Amamentar pode ser um sonho para muitas mulheres, mas esse sonho pode se transformar em um verdadeiro pesadelo sem os devidos cuidados. A enfermeira pediátrica e especialista em amamentação, Jessica Savani, desvenda mitos em torno dessa prática tão benéfica para mãe e bebê e ainda dá dicas para tornar o aleitamento materno muito mais prazeroso.
“A
dica mais valiosa que eu dou para minhas pacientes é que elas tenham isso como
um momento de conexão, aquele momento especial dela e do bebê. Se desligar de
qualquer outra coisa, inclusive do celular. Tudo o que a mãe sente é passado
para o bebê. Por isso, ter pensamentos leves, colocar uma música calma... A
saúde mental da mamãe e sua autoestima também ajudam muito neste momento, pois
o puerpério é uma ocasião que traz uma avalanche de sensações e sentimentos.”,
afirma Jessica. Confira as dicas:
- Deve se amamentar o bebê exclusivamente a cada 3 horas no seio materno
Um
erro grave que muitas mamães, infelizmente, por orientações erradas, acabam
cometendo é amamentar apenas a cada 3 horas. O aleitamento materno deve ser
oferecido em livre demanda. Ou seja, sempre que o bebê quiser! Essa é,
inclusive, uma recomendação do Ministério da Saúde.
- A amamentação é dolorosa de início e depois o mamilo fica mais resistente
à dor
A
dor não deve ser normalizada na amamentação. É claro que pode haver desconfortos
relacionados à sucção do bebê, principalmente nas mamães de primeira viagem.
Mas se houver um processo de dor, o indicado é que a mamãe procure uma
consultora de amamentação para realizar um atendimento e identificar o erro que
está sendo cometido.
- O que fazer nos casos de fissuras/rachaduras durante a amamentação?
A
Laserterapia pode ser uma ótima opção. O laser vermelho de baixa intensidade
estimula a produção de colágeno no tecido lesionado, já o laser infravermelho
contido no mesmo equipamento tem o efeito analgésico. Sendo assim, é avaliada a
lesão e tratada de acordo com o número de sessões necessárias para a
restauração dessa pele.
-
Pega incorreta na mamada pode prejudicar o bebê
Um
bebê que mama da maneira errada pode sofrer grandes prejuízos como perda de
peso, cólicas, acarretando assim problemas no seu desenvolvimento. Uma solução
é não ofertar a mama para o bebê quando ela está muito cheio de leite. “O ideal
é que a mamãe faça uma ordenha manual próximo à região da aréola para deixar a
região mais flácida. Isso facilita para o bebê fazer a pega correta, além de
não causar fissuras nos seios dela.”, afirma Jessica.
A
especialista ainda fala sobre algumas posições para
amamentar que podem ajudar a mãe a adequar a pega do bebê e também se adaptar
para qual jeito será mais confortável para os dois, são elas:
Posição tradicional:
É aquela em que a mamãe segura o bebê em seu colo de forma transversal, barriga
com barriga, e a cabecinha do bebê ficará apoiada no mesmo braço do lado do
seio em que ele está mamando.
Posição invertida:
A mamãe deve segurar o bebê posicionando-o embaixo do seu braço no mesmo lado
do seio que será ofertado, o corpo do bebê deve ficar na lateral da cintura da
mamãe. Uma indicação bem legal dessa posição é para as mamães que estão com
fissuras mamárias, pois auxilia no processo de circulação de outras áreas da
mama.
Posição cavalinho (indicado para bebês prematuros): Nessa posição a mamãe deve apoiar o bebê
sentando-o em uma de suas coxas, ele vai estar posicionado de frente para o
seio, as perninhas devem ficar com os joelhinhos flexionados e os pezinhos
direcionados ao joelho da mamãe, assim, ficará confortável para o bebê.
Posição deitada: Mamãe e bebê deitados, um do lado do outro, mamãe pode ficar de lado e bebê com a cabecinha ligeiramente inclinada em direção ao seio. Não há nenhuma restrição para um bebê saudável mamar nessa posição, só oriento as mamães a tomarem cuidado para não adormecerem e sufocarem o bebê com o peito.
“A amamentação é um período cansativo para uma puérpera. Talvez seja uma das fases mais desafiadoras pós-nascimento do bebê. Por isso, o ideal é que essa mãe procure uma consultora de amamentação especializada ainda durante sua gestação para que ela tenha acesso às informações necessárias de preparo para este momento”, finaliza a especialista.
Jessica Savani - Enfermeira graduada pela universidade USCS de São Caetano do Sul; Especializada em consultoria de amamentação pelo instituto Neuro Nutri; Especializada em furo de orelha humanizado e fundadora da técnica indolor em bebês; Especializada na técnica de laserterapia para tratamento de fissuras e rachaduras mamilares na amamentação;
Formação como Técnica de Enfermagem pelo ETIP; Experiência hospitalar intensiva de 10 anos na área neonatal; CEO da Clínica Sendo .
Criança@pediatriahumanizada
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