quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Após novos casos de Monkeypox (mpox) no país, saiba quais cuidados tomar

Infectologista explica sobre sintomas, tratamento e prevenção

 

Em virtude da recente declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após o aumento de casos em diferentes países, a infectologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker, traz informações atualizadas sobre a monkeypox (mpox). 

Em sua série histórica, segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde, até o dia 15 de agosto, a cidade de São Paulo tinha 3.278 casos confirmados, com dois óbitos. A região central é a mais afetada, com 915 indivíduos infectados pelo vírus. 

A mpox é uma doença viral zoonótica causada pelo vírus Monkeypox. Sua transmissão ocorre pelo contato direto com lesões na pele, fluidos corporais ou objetos contaminados de pessoas infectadas. Beijos, abraços, relações sexuais e o compartilhamento de objetos de uso pessoal são formas comuns de contágio. A transmissão também pode ocorrer por meio de gotículas, através do contato próximo prolongado entre o indivíduo infectado e outras pessoas. 

Segundo a Dra. Michelle Zicker, "a transmissão do vírus exige atenção especial. Profissionais de saúde, familiares e parceiros íntimos estão entre os grupos com maior risco de infecção”. 

Os sintomas da mpox incluem o surgimento de lesões na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo, inclusive na região genital. Esses sintomas podem ser acompanhados de febre, dor muscular e cansaço. O diagnóstico é confirmado por meio de exames laboratoriais específicos. 

"A evolução da doença costuma ser leve a moderada, com duração de 2 a 4 semanas. No entanto, é essencial que o diagnóstico seja precoce para evitar complicações", explica a infectologista.
 

Tratamento e Prevenção

Atualmente, o tratamento da mpox se baseia em medidas de suporte clínico, que visam aliviar os sintomas e prevenir complicações. Embora não exista um medicamento específico para o vírus, a vacinação tem sido uma ferramenta importante na proteção de grupos de risco, como pessoas vivendo com HIV/aids e profissionais da saúde que tem contato direto com pacientes infectados ou análises laboratoriais. 

Dra. Michelle ressalta que "a principal medida de controle é a prevenção. Evitar o contato com pessoas infectadas e seguir as orientações de isolamento são fundamentais para conter a propagação do vírus." 

Com o recente aumento de casos na África e a descoberta de uma nova cepa do vírus mpox, a OMS recomenda que todos os países intensifiquem seus esforços de vigilância epidemiológica, incluindo as Américas, onde a possibilidade de introdução dessa variante é real. 

O caso confirmado de mpox deverá se manter em isolamento até que a erupção cutânea esteja totalmente resolvida, ou seja, até que todas as crostas tenham caído e uma nova camada de pele intacta tenha se formado. Orientações para a pessoa infectada: 

  1. Não sair de casa, exceto quando necessário para emergências ou cuidados médicos de acompanhamento;
  2. Contato com amigos, familiares somente em emergências;
  3. Não praticar atividade que envolva contato íntimo;
  4. Não compartilhar itens potencialmente contaminados, como roupas de cama, roupas, toalhas, panos de prato, copos ou talheres;
  5. Limpe e desinfete (hipoclorito de sódio ou produto alcoólico) rotineiramente superfícies e itens comumente tocados, como balcões ou interruptores de luz, usando desinfetante acordo com as instruções do fabricante;
  6. Use máscara cirúrgica bem ajustada quando estiver em contato próximo com outras pessoas em casa;
  7. Higiene das mãos (lavar das mãos com água e sabão ou uso de produto para as mãos à base de álcool) deve ser realizada por pessoas infectadas e contatos domiciliares após tocar na lesão cutânea, roupas, lençóis ou superfícies ambientais que possam ter tido contato com a secreção da lesão;
  8. Caso utilize lentes de contato, evite para prevenir possíveis infecções oculares;
  9. Evite depilar áreas do corpo cobertas de erupções cutâneas, pois isso pode levar à propagação do vírus;
  10. Se possível, use um banheiro separado das outras pessoas que moram no mesmo domicílio;
  11. Se não tiver a possibilidade de um banheiro separado em casa, o paciente deverá limpar as superfícies como balcões, assentos sanitários, torneiras com desinfetante, depois de usar um espaço compartilhado. Isso inclui: atividades como tomar banho, usar o banheiro ou trocar bandagens que cobrem a erupção cutânea. Considere o uso de luvas descartáveis durante a limpeza se houver erupção nas mãos;
  12. Evite a contaminação de móveis estofados e outros materiais porosos que não podem ser lavados colocando lençóis, capas de colchão, cobertores sobre essas superfícies;
  13. A roupa suja não deve ser sacudida para evitar a dispersão de partículas infecciosas;
  14. Cuidado ao manusear a roupa suja para evitar o contato direto com o material contaminado;
  15. Roupas de cama, toalhas e vestimentas devem ser lavadas separadamente. Podem ser lavadas em uma máquina de lavar, se possível com água morna e com detergente; não é obrigatório o uso de hipoclorito de sódio;
  16. Pratos e outros talheres não devem ser compartilhados. Não é necessário que a pessoa infectada use utensílios separados se devidamente lavados. A louça suja e os talheres devem ser lavados com água morna e sabão na máquina de lavar louça ou à mão;
  17. Pessoas com mpox devem evitar o contato próximo com animais (especificamente mamíferos), incluindo animais de estimação em casa. Em geral, qualquer mamífero pode ser infectado com mpox.

Diante deste novo alerta sanitário, é importante se manter informado sobre a mpox e seguir as orientações dos órgãos de saúde. "O cenário atual exige atenção, mas com as medidas adequadas, podemos reduzir o risco de disseminação da doença", conclui a Dra. Michelle Zicker.


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