sexta-feira, 28 de junho de 2024

Público LGBT enfrenta barreiras na hora de cuidar da saúde sexual

Elas estão tão expostas à contaminação por IST quanto mulheres heterossexuais, comenta a ginecologista Roberta Simonaggio

 

 

A saúde sexual da mulher continua sendo um tabu e a dificuldade é ainda maior em relação às mulheres lésbicas. Contrariando o mito de que esse público não transmite doenças entre si, é importante frisar que as chances de contrair uma infecção sexualmente transmissível (IST) é a mesma independente da sua opção sexual.

 

Mas fato é que mulheres homossexuais realizam bem menos consultas ginecológicas. A grande questão por trás disso, é que muitas pacientes não se sentem confortáveis em relevar ao médico ginecologista sua orientação sexual, porque muitos especialistas não dão a devida atenção ou reagem negativamente. Isso ocorre porque a maioria das faculdades de medicina do país não prepara os profissionais de saúde para nada que não seja heteronormativo. 

 

Ainda assim, a ginecologista Dra.Roberta Simonaggio reforça que a rotina ginecológica das MSM não pode ser diferente da preconizada para todas as mulheres. 

 

“Exames preventivos, como mamografia e o papanicolau devem ser realizados de acordo com as diretrizes de saúde. Ultrassom da pelve, rastreamento infeccioso de doenças como  herpes, HIV e sífilis, também devem fazer parte da rotina. Pelo Sociedade Brasileira de Mastologia, por sua vez, o exame deve ser anual a partir dos 40 anos”, ressalta a médica.

 

No Brasil, o Ministério da Saúde sugere que o papanicolau – um dos exames mais comuns e importantes – seja repetido um ano depois do primeiro exame. Se os resultados forem normais, o intervalo deverá passar a ser de 3 anos.


Já a mamografia é recomendada para todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, com intervalos máximos de 02 anos, pra evitar o câncer de mama.

A função do ginecologista é estar atento às práticas sexuais e/ou exercícios de sexualidades adotados por suas pacientes, pedir exames e isso independentemente de serem heterossexuais, homossexuais, bissexuais, assexuais ou homens trans, explica Roberta Simonaggio. 


“Os exames ginecológicos devem ser discutidos com a paciente, escolhendo juntos o melhor método. Mulheres que já iniciaram atividade sexual devem ser examinadas com coleta periódica do papanicolaou, por exemplo”.


Dra. Roberta explica que, ainda assim, muitos exames podem ser ajustados de acordo com as práticas sexuais das pacientes – como a presença ou ausência de penetração durante a relação sexual, tendo em vista que mulheres que fazem sexo com mulheres raramente utilizam preservativos ou barreiras de proteção ao fazer sexo e todos precisam ser tratados de igual forma, sem preconceito ou pré-julgamentos”, finalza Roberta. 

 



Dra. Roberta Simonaggio - Ginecologista e Obstetra - 𝑪𝑹𝑴 / 146440 - 𝑹𝑸𝑬 / 71435 - Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 2010. Fez especialização em Ginecologia e Obstetrícia e em Endoscopia Ginecológica também na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo nos anos de 2011 a 2015. Fez especialização em reprodução Humana no Hospital Pérola Byington no ano de 2015. E atualmente atende em consultório e nos principais hospitais e maternidades de São Paulo.
http://robertasimonaggio.com/
https://www.instagram.com/dra.robertasimonaggio/


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