sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Doença Celíaca: Entenda as Diferenças entre Intolerância e Alergia ao Glúten e Como Seguir uma Dieta Sem Glúten de Forma Segura

A doença celíaca é uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial. Essa condição é desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína presente no trigo, cevada e centeio. Quando indivíduos com doença celíaca consomem glúten, o sistema imunológico reage atacando o revestimento do intestino delgado, o que pode resultar em sintomas como diarreia, dor abdominal, inchaço, perda de peso e fadiga. Ao longo do tempo, esses danos podem comprometer a absorção de nutrientes essenciais, levando a deficiências nutricionais graves e complicações adicionais.


Entendendo as Diferenças entre Doença Celíaca, Intolerância ao Glúten e Alergia ao Glúten

A nutricionista funcional Cris Ribas Esperança ressalta a importância de distinguir entre a doença celíaca, a intolerância ao glúten e a alergia ao glúten, pois essas condições possuem características, causas e tratamentos distintos. “A doença celíaca é uma condição autoimune, onde o próprio corpo ataca o intestino delgado em resposta ao consumo de glúten, causando danos significativos. Por outro lado, a intolerância ao glúten, ou sensibilidade não celíaca ao glúten, pode provocar sintomas semelhantes, como dor abdominal e inchaço, mas sem causar danos intestinais. Já a alergia ao glúten é uma reação alérgica imediata, que pode desencadear sintomas como coceira, inchaço, urticária e, em casos mais graves, dificuldade para respirar”, explica Cris Ribas Esperança.


A Importância de uma Dieta Sem Glúten e Seus Efeitos em Condições Associadas

Para os diagnosticados com doença celíaca, a adesão rigorosa a uma dieta sem glúten é essencial. A eliminação de alimentos que contenham trigo, cevada e centeio, bem como outros produtos que possam conter traços de glúten, é necessária para prevenir danos contínuos ao intestino delgado e aliviar os sintomas. “Ler os rótulos dos alimentos com atenção é fundamental, pois o glúten pode estar presente em ingredientes inesperados, como molhos e temperos. Além disso, a contaminação cruzada é uma preocupação real, e medidas devem ser tomadas para evitar que alimentos sem glúten entrem em contato com superfícies ou utensílios que tenham sido usados para preparar alimentos com glúten”, enfatiza a nutricionista.


Estudos sobre a Retirada do Glúten em Populações Específicas

Recentemente, estudos têm explorado os benefícios da retirada do glúten da dieta em populações específicas, como pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Síndrome de Down. Embora essas condições não estejam diretamente relacionadas à doença celíaca, há evidências de que a remoção do glúten pode melhorar alguns sintomas comportamentais e cognitivos.

Cris Ribas Esperança comenta que “pesquisas indicam que indivíduos com TDAH podem apresentar uma melhora na concentração e na redução da hiperatividade ao seguirem uma dieta sem glúten. Da mesma forma, em crianças com Síndrome de Down, a retirada do glúten tem sido associada a melhorias na digestão, no comportamento e até mesmo no desenvolvimento cognitivo. Contudo, é importante destacar que esses resultados ainda estão em estudo, e a remoção do glúten deve ser considerada caso a caso, com orientação profissional.”


Orientação Nutricional para uma Alimentação Equilibrada

Para pessoas com doença celíaca e aquelas que optam por seguir uma dieta sem glúten devido a outras condições, é essencial garantir que a dieta seja nutricionalmente equilibrada. Cris Ribas Esperança destaca que “é comum que alimentos processados sem glúten tenham menos fibras e nutrientes do que suas versões com glúten. Por isso, é importante incluir uma variedade de alimentos naturais e frescos na dieta, como frutas, verduras, carnes, peixes e grãos naturalmente sem glúten, como arroz e quinoa.”

Ela recomenda que os celíacos e outros indivíduos que seguem uma dieta sem glúten busquem orientação profissional para elaborar um plano alimentar personalizado. “Um nutricionista especializado pode ajudar a criar um plano alimentar que não só evite o glúten, mas que também garanta que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas, o que é fundamental para a saúde e o bem-estar a longo prazo”, explica.


Conscientização e Direitos dos Celíacos

Cris Ribas Esperança também enfatiza a importância da conscientização sobre a doença celíaca e as necessidades de dietas sem glúten. “A sociedade precisa estar ciente das necessidades dos celíacos, oferecendo opções de alimentos sem glúten em locais públicos e privados. Em muitos países, a legislação já garante o direito a uma alimentação adequada para pessoas com doença celíaca, especialmente em escolas, hospitais e restaurantes, mas é fundamental que esses direitos sejam respeitados e aplicados de forma eficaz.”

Ela finaliza dizendo que, com os cuidados adequados e o apoio necessário, as pessoas com doença celíaca podem viver vidas plenas e saudáveis. “A doença celíaca é uma condição que requer atenção constante, mas com o conhecimento certo e um plano alimentar bem estruturado, é possível manter a saúde e o bem-estar sem restrições desnecessárias”, conclui Cris Ribas Esperança.

Este artigo visa não apenas informar sobre as particularidades da doença celíaca, mas também encorajar aqueles que convivem com a condição a buscar suporte adequado, seja através de profissionais de saúde ou da própria comunidade. A adaptação a uma dieta sem glúten pode ser desafiadora, mas com as orientações corretas, é possível alcançar equilíbrio e bem-estar, mesmo em populações com necessidades especiais, como aqueles com TDAH e Síndrome de Down.

 

Cris Ribas Esperança - Nutricionista Funcional. Apaixonada pela vida e formada em nutrição por amor a comida de verdade. Seus Hábitos só terão resultados quando forem sustentáveis e reais. Acredita que se alimentar bem, não é mais ou menos é o segredo para uma vida de saúde e prosperidade. Além da formação é pós graduada em Gastronomia Funcional e especializada em Nutrição Comportamental e Low Carb. Sócia proprietária do Instituto do Bem-Estar Giulliano Esperança, onde divide seus compromissos junto a carreira de nutricionista.


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