Somente neste ano, mais de 170 mil pequenos
negócios foram abertos, entre cabeleireiros, manicures e pedicures, atividades
ligadas à estética e lojas que ofertam produtos especializados
De janeiro a
setembro deste ano, mais de 170 mil pequenos negócios distribuídos entre
cabeleireiros, manicures e pedicures, atividades ligadas à estética e lojas de
cosméticos foram abertos em todo o país. A média é de aproximadamente 700 novos
estabelecimentos por dia ou quase 30 por hora, entre microempreendedores
individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Com
isso, o Brasil se consolida como o quarto maior mercado do mundo no segmento de
beleza — atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.
A analista de
Competitividade do Sebrae Maria Consuelo destaca que para conquistar mais
clientes é importante estar atento à demanda da geração Z, formada pelas
pessoas nascidas entre 1995 e 2010, que estão mais dispostas a gastar uma maior
parcela no seu orçamento com produtos que venham a melhorar sua imagem e seu
bem-estar. “Para conquistá-los é importante ter uma presença digital, focar em
questões de responsabilidade social, ambiental, no uso correto de produtos e,
principalmente, ter um atendimento personalizado”, orienta.
Consuelo recorda
que o Sebrae esteve na Beauty Fair 2024, no início de setembro, e realizou
diversas trocas de experiências com os empreendedores no estande da entidade.
Para ela, a capacitação e o treinamento são fundamentais para o sucesso dos
empreendedores. “Temos visto que que tanto os empresários dos pequenos
negócios, quanto os prestadores de serviço como MEI, precisam muito de
informação, de conhecimento, tanto no aspecto técnico, para melhor oferecer seu
produto ou seu serviço, quanto no gerenciamento desse negócio, na gestão dessa
atividade”, comentou. Para isso, a analista recomendou os cursos gratuitos do
Sebrae, inclusive pelo WhatsApp, além de orientações disponíveis nas unidades
da instituição distribuídas por todo o país.
Beleza especializada
A Cassoma Beauty, na Baixada Fluminense, é uma marca de serviços especializada
em maquiagem para peles negras e beleza para o audiovisual. No último
trimestre, a microempreendedora faturou cerca de R$ 10 mil. Criada por uma
filha de angolanos, a empresa tem se desenvolvido buscando atender às
necessidades do público – que não tinha referência de maquiagens para peles
negras. “Desde os meus 18 anos, escolhi trabalhar com maquiagem. Na minha vida
toda, na escola, sempre fui eleita a mais feia da turma sendo uma mulher negra
retinta. Gostaria de encontrar belezas que respeitassem a minha essência”,
recorda Kassoma.
A empreendedora conta que, para continuar crescendo no mercado, vem
desenvolvendo serviços e pacotes exclusivos para os clientes e foca na
sustentabilidade e transparência perante o público. “Evoluímos muito nesse
caminho. Nós, enquanto sociedade, demos os primeiros passos, mas ainda há um
longo caminho pela frente”, afirmou. Kassoma destaca ainda o papel do Sebrae na
sua trajetória. “Durante a pandemia, quando comecei, o Sebrae me ajudou a
captar os primeiros clientes e cursei programas da instituição para negócios de
impacto social”, relata. “Isso me ajudou a entender o poder que a Cassoma
Beauty tinha no mercado de beleza, com responsabilidade social e
sustentabilidade.”
Fique de olho
Para apoiar os pequenos negócios do setor, a analista Maria Consuelo elaborou
sete dicas para que os negócios do setor de beleza e cosméticos possam crescer
e conquistar um maior faturamento.
1. Atendimento personalizado - Os consumidores têm buscado atendimentos mais especializados, personalizados, que oferecerem experiências focadas no estilo de cada cliente. O Brasil tem uma diversidade étnica muito grande e há produtos e serviços para cada tipo de pessoa.
2. Sustentabilidade - Os empreendedores, para ofertar produtos e serviços, têm
que estar atentos à sustentabilidade, buscar produtos mais naturais e
responsáveis socialmente. Hoje vivemos, de fato, questões climáticas que estão
exigindo mais responsabilidade social de quem produz e de quem consome.
3. Presença digital e e-commerce - As pessoas têm buscado muito o comércio
eletrônico e a presença digital é fundamental neste processo. Ela deve ser
atrativa, dinâmica e deve gerar uma imagem positiva para o negócio. Dissemine
comportamentos, produtos e serviços que se conectem com a geração Z, que tem
seus hábitos de consumo já totalmente adaptados aos meios digitais.
4. Inovação – É fundamental para quem está no segmento. Seja na forma de atuar,
no atendimento, na inclusão, diversidade e pertencimento. Ofereça experiências
para que o cliente se sinta satisfeito e retorne.
5. Inteligência Artificial – Atualmente há ferramentas no mercado que ajudam no
atendimento dos consumidores, incluindo dicas de produtos a partir de
informações que apoiam o cliente na escolha dos itens mais adequados às suas
expectativas.
6. Bem-estar - Percebe-se uma forte tendência para o autocuidado, o
autoconhecimento, de identificação do estilo que expresse a identidade de cada
consumidor. As pessoas estão buscando produtos e serviços que atendam às suas
necessidades mais individuais.
7. Exportação - Várias marcas de pequenos negócios têm grande potencial para serem exportadoras, pois oferecem produtos excelentes, marcas nacionais e diferenciadas. Para isso, é necessário se capacitar e procurar apoio junto ao Sebrae.
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