terça-feira, 30 de julho de 2024

Câncer de pulmão: doença vem crescendo e acende alerta sobre tabagismo e hábitos de vida

Pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde fala sobre a doença, que deve impactar 700 mil brasileiros até 2025

  

Agosto é escolhido o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão – o dia 1º é o Dia Mundial da doença e o 29º dia é marcado no nosso país o Dia Nacional de Combate ao Fumo, já que ele é o principal fator para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Estima-se que haverá uma média de 1,7 milhão de novos casos de câncer de pulmão por ano em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 704 mil novos casos desse tipo de câncer entre os anos de 2023 e 2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

“Há um crescimento exponencial desse tipo de câncer no mundo todo e é preciso estarmos atentos, orientando as pessoas, principalmente para a redução do tabagismo. Além do cigarro tradicional, nos últimos anos as pessoas adotaram o uso do vape, o cigarro chamado eletrônico, que não emite cheiro, mas contém tabaco. Ele pode parecer inofensivo, só que acredita-se que apresente riscos similares ao cigarro comum. Além disso, o tabagismo tem relação direta com a qualidade de vida da pessoa, geralmente acompanhada de perda da prática esportiva, baixa qualidade na alimentação, que também são fatores de risco para diversas doenças incluindo o câncer de pulmão”, explica o pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde, Bruno Horta Andrade.

Apesar de aspectos genéticos e predisposição da pessoa em desenvolver o câncer de pulmão, o fumo ainda é o grande e principal gatilho. “Fumar aumenta em 20 vezes a chance da pessoa para desenvolver o câncer do pulmão. Isso porque o cigarro contém milhares de produtos de degradação da combustão do tabaco, grande parte deles cancerígenos. O cigarro em vapor é uma estratégia de modernizar o consumo do tabaco e atrair novos consumidores, novas gerações, num novo formato. Ele avança na medida em que não incomoda a sociedade por não gerar cheiro, mas ameaça por manter o consumo do tabaco em alta”, acrescenta o médico.

Segundo Bruno Horta, o câncer de pulmão é um dos considerados pela população em geral como o de maior mortalidade, por isso, tão temido. Ele explica que esse tipo de patologia tem uma característica: é silenciosa, por isso, diagnosticada tardiamente.

“Durante uma parte da evolução, a doença é despercebida e quando chega a emitir algum sintoma e permitir o diagnóstico, comumente já está em fase tardia. A taxa de cura varia amplamente, mas as chances de recuperação dependem de do diagnóstico precoce, mas também do histórico de vida e de saúde do indivíduo. Geralmente, o tratamento requerer cirurgia, tratamento oncológico com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Outra razão de temor para esse tipo de câncer é que como os números têm crescido a cada ano, é uma ameaça à vida da população de forma muito relevante”, comenta o pneumologista. Ele ressalta ainda que nos últimos anos, os avanços da medicina permitiram uma evolução dos recursos de tratamento, permitindo taxas de cura cada vez maiores.

Segundo o médico, o estilo de vida influencia muito no surgimento de cânceres em geral. Uma pessoa sedentária, com  má qualidade de alimentação, está exposta a fatores de poluição ambiental, como ambientes insalubres, com alto índice de gases poluentes, e outros agressores que podem representar fatores de risco para esse tipo de câncer.

Fique de olho nos sinais do seu organismo - A prevenção é a maior e melhor arma: se você faz uso de cigarro, deve acompanhar o pulmão anualmente, com médico pneumologista, com realização de tomografia. Além disso, é importante ficar atento a alguns sinais, que podem ser confundidos com outras condições respiratórias comuns. Entre eles estão a tosse persistente (que não melhora ou piora com o passar do tempo, especialmente se for acompanhada de expectoração de sangue ou muco com sangue); falta de ar, com dificuldade crescente em respirar ou respiração ofegante que não está relacionada a atividades físicas extenuantes; dor no peito constante, sem relação com tossir ou respirar profundamente; rouquidão, com alterações na voz, e que não desaparece após algumas semanas; infecções respiratórias recorrentes, como pneumonia ou bronquite, que não melhoram com tratamentos convencionais; fadiga e cansaço excessivo; e perda de peso sem motivo aparente. Equipe multidisciplinar - “É importante destacar que esses sintomas também podem ser causados por outras condições menos graves. Contudo, se você ou alguém que conhece apresentar esses sinais persistentes, é fundamental consultar um médico para investigação adequada e diagnóstico precoce. Nossa rede trabalha de forma multidisciplinar com os casos de câncer de pulmão, com médicos especializados em oncologia e pneumologia para acompanhar e dar diagnóstico para cessão do tabagismo. Há ainda profissionais em radiologia, radioterapia e cirurgia torácica bem estruturadas. Fazemos reuniões semanais, entre esses profissionais que atuam nos hospitais da Rede Mater Dei, inclusive de outros estados, em busca de melhorias e precisão nos diagnósticos e também na troca de estudos de caso sobre as melhores condutas médicas a serem adotadas – tanto para fazer a prevenção do câncer de pulmão como para os casos em que a doença já foi identificada”, diz o pneumologista.


Rede Mater Dei de Saúde 

 

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