sexta-feira, 17 de maio de 2024

É possível melhorar a qualidade dos óvulos de uma mulher?

O que dizem médicos especialistas em reprodução humana e nutricionista sobre comportamentos, hábitos e tratamentos que aumentam as possibilidades de gerar bons óvulos

 

O DNA dos óvulos que uma mulher vai liberar ao longo da vida é formado antes mesmo do nascimento dela. Mesmo assim, é possível melhorar a qualidade do gameta feminino na tentativa de aumentar as chances de uma gestação. É o que dizem os médicos Dra. Paula Beatriz Fettback, Ginecologista especialista em Reprodução Humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) e a nutricionista Natalia Barros, Nutricionista Mestre em Ciências pela UNIFESP e fundadora da NB Clinic. 

"Já que o DNA do óvulo é formado antes do nascimento da mulher, nada consegue alterar radicalmente a qualidade dele. No entanto, algumas medidas podem, sim, auxiliar na melhor divisão celular e processo de ovulação, assim como no processo de indução da ovulação e maturação dos óvulos e consequentemente formação de embriões de melhor qualidade em uma fertilização in vitro", observa a Dra. Paula. 

Ela indica o suporte de vitaminas como: D, coenzima Q10, omega 3, metilfolato e geleia real, entre outras. "Nada substitui uma alimentação adequada, o acompanhamento de um nutricionista experiente e, principalmente, o fator idade do óvulo", alerta a médica, ao frisar que após os 35 anos há uma queda importante da quantidade e qualidade dos óvulos, independente de todas as medidas tomadas. 

Em seu campo de atuação, a nutricionista Natalia concorda que uma dieta balanceada e rica em nutrientes é essencial: frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. "Este tipo de dieta proporciona os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável dos óvulos, contribuindo para a fertilidade", afirma. 

Ela conta que estudos recentes investigam o impacto dos padrões alimentares na fertilidade e comprovam que há melhora na qualidade dos óvulos de acordo com a dieta praticada. "Um exemplo é a dieta mediterrânea, caracterizada pelo consumo de alimentos naturais, ricos em antioxidantes e compostos bioativos, como frutas, vegetais, peixes e gorduras saudáveis e a dieta ProFertility, que enfatiza o consumo de alimentos com baixo teor de pesticidas e agrotóxicos, além do uso de suplementos dietéticos", revela a nutricionista. 

Por fim, o Dr. Alfonso adiciona um fator aos cuidados de melhoria dos óvulos: a avaliação da qualidade deles. "Existem vários indicadores e técnicas para inferir a qualidade ovocitária", assegura ele, ao citar métodos como: 

  • Reserva Ovariana -Testes do hormônio anti-Mülleriano (AMH) e de hormônio folículo-estimulante (FSH);
  • Resposta aos Medicamentos de Fertilidade;
  • Contagem de Folículos Antrais (CFA);
  • Teste Genético Pré-Implantação (PGT). 

Todos os especialistas concordam que tais medidas devem também ser associadas a um estilo de vida saudável, com exercícios regulares, evitando o tabagismo, assim como o consumo excessivo de álcool e drogas ilícitas.

 

Para quem quer aprofundar… 

A Dra. Paula Beatriz Fettback e o Dr. Alfonso Massaguer acabam de lançar o livro A Espera, na intenção de gerar um conteúdo acessível a qualquer pessoa interessada em aprofundar o entendimento sobre reprodução humana, planejamento familiar e infertilidade. A obra inclui explicações, casos clínicos e uma linguagem que facilita uma boa compreensão geral e específica do assunto.

Mais informações: Link

 


Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - CRM 33084 PR. Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007) Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)


Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335 - Ginecologista especialista em Reprodução Humana. Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas. Atua em Reprodução Humana há 20 anos. Diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Diretor técnico da Clínica Engravida. Autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.


SNATALIA BARROS - nataliabarros.nutri - Nutricionista - Centro Universitário São Camilo. Mestre em Ciências Aplicadas. Departamento de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Fundou a primeira Pós-graduação em Saúde da Mulher e Reprodução Humana do Brasil. Docente convidada - Pós-graduação em Nutrição Materno infantil (USP). Aprimoramento em Nutrição Humana e Metabolismo Stanford University. Extensão em Saúde da Mulher AGE Educação em Saúde. Extensão em Comportamento Alimentar Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP).


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