Cena do filme “Um Senhor Estagiário”. Crédito: Reprodução
Segundo
especialista em RH, esse não é um conflito a ser resolvido, e sim uma
oportunidade de criar um ambiente de trabalho complementar
No cenário corporativo atual, convivem quatro gerações com características e expectativas distintas: Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964), Geração X (1965 a 1980), Millennials ou Geração Y (1981 a 1996) e Geração Z (1997 a 2010). Diante dessa diversidade geracional, é comum surgir nos departamentos de Recursos Humanos (RH) a seguinte dúvida: como promover a integração entre esses diferentes perfis?
Segundo Daniel Spolaor, CEO da Universidade Corporativa Korú e especialista em RH, o primeiro passo é aceitar que as empresas são formadas por várias gerações e isso não vai mudar. “Uma parcela dos profissionais tratam o tema como se fosse um ‘conflito a ser resolvido’, mas as empresas são espelhos da sociedade, o que temos que fazer é usar o melhor que cada um tem a oferecer. Diferentes gerações trazem diferentes contribuições para a empresa”, comenta.
Os traços de cada geração influenciam diretamente em sua postura no ambiente de trabalho. Os Baby Boomers, por exemplo, são considerados mais conservadores. Para eles, lealdade à empresa e comprometimento a longo prazo são valores fundamentais. Em contrapartida, as gerações mais jovens, como os Millennials e a Geração Z, tendem a priorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de buscar um propósito em suas atividades.
Essas divergências, de acordo com Spolaor, não devem ser encaradas como um obstáculo, mas como uma oportunidade para criar um ambiente de trabalho complementar. “As gerações mais experientes, Baby Boomers e Geração X, trazem uma bagagem muito valiosa de resiliência. Elas sabem navegar por períodos de crise e incerteza com uma segurança que muitas vezes falta aos mais jovens. Já as gerações mais novas, que cresceram em um mundo digital, têm uma habilidade incrível para a inovação, que também é fundamental para o sucesso das empresas no cenário atual”, explica.
Para ilustrar esse cenário, vale lembrar do filme “Um Senhor Estagiário” (2015), dirigido por Nancy Meyers, que traz um bom exemplo de como o encontro de gerações em uma empresa pode ser valioso. Na trama, Ben Whittaker (Robert De Niro), um idoso de 70 anos, torna-se estagiário de uma startup de moda. Ele rapidamente enfrenta a diferença geracional, especialmente com sua chefe, a jovem Jules Ostin (Anne Hathaway), mas aos poucos demonstra a importância de sua experiência de vida, trabalho e sabedoria para a continuidade do negócio.
“É importante ter em mente que a idade não define competência ou relevância. Precisamos ser capazes de aprender com quem já viveu mais e entender que o conhecimento acumulado é uma ferramenta poderosa. Ao mesmo tempo, as gerações mais jovens também têm muito a ensinar”, analisa o CEO da Korú.
Para que a convivência entre gerações seja produtiva,
Spolaor destaca a importância de criar um ambiente empresarial baseado no
respeito e na empatia. “Não podemos esperar que todos pensem da mesma forma,
mas precisamos garantir que haja um entendimento de que cada geração traz uma
contribuição única para o time. Quando há esse respeito, os problemas diminuem
e as colaborações aumentam”, diz. Ele também lembra que embora existam
tendências associadas a diferentes gerações, é um erro generalizar e presumir
que todos se encaixam perfeitamente nelas. Experiências de vida, contexto
social e personalidade moldam cada pessoa de forma única. “Rotular
colaboradores apenas pela idade pode limitar o potencial de colaboração nas
equipes”, alerta o CEO.
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