mais variadas e
combinadas entre si. A estratégia é definida de forma personalizada para cada
paciente, levando em consideração o tipo, o estadiamento e as características
do tumor. “Um fator em comum, muito importante em todas as estratégias de
tratamento, é o tempo. Atrasar o tratamento pode resultar em prejuízo nos
desfechos clínicos, aumentando o risco de mortalidade pelo câncer. Por isso,
independente de qual seja a melhor indicação de tratamento, é fundamental
assegurar que ele seja iniciado o mais rápido possível. Essa é a importância da
conscientização e da prevenção”, completa dra. Márcia.
Prevenção e tratamento
A
prevenção é o primeiro passo para combater os cânceres ginecológicos, que são
um conjunto de doenças que afetam os órgãos reprodutivos femininos, como o colo
do útero, ovários, útero, vulva e vagina. A prevenção desses tipos de câncer
envolve uma combinação de estratégias, incluindo medidas de estilo de vida e
exames de rastreamento.
Algumas
medidas que podem ajudar a diminuir o risco de desenvolvimento de cânceres
ginecológicos são:
- Vacinação contra o HPV: a infecção pelo HPV (papilomavírus humano)
é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, sendo o
segundo câncer que mais mata mulheres de 20 a 49 anos. A vacina contra o
HPV é uma ferramenta fundamental na prevenção do câncer de colo do útero,
assim como a realização de exames preventivos e o tratamento de lesões
pré-cancerígenas. O Brasil disponibiliza, por meio do Sistema Único de
Saúde (SUS), a vacina quadrivalente contra o HPV para meninas e meninos de
9 a 14 anos. Na rede privada, pessoas de 9 a 45 anos podem tomar a vacina
nonavalente, que, além de proteger contra os quatro tipos de HPV contidos
na vacina quadrivalente, protege contra mais cinco tipos de HPV com alto
risco para câncer, oferecendo até 90% de proteção contra o câncer de colo
de útero.
É importante ressaltar que o vírus também pode
causar outros tipos de câncer, como o de vulva e o de vagina, sendo o HPV
responsável por 25% e 70% dos casos respectivamente.
- Exames de rastreamento: o exame de Papanicolau é uma ferramenta
importante para a detecção precoce do câncer de colo do útero. O teste
consiste em coletar células do colo do útero para análise em laboratório,
buscando alterações que possam indicar um risco aumentado de câncer.
Também é utilizado o teste de DNA-HPV, que consiste na análise das células
do colo do útero para verificar se há presença do DNA do HPV. A frequência
recomendada para realizar esse exame varia de acordo com a idade e o
histórico de saúde da mulher.
- Consciência dos sintomas: É importante estar atento a qualquer
alteração nos órgãos reprodutivos, como sangramento vaginal anormal, dor
ou desconforto pélvico, inchaço abdominal, coceira ou lesões genitais
anormais. Caso ocorram, é fundamental procurar um médico especialista para
avaliação.
Campanha HPV Pode Acontecer
Idealizada
pela MSD, a campanha de conscientização e prevenção HPV Pode Acontecer traz a
atriz e apresentadora Giovanna Ewbank como embaixadora, e tem como objetivo
conscientizar mulheres e homens sobre a importância da prevenção contra o HPV e
do impacto do câncer de colo do útero.
A
campanha conta com um amplo plano de comunicação integrada, em meios off-line e
on-line, com informações sobre formas de se infectar com o vírus, quem está
suscetível e, o mais importante, as formas de prevenção do HPV. A ação busca
contribuir para os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem como
plano a eliminação desta doença (um problema de saúde pública) por meio da
vacinação, do rastreio (com exames preventivos) e tratamento adequado das
lesões pré-cancerosas até 2030.
Entre as ações estão debates nos programas televisivos Encontro
(TV Globo) e Hoje em Dia (Record), o apoio a corridas femininas, como a Girl
Power, ativações em shoppings centers, salões de beleza e conversas com
especialistas em canais e programas voltados ao público feminino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário