sexta-feira, 28 de junho de 2024

No mês das hepatites virais: entenda a situação epidemiológica da Hepatite C no país

Especialistas do HSPE relacionam aumento com diagnósticos mais precisos

 

Diagnósticos de Hepatites do tipo A, B, C e D, tiveram crescimento expressivo no país, totalizando mais de 748 mil casos nos últimos 22 anos (entre 2000 e 2022). No entanto, dentre os diferentes tipos, a Hepatite C registrou o maior número de incidência, com mais de 298 mil, tendo seu principal aumento na população idosa 60+ com 23,3% do total de casos, de acordo com o Ministério da Saúde. Em mulheres, a porcentagem foi de 27,6% e em homens 20,0%.

As hepatites são grupos de doenças causadas por vírus ou até mesmo por remédios e bebidas alcoólicas que inflamam o fígado. Os especialistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) avaliam que o crescimento de casos se deu em virtude da ampliação dos diagnósticos precisos. Mesmo com o alto número de casos, é possível tratar e curar a hepatite C.

Em contrapartida, a hepatite D teve a menor incidência, com mais de quatro mil casos de 2020 para 2022. Atualmente, os tipos A e B de hepatites virais possuem vacinação, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tipo A tem maior chance de cura. Em casos mais graves da doença causada pelos vírus B e C, o paciente pode desenvolver quadro de cirrose hepática ou câncer de fígado.

Dada a gravidade das doenças, o ideal é prevenir, como explica o médico infectologista, Marcelo Mostardeiro, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). “É comum vermos a transmissão da hepatite viral do tipo A por água contaminada, por isso, é recomendado sempre procurar por água filtrada e tratada. Para a prevenção do tipo B, como é transmitida por sangue e secreções, é necessário que não compartilhe seringas, objetos cortantes e agulhas e que preservativos sejam usados durante relações sexuais. Além disso, é sempre recomendado que sejam feitos testes para a detecção da doença, que podem ser encontrados pelo SUS”, enfatiza.

Está em vigor a Estratégia Mundial da OMS que tem por objetivo eliminar a hepatite viral como uma grande ameaça à saúde pública até 2030, além de garantir o acesso a cuidados e tratamentos seguros e acessíveis para as pessoas que vivem com a doença. O conjunto de metas globais inclui redução de 90% de novos casos de hepatite B e C até 2030 e uma redução de 65% na mortalidade para esses tipos virais.


Saiba os diferentes tipos de hepatites virais:

Hepatite A

  • Transmissão: Fecal-oral.
  • Casos Globais: Cerca de 1,4 milhão de novos casos anuais.
  • Brasil: A hepatite A tem uma incidência maior em áreas com saneamento básico precário, mas vem diminuindo com as melhorias de condição de vida e vacinação.


Hepatite B

  • Transmissão: Sangue, fluidos corporais.
  • Casos Globais: Aproximadamente 296 milhões de pessoas vivem com hepatite B crônica.
  • Mortes Anuais: Cerca de 820 mil.
  • Brasil: Estima-se que 0,4% da população tenha hepatite B crônica.


Hepatite C

  • Transmissão:
  • Casos Globais: Cerca de 58 milhões de pessoas têm hepatite C crônica.
  • Mortes Anuais: Aproximadamente 290 mil.
  • Brasil: A prevalência é estimada em 0,7% da população, com esforços contínuos para diagnóstico e tratamento.


Hepatite D

  • Transmissão: Sangue (ocorre somente em quem já tem hepatite B).
  • Casos Globais: Cerca de 5% das pessoas com hepatite B crônica também estão coinfectadas com hepatite D.
  • Brasil: A coinfecção com hepatite D é menos comum, mas presente em algumas regiões específicas, como a Amazônia.


Hepatite E

  • Transmissão: Fecal-oral.
  • Casos Globais: Estima-se que haja cerca de 20 milhões de infecções anuais, com aproximadamente 3,3 milhões de casos sintomáticos.
  • Mortes Anuais: Cerca de 44 mil.
  • Brasil: Casos são raros e geralmente associados a viagens para áreas endêmicas.

 



Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe



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