quarta-feira, 24 de julho de 2024

“Jogo do Trigrinho” deve ser liberado em julho: entenda os perigos para as famílias brasileiras

Para a educadora financeira Aline Soaper, um dos maiores riscos do jogo de azar é o vício, por falta de autocontrole as pessoas ultrapassam o limite que poderiam gastar por diversão e acumulam dívidas. 

 

O “Jogo do Tigrinho”, um dos mais famosos jogos caça-níquel on-line, deve ser legalizado pelo Ministério da Fazenda ainda em julho. Atualmente, ele está liberado no país através de uma brecha na lei que permite que o apostador saiba o quanto pode ganhar e qual é o risco de perder, como ocorre nas apostas esportivas. Para a educadora financeira Aline Soaper, o maior risco em participar desses jogos de caça-níquel eletrônicos é entrar no vício e automaticamente nas dívidas que podem abalar fortemente as famílias. “O melhor é nem chegar perto desse tipo de jogo, é muito difícil encontrar uma forma segura de gastar apenas um dinheiro disponível para lazer”, aconselha. 

A regulamentação será feita pela secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) com uma portaria que libera os jogos eletrônicos de azar no Brasil. Dentre os critérios que as plataformas dos jogos deverão seguir estão a necessidade de identificar quando jogador estiver extrapolando limite de gastos. O jogo deverá ainda pagar determinada porcentagem de prêmios, que será pré-estabelecida. Para Soaper, há diversas maneiras melhores de ganhar dinheiro sem precisar colocar a própria vida ou a da sua família em risco. “À primeira vista, o jogo parece ser uma brincadeira que gera dinheiro. O jogador recebe, muitas vezes, até um dinheiro bônus para conhecer o jogo. E quando a pessoa menos espera, já está viciada, apostando dinheiro do próprio bolso e criando dívidas. Jogo não é investimento, não é renda extra. Infelizmente, as pessoas acham que nada de ruim pode acontecer com um joguinho eletrônico inocente, uma vez que só estão ganhando, mas uma hora a conta chega. Isso acontece porque nós, seres humanos, somos facilmente dominados pelas emoções e somos também muito competitivos.”, explica a educadora financeira que já educou mais de 10 mil pessoas em 20 países diferentes. 

A especialista ressalta ainda que não importa o quanto de autocontrole uma pessoa ache que tenha, os neuro estimuladores liberados durante os jogos superam a capacidade de autocontrole humana . “Estudos realizados em universidades dos EUA, desde de 1997, demonstram o poder de vício existente em atividades aparentemente inofensivas, como um jogo online. A dopamina liberada durante o jogo, cria uma dependência que faz a pessoa continuar jogando, mesmo sabendo que precisa parar, é como um vício em drogas ou bebidas.”   

A educadora financeira relata a quantidade de pedidos de ajuda que tem recebido de pessoas que perderam até mesmo a casa da família por pegar empréstimos para jogar e agora estão com a vida destruída e não conseguem parar. “Jogar é uma forma de lazer para quem tem dinheiro disponível, porém é tão perigosa quanto a bebida. Minha orientação como profissional em aconselhamento financeiro é que as pessoas não entrem nessa.”  

Procure formas mais saudáveis para diversão, como esportes, leitura, tempo em família. E não se iluda com dinheiro fácil. Estudar e trabalhar continua sendo a melhor forma de gerar dinheiro e crescer financeiramente. E para quem deseja uma renda extra, o microempreendedorismo é um caminho, seja vendendo doces caseiros ou prestando pequenos serviços”, comenta.  



Aline Soaper - formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). Em 2018, criou o Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), que já impactou mais de 10 mil alunos em mais de 20 países, e leva a educação financeira para o mundo. No final de 2023, Soaper ingressou no mercado de franchising com a criação de duas redes de microfranquias home based na área de finanças: a Efinckids, especializada na educação financeira para crianças dentro de escolas, e a Health Money, direcionada para a consultoria, gestão estratégica e financeira das pequenas e médias empresas.
alinesoaper e www.facebook.com/alinesoaper



Nenhum comentário:

Postar um comentário